8/31/2004

COISAS QUE EU NÃO CONSIGO ENTENDER

Há certas coisas que parecem ser apreendidas facilmente por quase toda a gente mas que infelizmente (ou não) escapam ao meu entendimento. Isso provoca-me por vezes uma certa sensação de poder estar a ficar loira, por isso, venho aqui apresentar-vos uma destas minhas grandes questões existenciais: O strip masculino.
Gostaria (mas gostaria mesmo, não é só conversa!), de com os vossos contributos passar a entender melhor este fenómeno.

FACTOS:
1. O strip masculino existe.
2. O strip masculino existe há algum tempo, o que significa que tem clientes suficientes para se manter.
3. O strip masculino parece ser um bom negócio.

DÚVIDAS:
1. Quem são as mulheres que perdem o precioso tempo das suas vidas e o seu dinheiro a frequentar estes lugares, quando podiam estar no cabeleireiro, a percorrer os saldos ou, até, quem sabe, a ler um livro?
2. Porque os frequentam?
3. Qual é a pica de ter um saloio à minha frente, todo besuntado em óleo de fritos, a bambolear-se ao som duma música muito provavelmente foleira como se estivesse com dores intestinais, e ainda por cima convencido que eu posso estar minimamente entusiasmada com a coisa e, vejam bem, que até lhe posso querer mexer?
4. O que faria eu com um gajo desses se eles até parecem nem ter aptidões para qualquer tarefa útil como seja passar a ferro, servir-me o jantar ou limpar as casas de banho, nem parecem ter os cuidados de higiene suficientes para que, bem caladinhos e com um trapinho a tapar-lhes a fuça, eu lhes pudesse saltar para cima?
5. Porque se vê tanta mulher com cara de parva nesses espectáculos a olhar embevecidas aqueles trengos?

HIPÓTESES:
1. Será que nesses clubes e bares, sem que eu saiba, distribuem notas de 500 às clientes? Mas assim sendo como conseguiriam ter lucro?
2. Será que as bebidas são melhores que nos outros locais?
3. Será que acontece muito ir um grupo de mulheres na rua, começar a chover torrencialmente e elas terem que se abrigar todas num sítio desses, que por coincidência é sempre o que está mais perto?
4. Será que essa é uma nova forma de penitência, como era dantes ir a Fátima a pé ou rezar novenas?
5. Será que há assim tantas mulheres que, por acidente ou defeito congénito, não têm dedinhos?
6. E por último aquela que eu desconfio cá para comigo que é a mais acertada e a única com alguma lógica: Será por vingança? Ou seja, "andámos anos e anos a servir de objectos para vocês, agora vá, seus broncos, satisfaçam o nosso capricho de vos ver a chafurdar na lama pensando que assim nos agradam!"


8/30/2004

POLÍCIA?! EU?

Quando o meu filho andava no terceiro ano a professora chamou-me um dia à escola, para eu ver um trabalho que ele tinha feito. A senhora estava muito perturbada.
Na disciplina de "Estudo do Meio", ela tinha dado uma ficha aos meninos com a seguinte proposta de trabalho:
- Gostavas de ser polícia? Imagina que sim e descreve um dia da tua profissão.
Este era o singelo texto do meu filho, perdido num cantinho duma folha A4:
"Não!"
Que é como quem diz, "Oh minha, vai lamber sabão!"

De vez em quando dou com estas histórias velhas no baú dos meus neurónios mais poeirentos e venho aqui massacrar-vos com elas.
Aturem-me!
:-)

E não se esqueçam que podem sempre passar na nossa tasquinha. É modesta mas muito asseada.

8/27/2004

SOU COMPLETAMENTE VICIADA NELE



Claro que só quem me conhece mais ou menos bem percebe a piada deste post.
E só quem me conhece mesmo muito bem percebe que este post é uma declaração de amor.

8/26/2004

THUNDERBIRDS!!!


Vi ontem que vai estrear um remake dos velhinhos Thunderbirds, desta feita com actores de carne e osso.
Para os que não são tão cotas como eu, os Thunderbirds era uma série de animação com marionetas produzida nos anos 60, very very British, que se tornou para muitos um objecto de culto.
Achei giro voltar a ver Lady Penelope e os outros, ao fim de tantos anos.
Mas a nossa memória é uma caixinha de surpresas traiçoeira, e a par das minhas recordações dos fins de tarde a ver os Thunder a preto e branco, começaram a saltar para diante dos meus olhos muitas outras imagens desse tempo, a desafiar-me. O meu casaco aos quadradinhos com gola de pelo, os sofás tricolores com braços de verniz negro, a igreja, o largo da igreja, a minha casa no subúrbio com um quintal enorme onde eu brincava, as omoletes que a minha mãe fazia, os gatos, os coelhos, as galinhas e o meu avô ainda vivo.
Adormeci embalada por eles.

