12/09/2010

And here we go again!... Para o fundo...

Os tipos de Bruxelas, ao pressionar o governo português para liberalizar os despedimentos, não saberá ou estará a fazer de conta que não sabe que os patrões tugas são (salvo raras e honrosas excepções) uma cambada de filhos da p... que têm por objectivo de vida comprar um Ferrari e contruir uma mansão com fonte luminosa independentemente de terem ou não a trabalhar para eles pessoas que passam mal a ganhar o ordenado mínimo ou menos? E que aquilo que já acontece agora, que é despedir os tristes que chegam à altura de serem legalmente aumentados pelo decurso do tempo para contratar outros que vão começar de novo, passará a ser regra? E que provavelmente essa maneira de estar na vida e gerir empresas é precisamente um dos factores que mais influenciam o nosso confrangedor atraso em relação aos tipos que já perceberam que é melhor que quem trabalhe para eles não seja uma cambada de mortos de fome?

10 comentários:

A.B. disse...

"Legalmente aumentados pelo decurso do tempo" resume à maravilha tudo o que está errado. É a típica filosofia de secretária. Não há relação com mercados, factores de produção, pressão da concorrência, sei lá, mundo real.
Passa o tempo e é-se aumentado, porque...bem...porque passou o tempo, não é? E o tempo, nalguns gabinetes, custa a passar, ele não há solitaire, sudoku ou farmville que aguentem!
"Aumentados pela competência demonstrada" já não soa tão bem. Pelo menos aos incompetentes.
E nunca, mas nunca vi um patrão competente despedir alguém que sabe o que faz, para o substituír por um tipo novo que vai ser causa de confusões e atrasos até perceber o funcionamento da empresa e o que se espera dele.
Os nossos custos de despedimento são os mais altos da europa. Deve ser essa a razão do confrangedor atraso do estrangeiro em relação a nós...

ikivuku disse...

É sempre engraçado ver uma pessoa contradizer furiosamente outra e dizer quase a mesma coisa.
A Didas diz "... que os patrões tugas são (salvo raras e honrosas excepções) uma cambada de filhos da p... " e o A.B. "... E nunca, mas nunca vi um patrão competente despedir alguém que sabe o que faz, ...".
O tal patrão competente do A.B. é a honrosa excepção da Didas!
Ainda assim a Didas fala da realidade e o A.B. do que ouve na televisão.
Até me apetecia fazer um 'post' sobre o assunto. Mas será que fazer 'posts', mesmo em casa, não vai prejudicar o meu querido patrão?

A.B. disse...

Ó meu ku não sei das quantas, conheces-me de onde para arrotar postas de pescada? Nem tenho TV, vê lá tu a sorte...

A.B. disse...

E como ontem estava já um pouco a dormir, ikivuku, pergunto-te; já tiveste que despedir alguém? Alguém que trabalhou contigo mais do que para ti, a teu lado ao frio e ao calor, no pó e na lama, alguém cuja vida pessoal viste desagregar-se, alguém que todos tentámos ajudar, até que os atrasos, as faltas, a bebida, os acidentes, e o perigo para os outros foram demais? Já disseste a alguém, alguém que estimas, que não lhe podes continuar a dar emprego, sabendo que lhe estás a assinar uma sentença de miséria? Achas que sabe bem? Achas que é coisa que alguém são goste de fazer?
Pode ser que me engane, mas deves ser mais um daqueles realistas de escritório com um patrão sem rosto que me quer ensinar a assentar manilhas atascado numa vala.

A.B. disse...

Olha, até te digo mais. Vamos fazer um jogo chamado PME.
Pega num empregado, um qualquer. Tira-lhe o direito à greve. Tira-lhe o direito ao subsídio de desemprego. À indemnização por despedimento. Tira-lhe o direito às férias. À baixa médica. Tira-lhe os subsídios de refeição, de Natal e de férias. As diuturnidades. As promoções por tempo ou mérito. Tira-lhe o limite de horas de trabalho semanais. Tira-lhe qualquer outro direito adquirido que tenha sobrado.
Já está?
Parabéns, acabaste de criar um patrão!

Didas disse...

A.B. achei amoroso o seu comentário precisamente no mesmo dia em que me chamaram fascista por defender que os controladores aéreos espanhóis estão a pedi-las.
Já não achei assim tão amoroso tratar mal outro cliente que por acaso até foi correctíssimo. E cheio de razão: O seu competente é a minha excepção. Estamos de acordo.
Beijinhos a ambos.

joao madail veiga disse...

É pá, eu que sou patrão e sou tuga,encomendei ontem o meu ferrari novo e mandei montar uma fonte luminosa no jardim do meu chalé,digo-te uma coisa, ah,uma coisa:
Qual é o drama de ter 3 ferraris? eihn,sim,qualé o mal de ter 3 ferraris?

Didas disse...

Nenhum! Desde que não seja à custa de mortos de fome!
PS: Posso dar uma voltinha?

A.B. disse...

Desculpe Didas, mas não foi correcto dizer que uma coisa é a realidade, outra o que eu vejo na TV. Além de ser passar-me um atestado de estupidez, eu não vejo o mundo pela TV. Eu não tenho TV. E não tenho de propósito para não ver o mundo através dela - quando a tinha achei uma visão muito estúpida, suspeita e manipuladora. Tento ver o mundo de outras formas, ia dizer mais independentes, mas talvez mais variadas seja o termo. Este blog é uma dessas formas. Os meus olhos são outra forma.
Não gostei mesmo nada, nada, de ser rotulado como alguém que acredita em tudo o que lhe poem à frente. Ou que não tenta extraír sentido de várias fontes. Principalmente porque creio que só integrando muitos pontos de vista é que se consegue uma aproximação à realidade. E neste blog acontecem muitas coisas impossíveis de integrar, logo, não fazem parte da realidade. Uma delas são as visões maniqueistas da realidade, que sempre considerei perigosas. E eu nunca a rotularei de fascista - para mim, este é um dos melhores blogs do PS.

Didas disse...

Lol! Obrigada!