12/31/2011


Pois foi queridos clientes, 2011 foi um ano bera. Bera demais para ser verdade.
Não foi só o S. Pedro ter-se chateado com a malta e desatar a mandar água em quantidades descomunais para o Brasil, para a Austrália, para o Japão embora noutro formato... Não foi só assistirmos a duas (duas!) campanhas eleitorais de onde saíram duas ricas peças que tiraram o ano para nos amolar a vida... Não foi só assistirmos àquelas tristes manifestações a que alguém chamou primavera árabe e já sabermos de ginjeira como é que acabam essas coisas aqui que não usamos burkas, quanto mais lá!... Não foi só o número anormal de idosos que morreram em casa e ninguém deu por falta... Não foi só termos que levar com o Strauss-Kahn a ser tristemente agarrado por onde os palermas dos homens são mais facilmente agarrados e haver quem levasse aquilo a sério... Não foi só a novela macabra do Carlinhos Castro... Não foi só o imposto extraordinário e a promessa de mais e pior para o futuro... Não foi só termos caído todos sem contar num buraco gigante algures na ilha da Madeira... Não foi só os gregos a fazerem-nos uma demonstração do que nos espera... Não foi só mais um amigo do Sr Aníbal a contas com a justiça por pantominice e, fantástico, por homicídio!... Não foi só a morte alive and kicking de Khadafi, com laivos de epopeia heróica, depois de lhe termos andado todos a lamber os t... Não foi só a cena patética dos norte-coreanos histéricos no funeral dum bronco... Não foi só a cambada de asnos que saiu vitoriosa com a patacoada do acordo ortográfico...
Foi isto tudo mais a ameaça de para o ano ser pior. É galo!

12/26/2011

The others

Há uma família de portugueses que vai ser expulsa do Canadá no próximo dia 29. Pai, mãe e criancinhas. Não nos apercebemos se há ou não sogros em stock. Os autores da notícia de televisão fazem questão de frisar que as vítimas nunca viveram de subsídios do estado desde que lá estão, naquela demonstração de pequenez que faz com que para um português o acto de trabalhar seja digno de registo. "Cabrões!" - apetece-nos logo gritar, como se os canadianos não fossem iguais a nós com a única diferença de que lá o estado expulsa mesmo os estrangeiros que não andam na linha e aqui não. Atire a primeira pedra quem nunca desejou, nem que fosse só com os olhinhos, a extradição dum arrumador de carros ou dum carteirista.
Mas voltando à vaca fria que é a família de portugueses no Canadá, à medida que a notícia se desenvolve ficamos a saber que são emigrantes ilegais, que o patriarca já foi detido e não deve ter sido por ajudar velhinhos a atravessar a estrada e que pediram ao estado canadiano o estatuto de refugiados e depois o de asilados políticos, ambos obviamente recusados. Desconhecemos os argumentos que utilizaram para isto, gostávamos de saber quais foram mas assim à cabeça parece-nos que a troika não serve e nem mesmo a dupla Passos/Cavaco.
O que o estado canadiano está a fazer é, no fundo, o que todos nós gostávamos que o estado português tivesse t****** para fazer. Problemas já temos nós de sobra.

12/19/2011

Loooong lives the kim

As repúblicas são sempre (embora umas mais do que outras) monarquias mimetizadas pela populaça que ousou tomar o poder. Na Coreia do Norte, uma das verdadeiras caricaturas que ilustra esta tese de modo exemplar, o príncipe da sucata Kim Jong Un, vai tomar o trono do rei da sardinha assada, Kim Jong Il.

