1/31/2007

UMA HISTÓRIA MODERNA

A leviandade com que a padralhada e as Kikis e Cocós e outros(as) que têm uma vidinha porreira defendem o Não no referendo com argumentos que não lembram ao diabo, habitualmente só me provoca riso.
Mas há alturas em que me provoca um aperto no estômago. Como quando me lembro da M., colega de turma de minha filha mais nova, com 16 anos, que teve um filho no ano passado. A M. vive com sozinha com o pai, “embarcado” de profissão e que pouco liga à filha, ou porque não pode, não quer ou a vida não lhe ensinou a fazer de outra maneira. Sem afecto, sem atenção, em suma “sem”... como reza uma marca de bolachas, a M. arranjou um namorado mais velho (cerca de trinta anos de idade) e adoptou-o como bóia de salvação.
Um dia, a M. teve um atraso no período e comentou com as colegas que talvez estivesse grávida. Estava preocupada. Como em todos os sonhos maus, não acreditou logo no que lhe estava a acontecer. Pensou que talvez fosse mentira, que talvez acordasse e visse que tinha sido só um pesadelo. Mas com o passar dos dias veio o fim da esperança. A M. chegou à escola coberta de hematomas. Tinha provocado quedas de escadas e cadeiras e tinha agredido violentamente o seu próprio ventre em desespero de causa. Contou ao namorado, que de imediato se evaporou até ao dia de hoje. As colegas contaram às professoras, que chamaram o pai para lhe contar. Depois de saber, o pai partiu também para uma viagem. A M. ficou sozinha e assim haveria de permanecer até ao final da gravidez. Como não tinha ninguém em quem confiar nem com situação financeira capaz de a levar a Espanha, e como em Portugal uma das únicas formas de conseguir um aborto nos serviços públicos de saúde é a gravidez ter sido fruto de violação a M. apresentou queixa na polícia. Estava quase de cinco meses. O agente de serviço olhou-a com pena e disse-lhe – “A menina devia ter feito isso há mais tempo, agora é tarde!”.
A M. estava sozinha e grávida. A directora de turma levava-a às consultas e a escola reuniu dinheiro para comprar o enxoval do bebé. Mas a M. estava sozinha. Morava nos subúrbios. E só tinha o passe de autocarro que a acção social escolar pagava. Podia entrar em trabalho de parto a qualquer hora da noite e estava sozinha. Cheguei a dizer à minha filha que lhe desse o meu número, que me podia ligar, que a iria buscar para a levar ao hospital. Penso que as professoras tiveram a mesma ideia porque não foi preciso. Um dia, tive a notícia de que o bebé tinha nascido.
Hoje em dia, a M. falta à escola a maioria das vezes, provavelmente não irá mais além. Diz-se que não gosta do filho. Que se irrita quando ele chora e que o olha com amargura.
Isto que acabei de contar é, segundo algumas mentes brilhantes, moderno.

JÁ QUE A QUESTÃO É DINHEIRO




que tal analisá-la em todas as vertentes?

1/29/2007

DESCOBRI!


Ouvi esta lá no emprego:


-O ****** ******* lá se casou.
-Casou?
-Sim. Coitadinho.
-Com quem?
-Com uma senhora que também é lá de *****. Coitadinho. Merecia. Depois de a mulher o ter deixado daquela maneira. Estava para ali sozinho com o filho. Sempre arranjou uma mulher para lhe tomar conta da casa, e dele, e do filho...
-Isso é verdade... Coitadinho...


E neste momento descobri porque é que não consigo arranjar uma empregada decente cá para casa. Eu pensava que hoje em dia se limitavam a levar uma pipa de massa à hora, exigir férias pagas quando a gente mais precisa delas, comer uns petiscos, espreitar os vizinhos jeitosos à janela e ter uns disquinhos porreiros lá em casa para curtir enquanto se preparam psicologicamente para limpar o micro-ondas... Afinal já é preciso casar com elas e tudo.

Assim não dá.

1/28/2007


Olá queridos, hoje vou dedicar-me exclusivamente a feitos de mulheres.


