8/10/2010

Que é como quem diz, há para aí certos artolas que lhes fazia bem era ir sachar umas batatas.


Primeiro foi o tempo da formiga. Depois, questionámos o valor dela e se a cigarra não teria, também, o seu contributo a dar ao mundo. A medo. Depois já não. E então veio o tempo da cigarra. A formiga tornou-se odiosa, o bichinho que caminha infatigável em filas intermináveis sem parar para questionar filosoficamente de onde vem e para onde vai aproveitando para entretanto nada fazer. Todos querem ser cigarras. É mais fácil e mais divertido. Agora, vivemos um tempo em que as cigarras vivem com a certeza da superioridade, ainda que nem todas o mereçam, nem saibam, nem tenham o talento necessário para pertencer a essa classe que se pretendia iluminada pelo dom da criação. E ainda que vivam à custa do trabalho das eternas formigas que, com uma abnegação nunca reconhecida, escolheram caminhar infatigáveis em filas intermináveis.

10 comentários:

Anónimo disse...

sachar batatas?...

Didas disse...

Sim, com um sacho!

kuka disse...

O meu primo chama-lhe um chacho! :)

Didas disse...

Esse primo é da cherra?

http://www.hortodocampogrande.com/media/46/Image/ProdutosServicos/AcessoriosJardim/Sachola-3-Dentes.jpg

SpetzNatz disse...

No final da fábula, a cigarra come sempre a formiga...

Movimento Moda disse...

A cigarra já vive imerecidamente à custa da formiga desde os tempos de La Fontaine. Dá-me ideia que não é de agora :)))

Didas disse...

SpetzNatz, está certo. A formiga acaba sempre comida!

Movimento Moda, é verdade. Mas no tempo de La Fontaine tinha má fama e era muito mal vista.

Movimento Moda disse...

Dá-me ideia que estamos a viver um revivalismo desses tempos. Vivemos no tempo do "viver o momento", ninguém aprecia o conceito de trabalhar e amealhar da formiguinha.
Há muitas Formigas, mas vêm todas da Roménia e do Brasil :DD

Didas disse...

Da Roménia?! Esses são a formiga do semáforo! Os brasucas sim, esses trabalham.

Movimento Moda disse...

:))))