1. O nosso querido presidente vetou a chamada lei das uniões de facto justificando-se com uma conversa de merda, os partidos da direita defenderam a sua opção com uma conversa de merda e os partidos de esquerda condenaram com uma conversa de merda. Na verdade, a lei destinava-se a legitimar as uniões homossexuais e não se entende porque é que os defensores da causa nunca disseram isso abertamente, nem porque é que os que estão contra não assumiram abertamente que estão e que é por isso que não querem a lei. O que é que se passa?
2. Ainda dentro da mesma temática, com este episódio o nosso querido presidente deu-nos uma bela lição do que é, na verdade, a democracia representativa: A assembleia da república, que é por excelência o órgão com competência para legislar e que foi directamente eleito pelos portugueses, decidiu de determinada forma. Logo a seguir, o presidente, que também foi eleito por sufrágio directo mas cujas competências são muito limitadas, decidiu contrariar a decisão do parlamento porque sim. Estão a ver a beleza da coisa? É por isso que eu sou monárquica, voilá!
3. Um iluminado qualquer descobriu agora que os empresários que habitualmente compõem as comitivas dos políticos nas viagens ao estrangeiro que nos custam os olhos da cara, não fazem qualquer tipo de negócio com os empresários de fora. Mas o que me surpreendeu não foi isto, foi chegar-se à conclusão que eles fazem negócios, mas só entre eles. Eu cá estava convencida que eles só iam mesmo nas viagens para comer, beber e passear à pala.
4. A D. Manuela do PPD convidou a Associação Nacional de Empreiteiros para um debate sobre o investimento público. Convidou também os jornalistas para eternizarem o momento mas correu-lhe mal. Os empreiteiros disseram, para quem quis ouvir, que são a favor dos investimentos e ela limitou-se a amuar. A mim o que me admira é que uma ratazana calculista com esta tenha feito isto sem ensaio prévio, deve ser da idade...
5. O PPD lá fez o frete de apresentar um programa eleitoral, pela boca da patroa Manuela, que o fez arrastadamente e com aquele ar de quem acabou de perder um guarda-chuva novinho como já lhe é peculiar. O PS veio logo dizer que o programa é "uma decepção". Não sei porquê. A mim não me decepcionou nada.
6. O pessoal de terra dos aeroportos, a quem se costuma chamar "ground force" a fazer de conta que são heróis dum filme de acção, mas que são na verdade aqueles gajos que costumam perder as nossas malas, fizeram greve.7. No encerramento da Universidade de Verão do PSD em Castelo de Vide, Manuela Ferreira Leite ganhou o prémio de "filha da mãe com mais lata na política nacional", ao dizer que o governo diluiu os pilares da sociedade (família e casamento), subordinando à força da lei o que devia ser dependente da vontade individual. Esqueceu-se de dizer que estava a falar da vontade individual dela. Mas isso foi só um pormenor.
E pronto queridos clientes, por hoje foi tudo. Espero que a semana vos seja leve e mando para todos a beijoca do costume.
Rosarinho
7 comentários:
Corre-se o risco técnico muito sério de poder ter um divórcio sem casamento, ou de ficar "casado" por decisão unilateral dum parceiro - homo ou heterossexual. Sou totalmente contra a legitimação das uniões de facto. Quem vive em união de facto não se quis casar por opção, senão tinha-se casado. O que tem que ser aprovado, ou não, é o direito ao casamento homossexual. Estas baldrocas têm mesmo que ser devolvidas ao parlamento até chamarem os bois pelos nomes. Palmas para o Presidente.
Leitor assíduo desta crónica, confesso estar a um passo de virar monárquico, como a autora da mesma.
Prometam-me um cachucho para o mindinho que o lencinho de pescoço fica por minha conta.
Isto vai ser mt difícil de levar ao sítio. É no que dá andarmos há 500 anos habituados a viver de expedientes...
AB, concordo. Mas aposto tudo em como, quando se resolver achamar as coisas pelos nomes, o pateta do presidente vete de novo porque não concorda. O homem é uma peça!
jg, cachucho não temos. Mas fazemos os melhores brioches!
Vou contar uma história verídica:
No aeroporto da Portela há uns anos atrás, apreciei uma equipa de trabalho da Ground Force em acção. O que parecia ser um chefe "empinocado" com um walkie talkie na mão a conversar com outro individuo,enquanto apenas um desgraçado (de cor) manipulava, realmente, malas e bagagens num avião ao lado do meu.
Escala feita em Malta, apreciei nova equipa da "ground force" local: Chefes, não vi nenhum e a manipular directamente a bagagem contei 5 homens num único avião, devidamente equipados de caneleiras e equipamento especial.
Penso que está tudo dito!
Um abraço.
E logo em Malta, onde a malta também não é flor que se cheire! Estou parva!
Pois não sei se os malteses são ou não "flor que se cheire". O que sei e que é facilmente perceptível,é que eles em grande medida vivem das receitas provenientes do turismo.
Da janela do avião (do qual não saí) vi exactamente o que referi.
Basta passar os olhos por esta esta comunicação de um dos gestores da estrutura do aeroporto, em 2005, (http://www.maltairport.com/page.asp?n=newsdetails&i=2556) para perceber que eles apostaram num standard de gestão direccionado à satisfação dos clientes / utentes ,em número crescente, por exemplo com uma forte componente de formação de RH e factores motivacionais.
Obtiveram o segundo lugar internacional do AETRA Monitor Award em termos de aeroportos de pequena dimensão.
Talvez não sejam "flor que se cheire" mas que parece que sabem gerir aeroportos, lá isso parece!
Cumprimentos.
Ó Rosarinho, o Presidente não está lá para gostar ou não gostar. Está lá - ele mais uma data de gente - para fiscalizar os erros técnicos, legais e constitucionais daquilo que o parlamento produz. Se não houver nada na Constituição que impeça QUALQUER PESSOA de casar com QUALQUER OUTRA PESSOA, o Cavaco tem que papar a coisa, salvo seja.
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