Primeira: A D. Matilde. À uma pelo penteado. É um dos capacetes de cabeleireira de bairro mais perfeitinhos e magnânimes que já vimos. Aguentar aquilo sempre impec com a ventosga que tem feito é obra. Parabéns! Depois, pela posição que assumiu na questão do aborto e que consegue manter... atenção... sem se rir! Na entrevista que deu hoje ao JN arrota as seguintes pérolas:

"Os economistas dizem (...) que é uma mais-valia haver mais crianças, existirá mais mão de obra e ajudarão a pagar as reformas. (...) Em Portugal temos (...) falta de um milhão de crianças."

ou

"A França não é exemplo para ninguém porque tem cerca de 200 mil abortos por ano, e os imigrantes reproduzem-se muito mais que os europeus..."

Confesso, queridos clientes, que é lindo ver um discurso tão fluente e honesto, tipo o mulherio do povo que continue a parir senão qualquer dia temos que pôr os nossos ricos meninos de trolhas e carpinteiros, que sigam o exemplo da pretalhada, por exemplo, que faz filhos sempre seguidos para nunca se nos acabar a criadagem! Claro que é mais fácil manter um discurso simples como este quando se tem um penteado complicado como o dela, mas mesmo assim!...


Segunda: A D. Maria de Lurdes, uma mãos-largas que instituiu um prémio de 25000 euros para o professor que se destaque, através de actos e/ou exemplos. Achei muito bem e proponho desde já a sonsa da patroa para vencedora da primeira edição. Se pelo menos metade dos inúteis que por ali andam a roçar-se e a tropeçar uns nos outros seguissem o exemplo dela, que há meia dúzia de anos deixou de concorrer e nunca mais deu uma aula, o sistema de ensino melhorava a olhos vistos, podem crer.


Terceira: A Fátima Lopes, que mais uma vez conseguiu distribuir bolacha-maria do InterMarché aos pretinhos desgraçadinhos do Senegal sem ter sido corrida ao pontapé.


E por hoje fico por aqui, já chega de talentos.


Tenham uma semana tão boa quanto possível neste mês tramado e grande com frio e sem feriados.


Uma beijoca da Rosarinho.

1/25/2007

O NIM E O FIM DA CAMPANHA


A mobilização civil em torno da questão da IVG (vulgo, aborto) mostra bem a criatividade e o excelente sentido de humor dos portugueses. A campanha vai de vento em popa. Depois dos adeptos do "SIM" e do "NÃO" surgiu agora, pela mão do imparável cómico Prof. Marcelo, a campanha do "NIM", que é como quem diz baralha e torna a dar. E já há pelo menos um adepto: Um membro do clero que, somos sinceros, já não sabemos quem é porque esses gajos são como os polícias, falam todos "ascim" e torna-se difícil distingui-los uns dos outros.
Quanto a nós, pessoal da padaria, o grande ponto forte desta nova vertente da campanha é, sem dúvida, a descontração que o professor revela a defender uma teoria que, apostamos tudo, nem ele próprio percebe. Aliás, só nos conseguimos lembrar, assim de repente, de duas pessoas com esta certeza no cagar: O professor Marcelo e o professor Saraiva que (carago!), quando ele diz "D. Afonso Henriques arreou o calhau precisamente atrás desta árvore!", di-lo com tanta convicção que nem o mais pintado se atreve a duvidar.

Infelizmente, esta revolucionária teoria do "NIM" veio arrumar com qualquer hipótese de inventar seja o que for a este nível. A gente aqui bem tentou puxar pela cabeça, mas nada. O grau de parvalheira atingiu o pico. Daqui para a frente, é o deserto.