12/18/2011


Hoje, no conselho de ministros, o uso de gravata foi proibido. Não sei se estão a ver mas a falar para um povo que é mais... manual... do que intelectual, dá aquele ar de "Estamos a trabalhar muito! E ao domingo! Arregaçámos as mangas, tirámos as gravatas e isto está a render mais do que assentar tijolo! No fim bebemos uns copos e quando estivermos com as nariganas vermelhas arrotamos e contamos anedotas de gajas!" Eu tenho cá para mim que isto resulta. Quer dizer, não tenho a certeza, mas acho que resulta. É uma espécie de irmanação de almas entre o miserável que ganha o ordenado mínimo a trabalhar 8 horas (e meia?) por dia numa fábrica (quando tem emprego) e os seus responsabilíssimos governantes. Uma partilha e uma cumplicidade quase poéticas, não fosse os gajos irem jantar ao Tavares no fim da reunião. Mas isso já são pormenores. O que é certo é que o povo sempre mostrou gostar de ser enr*bado desta maneira em deterimento de outras. Portanto, oh Seguro! Vê lá se aprendes pá! Vê lá se não és tão burro como o teu amigo Socras quando lá chegares!

Ah! E já agora, a propósito do conselho dado pelo nosso primeiro aos professores, eu e a patroa estivemos à procura de anúncios na net e concluímos que no Brasil um profe ganha uns 12 reais por hora, o que equivale mais coisa menos coisa a 6 aéreos, por isso pensem bem no preço dos voos. Quanto ao número de braindead que lá vão encontrar não deve diferir muito do daqui, por isso nessa parte já vão ambientados.
Beijinhos!

E o espírito de Natal 2011 já fez a primeira vítima!

Ora vamos lá pôr os pontos nos "is" ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Coimbra que obrigou o comandante da polícia municipal a pedir a suspensão por ter enviado a todos os trabalhadores (desculpem se ofendi alguém), durante a hora de serviço, uma mensagem de Natal com conteúdo erótico.

1. Já sabemos quem mandou a mensagem. Agora a malta quer saber quem se chibou às televisões. Se foi o presidente himself é porque já andava com vontade de fazer a folha ao comandante por isso tinha mesmo que ser, se foi outro gajo qualquer o mais certo é tê-lo feito por inveja ao ordenado de boss da polícia, muito mais convidativo a um natal feliz que o de operacional.

2. A malta também quer saber se quem se chibou às televisões o fez ou não dentro da hora de serviço.

3. A malta (pelo menos aqui na padaria) não percebeu o conteúdo erótico da mensagem. As gajas seminuas (foi o que ouvimos dizer na reportagem) parecem saídas do catálogo do Centroxogo no carnaval, o que é mais de fugir do que erótico. A mensagem propriamente dita é do mais sério. Vejam bem, o homem deseja a todos os colegas, para 2012, "relações sexuais incríveis"! Não deseja pinadas, nem cambalhotas, nem quecas. Deseja "relações sexuais", assim mesmo com linguagem de médico. "A senhora tem que usar esta pomada antes de ter relações sexuais", por exemplo, querem coisa menos erótica do que isto?

4. A ser suspenso, o bacano devê-lo-ia ter sido por razões bem diversas. A saber:
4 a). Por ter feito um PPS. Isso sim, é criminoso. Se for um daqueles em que as letrinhas vão aparecendo uma de cada vez já merece no mínimo pena de prisão efectiva, e se tiver anjinhos com glitter ou ursinhos agarrados a corações XL (o que desconhecemos) é pena máxima - 25 anos. Se no final disser que deverá ser reencaminhado para dez pessoas para provar que se é amigo do mandante é pena máxima e 50 chibatadas.
4 b). Por ter desejado "que trabalhes muito". Há pessoas que não reagem bem a esse tipo de provocação e até são capazes de se sentir mal e ter qualquer coisa má.
4 c). Por ter desejado que "te paguem bem". A seguir ao conselho que o nosso primeiro nos deu hoje para pouparmos é a peça de humor negro mais enjoativa que ouvimos nos últimos anos e deve ter posto a maralha toda a pensar "Vai mas é gozar o c..."!

 Moral da história, meus amigos: Deixem-se dessas m*rdas de postais de Natal e concentrem-se em não serem apanhados na curva.

12/11/2011

Ca estúpidos!

Conclusão dos Censos 2011: Portugal perdeu, nos últimos trinta anos, um milhão de jovens. Pá... tanto dinheiro e tanto papel para chegar a isto? Fónix! Eles não se perderam! Andam todos aí! Só que já não são jovens porque passaram trinta anos! Por exemplo, aqui na padaria está uma!