8/25/2004

TERESA

Chama-se Teresa e vende peixe nas ruas de Barcelos. Peixe modesto, como ela, chicharro, faneca, sardinha... Faz-se transportar numa carroça puxada por uma burra.
Comprou a carroça para "Poder criar os filhos", que foram muitos.
Há dias em que consegue ganhar 20 euros - "Para mim e para a burra" - faz questão de referir, numa demonstração de respeito pela companheira de trabalho de muitos anos que, como ela, também é filha de Deus. "Mas ainda um dia destes só fiz 7 euros e meio" - confidenciou em voz baixa a D. Teresa ao jornalista e a mais 9 milhões de potenciais ouvintes - "Eu nem disse nada ao meu homem" - continuou - "Ele comia-me!".
E a TVI transmitiu nas notícias em horário nobre, as confidências de uma mulher tão indefesa como honesta, apresentada como coisa pitoresca. A TVI não está preocupada com os eventuais problemas que a D.Teresa venha a ter com "o seu homem". Talvez até seja melhor tê-los, talvez dê mais uma notícia pitoresca.
E é esta forma gratuita de fazer jornalismo sensacionalista, seguindo apenas a lógica do lucro, que eu continuo sem conseguir entender.
Mas que sei eu?

Foto de Eddy van Wessel "pedida emprestada" aqui

8/24/2004

O QUE SERIA DE NÓS SEM A LUX WOMAN?

A edição de Setembro da Lux Woman, além de uma fantástica bolsinha em quatro cores à escolha e de previsões astrológicas utilíssimas, ainda traz um manual de conselhos para castigar os homens que se portam mal.
Senão vejam estes exemplos:

Se ele não é romântico:
Conselho: Descubra um casal romântico na revista Lux, recorte as fotografias e realce o lado romântico da figura masculina.

Se ele não lhe compra presentes.
Conselho: Ofereça-lhe um par de meias!

Se ele se recusa a sair para a night consigo.
Conselho: Faça-o ver que não é aos 80 anos que vai querer organizar uma rave party em casa.

Se ele se recusa ao diálogo.
Conselho: Durante o telejornal pergunte-lhe: "O que achas de manter as bandeiras nacionais em todas as janelas até ao final dos Jogos Olímpicos?"

De facto, deve ser esta visão de génio que me falta para conseguir arranjar um tacho numa revista destas, ou até, quem sabe, escrever best-sellers sobre pop-stars.



E não se esqueçam de ir passando pela nossa tasquinha. Tem pratos novos!

8/23/2004

OBJECTIVOS E CARALHOTAS

Esclareçam-me uma dúvida por favor. Quais são os objectivos da delegação portuguesa em Atenas? É que, como todos sabemos, tirando o Paulinho e aquele senhor com um nome estranho, tem sido um fartote de derrotas, eliminações e decepções. Então porque diabo é que depois nas entrevistas (tirando algumas honrosas excepções) só os ouvimos dizer que foi bom porque os objectivos foram cumpridos? Será que os objectivos dos gajos era não se afogarem nas piscinas? Não tropeçar nas pistas? Não adormecerem e chegarem todos os dias a horas para o pequeno almoço? Telefonarem à mãe dia sim dia não? É que se era isso sai-nos um bocado caro não?

And now for something completely different...
Alguém sabe o que são caralhotas? Eu também não sabia. Mas pelos vistos as de Almeirim vão ser certificadas.

8/20/2004

PEQUENO GUIA PARA BEM SUCEDER NA VIDA PROFISSIONAL



Como sei que vários leitores do farinha são jovens em início de carreira ou ainda estudantes, decidi dedicar-lhes o post de hoje. Se seguirem à risca as instruções, poderão chegar a chefes, directores, ou até quem sabe, ambicionar a secretário de estado ou quiçá ministro.
Se não as seguirem, com toda a certeza não passarão de executantes.
De qualquer modo, podem sempre cagar para isso tudo e nesse caso serão pelo menos felizes. Como eu.

8/19/2004

O TAMANHO É IMPORTANTE?