1/24/2007

A BLOGOSFERA, A PARTILHA E O ABUSO DE CONFIANÇA

Foi no dia 17 de Agosto de 2004 que, inocentemente, escrevi o que deve ter sido o maior êxito de toda a minha vida. Não me estou a ver repetir a façanha, pois uma vez que não consegui diagnosticar as causas do êxito também não conseguirei reproduzir a receita. Nem sequer acho a história particularmente brilhante ou interessante. É banal.
A única coisa que me chateia um bocadinho é já ter recebido o meu texto inúmeras vezes, por mail, assinado com nomes diferentes mas nunca com o meu, nem com menção ao local de onde foi retirado (copiado).
Ontem, um amigo chamou-me a atenção para a sua publicação num blogue, agora apropriado por um indivíduo de sexo masculino que se limitou a alterar o género das palavras que se referiam a mim e apresentá-lo como uma história sua.
É, apesar de nada de grave pois não vivo disto, uma sensação um pouco estranha... para não lhe chamar outra coisa.

Aqui está o meu texto original.
Aqui está o texto devidamente plagiado.

1/23/2007

MAIS UMA DÚVIDA



A judiciária passou o dia a vasculhar gabinetes na Câmara Municial de Lisboa, incluindo o do próprio presidente.


Terá encontrado alguma coisa?

UMA DÚVIDA:

Aqueles conjuntos de letras que aparecem nos comentários do Blogger para a gente copiar servem para:

a) A gente saber que tem que ir ao oftalmologista;
b) A gente mostrar que sabe o alfabeto;
c) A gente mostrar que sabe usar o teclado;
d) A gente perder a p*ta da paciência;
e) Outra. Qual?............................................................

1/22/2007

Olá queridos clientes!

Eu sabia! Juro! Eu sabia! Aquela gaja nunca me enganou! Quem? – perguntam vocês – A sonsa da Hillary! Eu sabia!
Mas ok, eu passo a explicar. É o seguinte: A Srª Hillary Clinton está na corrida à casa branca. E eu, Rosarinho, apesar de rapariga de padaria e só com o 9º ano, há q’anos que sabia que isto ia acontecer.
É que era só juntar 2+2. Senão vejam:
Por que motivo uma mulher, casada com o gajo mais famoso do planeta, é monumentalmente encornada, toda a gente fica a saber (e quando digo toda, é toda, desde o Burkina Faso a Freixo-de-Espada-À-Cinta), não pode aparecer em lado nenhum, nem nas compras, nem no café, nem no cabeleireiro que fica a maralha toda a cochichar e a gozar com a cara dela, e não faz absolutamente nada? Alguém me explica?
Sim queridos clientes, porque uma coisa é a gente descobrir que o nosso marido se andou a esfregar na vizinha do 5º esquerdo e a coisa não passar ali do bairro. Outra, bem diferente, é passar nos noticiários em todo o lado. E se até a minha vizinha Deolinda, quando descobriu do traste do marido, lhe partiu uma cadeira pela cabeça abaixo que ficou logo com a mobília Luís XV desfalcada e ainda mandou uma carta anónima ao marido da outra que andou o bairro todo à sarrafada (palavra de honra aquilo foi melhor nesse ano do que o S. João no Porto), como é que a Clinton se deixou ficar assim na boa? Claro que, apesar de americanos, aquilo é gente fina, não se esperava que andassem à porrada em directo nem a mandar caralhadas na televisão, mas porra! Pelo menos pedir o divórcio, amuar até ele pedir desculpas em público, ir morar para um hotel e pôr o gajo a pagar a conta! Qualquer coisa! Ninguém me tirou da cabeça que ali havia truque! E cá está! Já nessa altura a gaja estava a estagiar para presidenta, mentalmente, mas estava! E nada melhor que o palerma do marido ser apanhado naquilo das noites grátis PT (tipo, chamadas de longa distância estão a topar?) com a estagiária para perder a credibilidade toda e ela ficar assim uma espécie de mártir e bué de bem-vista. O presidente que se seguiu, só por si, fez o resto do trabalho sem ela ter que se esforçar nada porque tolinho maior não podia haver.
Claro que não a estou a criticar, note-se! Acho até que fez muito bem! Grande mulher! Eu cá é que nem em 100 anos arranjava o sangue-frio que ela teve! Só tenho a dar-lhe os parabéns! Até porque era capaz de cortar tudo rente em como ela própria, enquanto o xoné do marido era apanhado numas sessões de brioches, quiçá mal cozinhados e à pressa, com uma gaja que depois só lhe arranjou chatices, os motoristas e mordomos e demais criadagem masculina bem-apessoada da casa branca deve ter andado numa fona, que a mulher não é nenhum estafermo, não tem um olho no meio da testa nem uma perna maior que a outra. Foi mas é mais inteligente.
Por isso, mais uma vez, os meus parabéns para ela e espero bem que ganhe, porque de levar com “cóbois” broncos está o mundo cheio.

