10/24/2012

Vítor Gaspar e o «enorme desvio» entre os portugueses e o Estado - TSF

Vítor Gaspar e o «enorme desvio» entre os portugueses e o Estado - TSF

Além disso (concluiu aqui o staff da padaria) existe ainda um colossal desvio entre o que vale um cabrão destes e o que lhe paga cada um dos infelizes que ganha o ordenado mínimo nacional. E isso é um problema! Difícil!

10/12/2012

Imagem dramática

(Não se aconselha a pessoas sensíveis mas, à sua responsabilidade, clique na imagem para a ver)

10/04/2012

As verdades são para se dizer!

Diz-se que nós, portugueses, andámos muitos anos a viver acima das nossas possibilidades. O povo contrapõe que não, mas é mentira. Pelo menos no meu caso é mentira e como eu sou uma espécie de prototipo da pessoa de classe média tuga, acredito que seja mentira na maior parte dos casos. Eu sempre vivi acima das minha possibilidades. Senão vejamos:
Com a porcaria que ganhava desde que comecei a trabalhar por conta do estado como funcionária administrativa, nunca poderia ter mandado os putos à escola pois nunca teria dinheiro para os livros nem para o material escolar. Jamais teria comprado o apartamento rasca com maus acabamentos que comprei nos subúrbios. Também nunca teria ido passar uma semanita por ano ao Algarve com a criançada para eles brincarem numa praia sem vento e nos parques aquáticos (cujas entradas são caríssimas). Comprar um Fiat Uno a prestações estaria fora de causa. Almoçar e jantar todos os dias (ou quase todos) em pratos que incluíam carne ou peixe e até fruta era uma extravagância! Dar presentes aos miúdos no Natal é outra coisa que sempre fiz e que estava acima das minhas possibilidades, bem como festinhas de aniversário com bolinhos e rissóis feitos por mim.
Se eu tivesse vivido dentro das minhas possibilidades, ou seja, com o dinheiro a chegar sempre à vontade até ao fim do mês e sem ter que fazer empréstimos múltiplos nem andar a inventar de onde tirar dinheiro para as coisas, a minha vida teria que ser bem diferente. Os miúdos aprendiam a ler em casa ou então não aprendiam, viam os bonecos que também é bom. Comprávamos uma mota Famel Zundapp em segunda mão e levávamos os putos no meio a fazer de sande. Construíamos uma barraca num pinhal com placas de lusalite e uma puxada de água clandestina e à noite lavávamos a cara, as mãos e o pescoço que são as partes que andam à mostra. Como as crianças não iam mesmo ter nada para fazer podiam sempre ir pedir para a porta da sé. Assim podíamos apanhar a camioneta da carreira em Agosto (pelo menos uma vez ou outra) e ir à praia da Barra. Tínhamos era que ir cedo para apanhar um lugar aconchegadinho ao pé do paredão por causa da ventosga. Comíamos batatas com batatas e ao domingo comprávamos uma latinha de salsichas daquelas de marca branca e era uma festa! Com o dinheirito que nos sobrasse íamos ao café beber um dito cujo, comprar um chupa aos garotos e ver a novela.
Por isso está provado, pelo menos eu andei a viver acima das minhas possibilidades, as verdades são para se dizer!

10/03/2012

E isto é um aviso, não subestimemos o adversário!

No dia em que Gaspar, o fantasma pouco camarada, nos virá anunciar mais uma machadada nas nossas vidas enquanto nós nos entretemos a ver o que se passa na casa dos segredos, eu cheguei a uma conclusão e venho partilhá-la convosco.
O nosso governo, meus queridos, por muito que nós preferíssemos que assim fosse, não é constituído por incompetentes. O nosso governo é constituído por pessoas pouco (ou nada) escrupulosas que mais não estão a fazer do que cuidar dos seus futuros individuais entregando as nossas cabeças numa bandeja aos interesses que eles servem para que no final possam ter a sua recompensa. Eles só têm que se aguentar quatro anos e tanto se lhes dá que durante esse tempo o povo goste deles como os trate abaixo de cão e lhes atire ovos e tomates podres. Tanto se lhes dá serem respeitados pela populaça como serem ridicularizados em cartazes de manifestação e cartoons. E isto, caríssimos clientes, já vem de há muito. A única diferença é que agora se perdeu o pingo de vergonha que restava e por isso está a cair a máscara.
A medida do aumento da TSU para os trabalhadores, que não tem qualquer utilidade prática, não diminui o défice, não aumenta a receita do estado, não cria emprego, tinha como único objectivo empobrecer-nos e fragilizar-nos. Era uma medida que fazia parte do grande plano de fazer de nós, povos do sul, um grande armazém de mão-de-obra barata. Que já somos. Mas pelos vistos ainda não o suficiente. Reparem que os empresários que se mostraram contra ela são os empresários que produzem e/ou vendem bens. E esses não podem ter à volta uma massa de gente miserável que não compra nada.
Alguém acredita que o anormal a quem nós andamos a pagar principescamente para vender o que foi feito com o nosso dinheiro é só incompetente? Não queridos, ele é só desbocado e não se soube conter antes de chamar aos outros ignorantes incapazes de passar no curso dele, claro. Alguém acredita que o vendedor de carros em segunda-mão que conseguiu que lhe dessem, sem ilícito criminal, uma licenciatura sem pôr os pés na universidade é incompetente? Caríssimos clientes desta padaria, o único defeito deste governo é não saber fingir suficientemente bem!
Esta padaria tem sido acusada, por vários clientes, de ser uma padaria do PS. É verdade, o staff da padaria tem oferecido o seu voto ao PS. Por ingenuidade talvez, mas não só. Continuamos a acreditar que há gente no PS que não tem nada a ver com isto, mas isso não chega. Já não chega. O staff da padaria está, neste momento, ansiosamente à espera de ver se o PS opta por fazer parte da cambada que se vende e nos entrega aos grandes interesses financeiros ou se se descola disso. Sem muita esperança. Mas dando ao António José Soneca o benefício da dúvida. Deve-se sempre dar o benefício da dúvida e nós damos.
Depois disso não nos resta outra opção senão acreditar que estamos em guerra e numa guerra há baixas, paciência. Se o PS se render (e acredito que infelizmente se vai render) bandeamo-nos para o lado da chamada esquerda radical, aquela que sempre achámos que não traria nada de bom a ninguém, e apesar de nunca termos ouvido nenhum deles a dizer nada sobre as mordomias dos políticos (que eles também são) versus a miséria do povo. Não votar em ninguém será sempre pior. Se é guerra é guerra e se vamos ser miseráveis que não sejamos nós a pormo-nos de joelhos. Pelo menos resta-nos lutar pela nossa dignidade.
E por hoje era só isto.