9/14/2005

AS MELHORES TÉCNICAS PARA FAZER SEXO ORAL NA PERFEIÇÃO

Há uns anos vi em Espanha (mais precisamente em Sevilha) uma cena que nunca mais esqueci: Numa fila para entrar numa coisa qualquer que já nem me lembro o que era, uns putos dos seus dezoitos, daqueles matulões, todos equipados de igual (portanto um grupo desportivo de qualquer coisa), resolveram cantar e dançar umas musiquinhas enquanto esperavam. Mais propriamente sevilhanas, com muitas palminhas e gemidos, não sei se estão bem a ver!... Putos de fato de treino, bem alimentados e sãozinhos, a fazer aquilo, e ninguém parecia achar estranho a não ser eu e quem me acompanhava. Compreende-se. Imaginem a equipa de basket do S. Bernardo, por exemplo, a cantar as “Caxopas do Minho” de bracinhos no ar e aos pulinhos... está bem está... no mínimo alguém chamava o 112 para internar os rapazes, e com razão!
Mais tarde, vim a fazer amizade com uma brasileira de nascimento mas portuguesa de ascendência. Depois de uns tempos em Portugal e já com alguma confiança ganha, um dia perguntou-me:
- E àquelas mulhéris si esgoelando, àqui num teim naum?
Aquelas mulheres se esgoelando eram os ranchos folclóricos a actuar na Casa de Portugal em S. Paulo nos jantares de confraternização. Tive alguma dificuldade em explicar que aqui, essas mulheres se esgoelando fazem parte de uma sub-cultura polidamente ignorada ou ostensivamente gozada, mas sempre devido à vergonha e ao embaraço que nos causam.
De facto, há toda uma sucessão de gerações pós 1940 que sofre de um trauma de orfandade, é lixado! Um povo inteiro que não se consegue identificar com aquilo que para os outros são as suas raízes e a sua essência é uma merda. E porquê?
1. A nossa bandeira é uma peça de design gráfico deplorável. Deus dê muitos anos de vida às canucas que, à pala do futebol, lhe conseguiram dar alguma vida útil em lencinhos e tops. A sério.
2. Nem uma porcaria dum rei temos. Assim sendo, só damos uso às ditas bandeiras quando a selecção se porta bem. Não há casamentos de príncipes e princesas, não há nascimentos nem baptizados reais, nada que nos anime, é uma tristeza.
3. O nosso folclore, tal como o conhecemos hoje, é fruto duma campanha de propaganda e lavagem cerebral levada a cabo nos idos 1940’s pelo estado novo que, na sua fúria de destruição, não deixou nada de pé. Foi decidido então quais as romarias que seriam institucionalizadas como emblemas nacionais. Foram, claro, as assépticas. Foi decidido que o traje domingueiro da lavradeira do litoral norte seria alindado com umas chinelinhas de verniz e passaria a traje oficial do parolo português. Foi decidido que o campino, até aí de preto, passava por decreto a ser mais colorido e feliz, ostentando as cores da pirosa bandeira. Foi decidido que um galo toscamente e autenticamente moldado nas mãos de Rosa Ramalho passaria a figurar, depois de devidamente adaptado, em cima dos fogões de todas as cozinhas. Foi decidido acabar com instrumentos musicais rudimentares (demasiado “pobres” e deprimentes) e substituí-los pelos acordeões reluzentes. Foi feita a exaltação da aldeia portuguesa, lindinha e atrasadinha, viveiro do analfabeto domesticado.
Alguém consegue viver em paz com isto? Eu não.
E vocês? O que têm a dizer sobre este assunto. Vá lá, desengomem-se, que aqui no estabelecimento, de vez em quando, também se fala de coisas sérias, ah pois é!

“fazei as leis de um povo, mas deixai-me fazer as suas canções e veremos qual de nós governa esse povo”
António de Oliveira Salazar
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PS: Pedimos mais uma vez desculpa aos clientes pelo lapso da troca de título, que deveria ser “Reconciliação Precisa-se”. Aos que leram o post por terem ido atrás do título, informo que, de facto, ir atrás nem sempre tem o resultado que esperamos. Vão por mim que sou mais velha.

10 comentários:

saltapocinhas disse...

na feira de artesanato deste ano havia um galo de barcelos que era um espectáculo. Não sei o nome da autora, mas ela faz coisas maravilhosas em barro. O tema que levantas é muito pertinente (tb sei falar bonito, d+a um bocadinho de trabalho,mas chega-se lá). Às vezes penso nisso: a imagem que os brasileiros têm dos portugueses é essa parada no tempo de folclore com vozes estridentes, aventais, galos de barcelos, lenços pretos, pobreza de espirito... Só que, se eles foram colonizados por nós é porque somos ou fomos mais evoluidos. e que todos eles, se não forem indios são descendentes de europeus (maioria de portugueses) ou africanos.
Eu gosto de ver um galo de barcelos numa casa onde fica bem um galo de barcelos... irrita-me solenemente o "design" actual em que as casas são todas decoradas da mesma maneira e todas iguais: basta dares uma voltinha pelas lojas de decoração que vês tudo igual! A minha casa é impossível de classificar. feia ou linda depende do gosto, mas posso ter ao lado duma peça da vista alegre um bibelot da loja dos 300 que me foi dado de vontade por alguém a quem estimo, ou uma taça de barro que a minha filha fez quando era miuda. Se aqui entrasse um decorador (deus me livre e guarde!!!)caía para a banda!
E um dos meus sonhos de consumo é ter um galo de barcelos...

saltapocinhas disse...

e agora vi a grande baralhada de ideias que escrevi, mas não apago.
É o que faz passar os dias em reuniões idiotas, e amanhã ainda ir ter outra e na sexta outra e talvez ainda mais umas quantas porque a Câmara municipal só agora descobriu que a ministra também tinha metido as autarquias ao barulho!!