Até para a semana queridos, e uma grande beijoca da vossa

Rosarinho

1/18/2007

O POLITICAMENTE CORRECTO É UMA COBRA VENENOSA



Há uns anos, quando fiz o meu estágio no sistema de ensino, o meu grupo foi constituído por três mulheres sobre as quais nada havia a dizer (uma das quais era eu) mais uma que ostentava na testa o rótulo "Coitadinha de mim, sou angolana e negra e os meus antepassados sofreram muito por vossa causa, redimam-se!". Claro que este rótulo não se notou logo, começou por vir em letras pequenas.
A princípio tudo parecia normal, estávamo-nos todas bem a cagar para o sítio onde cada uma tinha nascido ou quem as famílias eram (nem éramos particularmente amigas) e passámos à acção, ou seja, trabalhar q.b. para fazer aquilo na boa e com a melhor nota possível.

Quando começaram as aulas, constatámos que a nossa colega angolana falava e escrevia inglês mais ou menos como um sapateiro toca violino. Era um problema. E tratámos de o resolver.

Nas reuniões de avaliação desvalorizávamos os erros da colega, atacando sempre com a boa vontade e a capacidade de trabalho que demonstrava. Tudo tretas, como se sabe, até porque se fossem os nossos filhos que ali estivessem a aprender o inglês dela mudávamos os gajos de escola, mas um paleio roto que costuma ser suficiente para acalmar os ânimos nestas situações. Qual não foi o nosso espanto quando verificámos que ela aceitava os nossos elogios como verdadeiros e ainda retorquia sacando dos seus caderninhos de apontamentos para nos apontar todos os pequenos erros incluíndo ter aberto um estore num dia de sol e ter ficado a cabecinha dum menino a esturrar durante dez minutos. Mas não se ficou por aqui, upa upa! Com o tempo, foi-se tornando uma criatura embirrenta e insuportável. Não comparecia nos trabalhos de grupo mas fazia questão que o nome dela figurasse, dava os planos de aula a fazer a uma de nós com a desculpa de ter a filha doente, exigia boleias de e para a escola com a agravante de qualquer uma de nós ter que fazer um desvio para a ir buscar a casa e nem sequer se dava ao luxo de descer e esperar cá em baixo. Era necessário estacionar o carro, ir lá a cima tocar à campainha e esperar que ela acabasse de se arranjar e, muitas vezes, que a filha acordasse porque não se pode tirar uma criança da cama à força. E nós esperávamos e grande parte das vezes chegávamos atrasadas à nossa aula por causa dela.

Pavoneava-se por todo o lado com a bíblia debaixo do braço (pertencia a uma seita qualquer que nunca chegámos a identificar) e fazia citações bíblicas sempre que pretendia atirar uma indirecta sobre a nossa conduta moral ou a nossa vida privada.

E para agravar tudo, começou a queixar-se às orientadoras de estar a ser desprezada pelo grupo (como é evidente, nas nossas costas), e o resultado era nas reuniões de avaliação nós levarmos na cabeça até mais não por um erro de chacha e ela levar uma festinha no lombo depois de ter dado um pontapé de todo o tamanho na gramática, com o incentivo "Coragem! Tu consegues!", E nós, claro, com cara de parvas a tentar perceber o que raio estaria ali a acontecer.

Até que um dia nós nos fartámos. Eu fui a primeira a dar com os pés, olha eu! Chamei-a à parte e expliquei-lhe que "Olha, querida, ou te pões fina ou estás à pega comigo que estou fartinha de levar contigo, capice? E as boleias acabaram-se, apanha o autocarro que é bom." As duas restantes seguiram-me de imediato e, certinho direitinho, no dia seguinte sussurrava-se na escola que "as três meninas brancas do grupo de estágio de português e inglês vão ter uma queixa no SOS Racismo". Claro que não aconteceu nada, mas na verdade eu é que pensei na altura que seria oportuno queixar-me ao SOS Racismo, seja lá isso o que for.

