São sazonais, tipo praga de gafanhotos, mas para pior e sempre nas mesmas alturas do ano. Agora entrámos na época, eu é que me tinha esquecido. Por isso fui calmamente para o forum na hora de almoço dar a minha voltinha sem me lembrar que ia dar de caras com eles.
Estou a falar nas manadas de mongos que aparecem sempre que saem os resultados das candidaturas ao ensino superior.
Ninguém sabe de onde surgem nem onde se escondem no resto do ano, só se sabe que nesta altura aparecem, com aquele ar arrogante de quem tem mais sapatos-vela no armário do que neurónios no cérebro, para a época de reprodução.
É no entanto uma espécie curiosa que se reproduz sem acasalar, coisa de que se desconfia serem totalmente incapazes, motivo pelo qual utilizam o método de se apropriar de outros seres mais novos que transformam progressivamente em clones seus através do método de repetição, negação de qualquer acto criativo e total esvaziamento do cérebro.
Para exemplificar este método posso relatar-vos um dos casos a que tive oportunidade de assistir hoje: Um dos espécimes mais novos (no caso vertente, fêmea), era obrigado a correr à volta do centro comercial com o rosto toscamente pintado de vermelho (esta espécie também não revela grande destreza de mãos), gritando para todos que queria um indivíduo de etnia africana com um orgão genital de medidas avantajadas. Este indivíduo do sexo feminino que referi, enquanto executava a grotesca tarefa, mostrava evidentes sinais de satisfação, sinal de que a sua transformação será fácil e rápida, quiçá não necessitando sequer de se submeter ao processo de esvaziar o cérebro.
Resta apenas referir que são muitas das vezes, senão na maioria, seres desta espécie, depois de completado o seu processo de crescimento atrofiado, que conseguem atingir com mais facilidade determinados cargos, como deputados, directores gerais, presidentes e gestores. Excluem-se desta lista os presidentes de junta que se desenvolvem a partir do gene "nasci para executar grandes feitos" e revelam grande tendência para aparecer com ar de quem se eleva acima do comum mortal para verificar o andamento das obras nos lancis dos passeios. Mas desta espécie nos ocuparemos mais tarde.
Margarida Espantada
Há 1 semana
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