3/31/2004

O CÚMULO DO AZAR

Não muito agradável é caminhar com uns sapatos daqueles que têm um salto fininho e que alarga em baixo.
Menos agradável ainda é ir na rua e o salto prender-se nas pedras da calçada.
Pior é isso acontecer ao atravessar a estrada.
E pior ainda é o semáforo, que estava verde para os peões, passar a vermelho sem tu teres conseguido sair dali.
A piorar um bocadinho mais, tens que te descalçar e puxar o sapato com a mão, enquanto os carros aguardam para avançar e os respectivos condutores enchem o papinho com o show.
Mas ainda pode piorar: Olhas para o carro que está mesmo à tua frente e (surpresa!), é o teu ex-marido, que anda há meses com mais vontade de te atropelar do que o Bush de bombardear os países árabes.
Mas atenção, ainda não pára aqui. Olhas outra vez e reparas que ao lado dele, no banco do pendura, está a tua ex-sogra, e até consegues ler nos lábios dela: “Mata! Mata! Mata!”
Pensam que já acabou? Não! Aparece um transeunte armado em samaritano, um daqueles tipos que só toma banho em anos bissextos e arrota sempre que bebe umas cervejolas, que com o pretexto de te ajudar se abaixa todo na rua só para olhar para as tuas pernas.
Conseguem imaginar um argumento pior para um filme de terror? Quem conseguir ganha o prémio FarinhaAmparo 2004...


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