Claro que isto não aconteceu por ela ser negra ou castanha ou preta ou o raio que a parta. Aconteceu porque a gaja era simplesmente parva. Só que quando uma parva pertence a uma minoria a que se tenha estabelecido atribuir o estatuto de espécie protegida torna-se tudo muito mais complicado.

SOU EU QUE ESTOU MARICAS HOJE OU ISTO É MESMO TRISTE?


Se a criança que o tribunal de Torres Novas condenou a ser arrancada de casa e da família, acabar mesmo por ter que ir viver com a criatura boçal que aparece nas notícias com a legenda "progenitor", vai acontecer o seguinte:
Daqui a uma meia dúzia de anos, quando um jornalista se lembrar (porque vai lembrar, acreditem) de ir ver o que foi feito dela, vamos ficar a saber que tudo correu mal. E vamos ficar todos com um sabor amargo de culpa na boca, por permitirmos que coisas destas aconteçam à nossa frente e nada fazemos.
Todos menos o juiz, que esse nem deve ser de cá, deve ser um alien de passagem...
Só pode...

1/16/2007

ANDAR POR AÍ


Lembro-me da primeira vez que perguntei o que era um homossexual. O "brinde" calhou à minha mãe que, ainda a chocalhar por dentro com o impacto, me respondeu que era uma homem que "andava por aí com outros homens" e que a bíblia preconizava como castigo para esse crime, a morte.
Então eu lembrei-me do meu pai, que costumava ir tomar café com um vizinho demorando por vezes horas no paleio, e fiquei preocupada. Será que o meu pai e o Martins mereciam a morte por andarem "por aí" um com o outro? Pelo sim pelo não, talvez a minha mãe não soubesse este segredo. Talvez pensasse que o meu pai tomava café sozinho. E decidi que não lhe contava nada. Está certo que várias horas de conversa sobre o Benfica ou sobre o governo era coisa, no mínimo, demoníaca. Mas... a morte? Teria a minha progenitora enlouquecido?

Andei uns dias a pensar nisto e o meu raciocínio filosófico levou-me a recordar que, já algum tempo antes, quando tinha perguntado o que era uma prostituta, a resposta tinha sido "uma mulher que anda por aí com os homens". O fulcro da questão residia, assim, no conceito de "por aí" com "homens". Continuei intrigada, mas mais tranquila porque não costumava andar com homens, só com rapazes da minha idade e esses não deviam contar. Os homens com quem me relacionava eram sempre da família, de confiança, e nunca andava com eles "por aí". Só em jantares e almoços de família, piqueniques e aniversários. Às vezes, porém, quando voltava da escola e alguma colega me chamava para ver uma montra, entrar no café para comprar umas chiclets ou ir lá a casa ouvir um disco novo, interrogava-me secretamente sobre se aquilo já poderia ser considerado "andar por aí" e se haveria homens por perto.

1/15/2007

DIGAM-ME QUE É MENTIRA

Digam-me que fui eu que bebi demais
Que bati com a cabeça em qualquer lado
Que ando muito cansada e a ouvir vozes
E a ver coisas.

E que não foi verdade ter aparecido hoje nos serviços noticiosos, um bacano de fatinho e gravata à ocidental a dizer que enforcar um gajo e a cabeça separar-se do corpo é um acto de deus e um procedimento normal.

...
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1/14/2007

Hoje vim só formular um voto, já que não o fiz na passagem do ano por excesso de substâncias várias que me impediram o raciocínio de funcionar no seu pleno antes de chegar a meia-noite. E vocês, queridos clientes, vão ficar de testemunhas que é para dar resultado.

"Que este ano eu venha a ter uma nota de 5 euros (Não, não é de 500, nem sequer de 50. É mesmo de 5 porque caso contrário eu nem saberia o que fazer a tanta massa e era capaz de me passar), por cada beata deste país de concordatas que já fez um ou mais abortos ou ajudou alguém a fazer e vai votar "Não" no referendo."