De há uns tempos para cá, talvez por falta de verdadeiros acontecimentos, o jornal aqui do burgo tem-se dedicado recorrentemente a noticiar o aparecimento de vegetais de proporções gigantescas na região.
Primeiro foi uma beterraba, que tive a oportunidade de referir num post que fiz na altura. A seguir um pepino com 61 cm e ontem um outro pepino, desta feita com 72 cm.
Estas últimas duas notícias (que infelizmente só saíram em edição de papel) foram acompanhadas pelas fotos dos orgulhosíssimos donos dos avantajados legumes segurando os ditos em pose triunfal.
Agora cabe-me a mim, como dona de um dos grandes serviços públicos deste país e desta cidade e ainda como especialista na matéria, já que até tenho um restaurante virtual em sociedade (ver link mão na massa no capítulo açúcar), alertar o Diário de Aveiro e a população em geral para este facto:
Meus queridos! O tamanho dos pepinos não interessa nada, convençam-se disso duma vez por todas! Os mais maneirinhos, além de proporcionarem saladas muito mais variadas e saborosas, são de muito mais fácil manuseamento!
Ai se não sou eu...

8/18/2004

MESMO TANGA


Pergunto a mim mesma para que raio servem os recém inventados pensos higiénicos para usar com tanga (vulgo fio dental), bem como porque cargas de água as mocinhas que aparecem nos anúncios da evax ao dito produto (as tanga girls) têm um ar tão feliz.
Isto porque se usar umas cuecas que se enfiam e se perdem por todo o lado já exige uns anos de treino e poder de concentração (acreditem que eu sei), eu faço ideia o tormento que será usar um penso higiénico enfiado no rabo.
Porra! Só pode ser tanga mesmo!

8/17/2004

HISTÓRIA SOBRE UMA COISA QUE RIMA COM FOGUETE

Hoje acordei num dos meus dias. E vou-vos contar uma short story.
Há uns anos atrás tive uma chefe, numa das repartições públicas em que trabalhei, que não era... digamos... dotada de grandes conhecimentos em determinadas áreas. Ficamos assim.
Um belo dia a senhora chegou ao serviço e chamou-me à parte. Tinha ouvido uma palavra da qual desconhecia o significado e queria que eu lhe explicasse o que era.
-Ouve lá, tu sabes o que é um "minete"?
Após uma fracção de segundo em que o meu cérebro chocalhou todo cá dentro, oscilando entre a incredulidade e o mais puro gozo, posso afirmar que tive um dos momentos mais brilhantes da minha vida, modéstia à parte. Mantendo estoicamente o ar sério, sem esboçar sequer uma tentativa de sorriso, respondi-lhe:
-Claro. É um requerimento que não exige papel selado.
De facto, não é sempre, mas há dias em que me encontro particularmente inspirada.
E o resultado viu-se passados alguns dias, quando a dita senhora, com toda a propriedade, se virou para um utente ao guichet e o informou:
-Para esse efeito o senhor vai ter que fazer um minete!
Ainda me lembro como se fosse hoje das caras das pessoas que se encontravam no átrio à espera de serem atendidas, muito particularmente de um marmanjo de bigode que exclamou:
-Ai "sigurem-me"! "Sigurem-me" senão eu caio!
E agora digam-me, caros clientes desta padaria: Será que conseguem adivinhar quais foram para mim as consequências desta façanha?
Pois está claro. Nesse ano tive uma classificação de serviço que não me permitiu ser promovida, acompanhada da observção escrita "A funcionária não demonstra o necessário respeito quer pela instituição, quer pelos colegas e superiores hierárquicos". Além disso tive o director a chamar-me ao gabinete e a passar-me um raspanete, notando-se de qualquer modo que estava com uma vontade de rir do caraças.
Mas hoje, à distância de uns quinze anos, não me arrependo e acho que tomei a opção certa no momento certo. O que eram cinco miseráveis contos de aumento comparados com o privilégio único de ver a nossa chefe, ao guichet, a pedir um minete a um gajo?

8/16/2004

QUE REMÉDIO...

E lá teve que ser. Após umas fantásticas férias em Bora-Bora (bora para a praia, bora para o café, bora para casa...), eis-me aqui de novo, completamente baralhada. À minha volta jazem montes e montes de uns objectos que eu nem me lembro o que são mas já alguém me informou que são papéis. Parece-me que é suposto eu fazer qualquer coisa com eles mas não sei bem o quê, já que o único material com que lidei nas últimas três semanas com este nome acabava em "higiénico", e algo no meu sub-consciente me diz que não é suposto dar a estes o mesmo tratamento. Devagarinho lá chegarei, espero...
Por agora vou por aí dar um bocado de água sem caneco, visitar os meus caros blogo-colegas, e depois logo se verá.
A vida é dura carago!...