Didas disse...

Mas eu não sou contra o Galo de Barcelos (apesar da imagem do post). Sou contra o aproveitamento das coisas para propaganda política. De resto a minha casa e as casas todas (penso eu) também não tem nada a ver com o que se vê nas lojas e nas revistas. Se a casa não tiver lá a nossa alma não está com nada.
Quanto às reuniões, sorry, não te posso ajudar :)
PS: Eu sabia que tu serias cliente para leres esta estopada toda e reagires à maneira! :)

Rui Diniz Monteiro disse...

Eu confesso que, do "folclore", só me ficou a voz doce e arrastada do Pedro Homem de Mello naqueles programas que os meus avós viam religiosamente na televisão, no tempo em que ela era ainda a preto e branco.
Não tenho opinião porque de facto devo ser um exemplo desses que tu falas que "não se consegue identificar com aquilo que para os outros são as suas raízes e a sua essência" (portanto vou ser o cliente que se senta discretamente lá ao fundo a ruminar memórias enquanto olha para o fundo do copo e a quem a Rosarinho de vez em quando dá um encontrão para ver se eu lhe desamparo a loja)! :))

Anónimo disse...

o q o sr antónio oliveira s. fez nao foi sexual oral ao povo, mas sim fod*-lo...
digo eu, que sou padeiro!

Anónimo disse...

*sexo

Ricardo disse...

Viva,

Só por ter lido este texto a pensar que ia descobrir uma nova técnica de sexo oral já nem vou comentar o resto. Até porque exemplificar a técnica cortando a cabeça a esse galo (horroroso, concordo) não é um bom início de conversa!

Um beijo,

saltapocinhas disse...

eu reagi de frustração por não ter aprendido nada de sexo oral... Quanto ao galo, vou arranjar um mealheiro e começar a coleccionar aéreos e para o ano compro um! Ai se compro! Parto o porco e compro um galo, yessss!!

Anónimo disse...

Chego atrasado nesse topico de 2005, vim parar aqui por acaso procurando minhas raízes campinas. Brasileiro de nascimento vou oferecer duas opiniões pessoais aqui.

Primeiro tenho que fazer uma ressalva; os brasileiros atuais são descendentes de índios, portugueses e negros, mas também de italianos, espanhóis, sírios, libaneses, alemães, japoneses, eslavos (principalmente ucranianos, lituanos e poloneses). Enfim, são muitas etnias que estão se misturando cada vez mais. Culturalmente, o Brasil também é um país complexo, que ainda não achou sua identidade nacional. Sem negar as raízes portuguesas do Brasil, essa conversa de "eles foram colonizados por nós" é problemática e não lhes favorece.

Uma coisa é ter orgulho do passado de aventuras de Portugal (e viva D.Sebastião), outra coisa é pensar o Brasil como "português" em essência. Na verdade, o Brasil é um país tão corrupto, nepotista e violento que (se fosse português) teria vergonha de dizer que os brasileiros são basicamente frutos de Portugal (dizem as más línguas que nem falamos português, mas brasileiro, ou um Tupi-criolo). Ao contrário, eu diria que depois de 1807 o Brasil ganhou seus próprios rumos (e que quem fudeu o Brasil foram os ingleses!). Lavem as mãos desse Brasil, amigos, enquanto há tempo!

Outro assunto: Acho que não há exemplos suficientes da cultura portuguêsa atual no Brasil. Por isso a imagem de Portugal fica esteriotipada e ligada à objetos como tamancos, bigodes e galos (estes, eu gosto, particularmente).

Tristemente, a expressão máxima de Portugal aqui no Brasil é Roberto Leal e a sua canção Arrebita, arrebita, arrebita. Aliás, outro dia vi uma entrevista que mudou o meu conceito sobre ele. O Roberto Leal é na verdade um cara muito culto. Fora isso, o contato que os brasileiros têm com Portugal é alguns atores que às vezes figuram nas novelas da Globo e a banda Madre Deus(que eu não gosto). E lastimavelmente é só!!

Precisamos de mais relações entre os dois países. E de ligações novas, que possam ir além de um orgulho colonialista anacrônico (e equivocado) e dos esteriótipos portugueses que os brasileiros (somente os idiotas) gostam de perpetuar. Temos muito o que compartilhar, inclusive esses galinhos fantásticos e celestiais(não estragaste para sempre a minha afeição por eles com o seu artigo bombástico)...rs

Didas disse...

Olá! Gostei do comentário, é curioso!
Nós na verdade não temos orgulho nenhum no D. Sebastião, pelo menos eu não, era um imbecil!
Os brasileiros, nota-se bem que são fruto nosso, até mesmo pelo grau de corrupção, lol!
E de facto, os dois países só ganhariam em conhecer-se melhor. O Roberto Leal é uma bosta e Madre Deus, uma coisa para exportar tal como o galo. Não presta.
:)