Cum carago, vou ficar rica e tomar a padaria de trespasse!

Até para a semana queridos, agora vou começar a preencher os boletins do totoloto e do euromilhões.

Uma beijoca da Rosarinho

JOSÉ CID, PATRIMÓNIO NACIONAL







Este gajo é o que consegue reunir mais consensos em Portugal a seguir à selecção nacional. Ainda por cima, esta noite, na festa de São Gonçalinho em Aveiro, revelou para quem o quis ouvir, que tem a pila grande. Assim sem mais nem menos.
Porra, o homem é mais que um cantor de favas com chouriço, o homem é um menhir! Já devia ter sido classificado pelo IPPAR.

A última foto não tem nada a ver, só achei piada à miúda.

1/12/2007

A GRANDE ALMA LUSA


Cavaco Silva, de viagem à Índia, enquanto lhes foi passando a mão no lombo como sempre se faz nestas ocasiões oficiais e de protocolo, como quem não quer a coisa resolveu vingar-se deles terem ficado com Goa, Damão e Diu: Levou em stock a Cátia Guerreiro e obrigou-os a levar com umas sessões de faduncho. Pimbaaaaaa!!!

Pensavam que a malta brincava em serviço, é?

1/11/2007

QUE FAMÍLIA!

(Clicar na imagem para ver em tamanho decente)


Agora, que decididamente está a tornar-se um acessório fora de prazo cá em casa e temos que o guardar sob pena de parecermos tolinhos, custa-me no entanto retirá-lo para o silêncio esmagador da arrecadação sem o mostrar ao amável publicozinho.


Cá está, então, caros clientes, em exclusivo, o nosso maravilhoso presépio do Natal 2006, que desta feita subordinámos à temática paleolítico/jurássico/mix.


Espero que gostem.


Ou, como diria a Robina e muito bem...


Que família!!! :)

1/10/2007

LADY'S NIGHT


Não tenho tema. Não tenho inspiração. Vou dormir. A noite que passou foi "lady'ss night" no SU do Hospital Infante D. Pedro, com a minha filha mais nova a protagonizar uma monumental paragem de digestão com direito a tudo. Eu fui só artista secundária, mas estou cansada na mesma.

Há muito tempo que já não ia para a night nas urgências dum hospital. Aliás, acho que a última vez foi quando o meu filho bebeu um frasco de óleo de cedro para móveis. Foi há mais de vinte anos. E há mais ou menos um mês, a irmã mais velha, num almoço em que se invocaram velhas recordações de família, lançou descontraidamente esta pergunta:

-Lembras-te quando eu obriguei o João a beber um frasco de óleo de cedro e ele ficou todo roxo e caiu para o lado? Eh eh eh!

-Foste tu???!!!

E ela, inocentemente:

-Fui! Não sabias? Dei-lhe o frasco e disse-lhe, "se não beberes, não és homem nem és nada"! Era mesmo parva!


E eu andei vinte anos a martirizar-me sem conseguir resposta para a pergunta "Como diabo fui eu deixar um frasco de óleo de cedro à mão do puto?"


Até amanhã.

1/09/2007

BUSCA BOBBY! BUSCA!



videos gratis de adolescentes na cama a fazer sexo – nem no sofá, nem no chão, nem no carro dos papás. Só na cama!
Anda uma mãe a criar filhas para isto! – Podes crer. A tua mãe sabe que andas no google a fazer estas perguntas estúpidas?
fotografias julia pinheiro sexi – com ou sem o burro?
como se deve fazer para lugar no autocarro a uma senhora grávida – Quando ela estiver quase, quase ao pé de ti, levantas-te e dizes-lhe a ela para se sentar no teu lugar. Mesmo que desconfies, não deves dar-lhe uma murraça na barriga para ver se é uma almofada.
porcas sexuais – com parafusos?
grandes dildos insufláveis – Esquece filha. Se aguentas com isso, dedica-te, por exemplo, a fazer mudanças.
modelos grátis de plantas de casa – si si, cariño!
que tipos de tampões de roda – Há tipos p’ra tudo…
videos gratuitos de cavaco – mas… quer dizer que se fosse a pagar, pagavas?!
pés vídeos grátis – Ok… prefiro os do Cavaco.
farinha amparo – Bingo!