12/09/2011

Ora então lá fomos nós outra vez aos palhaços

O Alberto João Jardim disse que não nutre nenhum afecto pelas pessoas do continente e eu estou que nem posso! Nem sei se vá já hoje afogar a minha mágoa no álcool se espero por amanhã! Talvez vá hoje que amanhã pode chover... No entanto, a verdade é que eu também não nutro nenhum afecto especial por ninguém do continente, mas é só porque não conheço ninguém de lá. Nem de lá nem do Jumbo nem do Feira Nova. Só que no meu caso isso não é notícia nos telejornais nacionais. Não é justo.

12/08/2011

É o karma!

Há uns vinte anos, mais coisa menos coisa, deixei de ir a um famoso restaurante aqui do burgo. Só por sugestão, porque os pobres não tiveram culpa nenhuma do que aconteceu. Simplesmente, depois de ter visto o matarruano na mesa ao lado a tirar a dentadura e sacar os bocaditos de carne entre os dentes da dita com a unhaca do dedo mindinho não dava. Não dava mesmo. Até porque ainda que lá não entrasse, aquela visão continuou a povoar os meus piores pesadelos, a par com a queda dum prédio de 150 andares e uma noite de amor com o Sr. Aníbal Silva a espumar-se pelos cantos da boca. Mas como o povo diz que o tempo tudo cura e eu de vez em quando acredito no povo, e como aquela imagem já longínqua se começou a esfumar em bruma, ontem voltei lá. Durante uns dez minutos a contar do momento em que entrámos e nos sentámos, tudo bem. Tudo bem até que o empregado de mesa trouxe a lista de vinhos e a abrimos. Lá dentro, descontraída, com as antenazinhas a dar a dar como que indecisa entre um Barca Velha tinto e um reserva Ferreirinha, passeava uma barata. Caramba, estava a correr tão bem! Reclamámos, claro. Reclamámos com quem deve ter tido menos culpa que era o gajo que estava ali à nossa frente. E o pobre, com cara de quem pensava que nunca devia ter saído da cama naquela manhã, a tentar acertar no bicho com um guardanapo que tirou da mesa ao lado até que conseguiu esborrachá-lo sem piedade diante dos nossos olhos. Pá... há coisas que parece karma... quando não dá não dá.

12/02/2011

Quais equipas de salvamento, quais médicos, quais quê?

Estive a ver as notícias (como sempre com contornos de melodrama patético, mas isso é outra conversa) sobre os seis pescadores de Caxinas que foram resgatados com vida após três dias no mar e a ilação possível é só uma: Pensa muito bem antes de arriscares a tua pele para salvar um portuga. O mais provável é que quem vá ficar com a fama e o proveito seja a Senhora de Fátima, o Senhor dos Navegantes ou qualquer outra divindade calina que não mexeu uma palha enquanto tu te esfalfavas.

12/01/2011

A justiça não é cega, é ceguinha

Eu sei que só percebo de carcaças e bolos de arroz e também sei que sou uma ingénua do caraças, por isso mesmo há coisas que se passam sem ser em filmes nem nada disso que me fazem muita confusão. A primeira é: Porque é que um crime de sangue prescreve? Roubar uma faca de serrilha numa tasca e ir com ela abrir pessoas, com o tempo, deixa de ter importância? Ao fim de vinte ou trinta anos já não faz mal porque toda a gente já se esqueceu, ou há outro superior motivo que escapa ao meu entendimento? Segunda: Como é que um(a) "jornalista", mesmo sendo do mui nojento semanário Sol, consegue ter estômago para ir entrevistar um brutamontes analfabeto e filho da p*ta (literalmente) que nem duas palavras consegue articular seguidas sem dar um pontapé na gramática e cujo único feito de relevo na vida além de assentar massa foi matar prostitutas que lhe faziam lembrar a mãe? Posto isto, quem é que acha mal que algum outro detido mais brutamontes do que ele acabe por lhe limpar o sebo na cadeia? Quem é que, sendo minimamente decente, não deseja secretamente que isso aconteça?