1/08/2007

AUTO-ESTRADA

Fui ver este filme.



Esta também deve ter ido.
Só que eu consegui manter-me acordada.

E agora é aqui que entram os gajos cultos que levaram uma seca tão grande ou maior que a minha, com a sua deixa: "Ah! Mas é maravilhoso! Maravilhoso!... Não é para toda a gente..."

1/07/2007

Olá amores! Hoje, como não houve assim, sei lá, nada de especial a atrair a nossa atenção durante a semana, vou fazer uns breves apontamentos sobre acontecimentos variados que tiveram lugar. Está bem assim?

1. Começou o Lisboa-Dakar. Eu sei, esta merda não tem interesse nenhum. Interesse teve ver os saloios que por lá apareceram, uns a tirar retratos às vedetas, outros à cata de uns brindes e outros a mostrar os seus vastíssimos conhecimentos na matéria porque estes nunca faltam, até parecia mal. Aqui no farinha, a vossa comentadora preferida que sou eu, resolveu eleger em primeiro lugar o cota que foi para lá chagar a cabeça ao pessoal todo a perguntar sobre o jipe novo que comprou e que ainda se gabou disso em público.
2. O Porto foi eliminado da Taça de Portugal. Claro que, com a categoria que todos sabemos que o clube da imbíqueta tem, só pode ter sido batota. Só pode!
3. O Beira-Mar ganhou 6-0 a um clube chamado Santana que eu nem sabia que existia. Não deve ter nada a ver com o político de mesmo nome, mas é pena. Ok, ok, eu sei, é da III Divisão. E depois? O Porto também perdeu com o… como é mesmo o nome? Ah! Atlético não sei do quê!
4. Desculpem mas tenho que voltar a falar desta senão até fico entalada. Ainda agora o Porto perdeu com o Atlético não sei do quê e já andam para aí más-línguas a dizer que o árbitro deu mais 5 minutos de jogo e marcou um penalty nesses mesmos 5 minutos para favorecer o Dragoun. Eu não percebo nada destas coisas de futebol mas não é possível isto pois não? Até porque se o homem dava mais 1 ou 2 minutos, na volta o Atlético Não Sei do Quê marcava mais um, lol!
5. Esta também gostei, não me perguntem porquê. Aqui os nossos vizinhos espanhóis andam a meter requerimentos à igreja para que os seus registos de baptismo sejam apagados. Isto mostra bem da fibra que os bacanos são feitos, irra! É por isso que levam tudo ao exagero e até toiros matam, rais os parta! Olha nós, por muito que as missas nos provoquem cólicas e flatulências, a darmo-nos ao trabalho de sair do sofá para pedir que apaguem o baptismo lá dos calhamaços deles! Aquilo é mais caneco de água, menos caneco de água. Ainda se fosse tinto!...
6. Ah! Não sei se já tinha falado desta, o Porto foi eliminado da taça de Portugal.
7. Esta semana ficámos todos a saber, graças a um estudo, que Aveiro está entre as melhores cinco cidades de Portugal para se viver. O motivo é que é giro. A água. Que nem é potável. De qualquer maneira nunca mais me queixo do preço da factura dos SMAS, não quero passar por ignorante.
8. Não sei se sabem, mas o Porto foi eliminado da Taça de Portugal. E o guarda-redes do Atlético Não Sei do Quê chama-se Janota! Mas não deve ter sido por isso, o penalty do Quaresma nem teve que o defender, até foi à trave!
9. Por momentos pensei que tinha começado outro mundial ou outro europeu de futebol. Mas não. Foi só uma manifestação de emigrantes portugas contra o encerramento de consulados nos EUA. Mas para que servem os consulados? Não nascem lá putos, pois não?
10. Não sei se já vos falei disto, o Porto perdeu 1-0 com o Atlético Não Sei do Quê a contar para a Taça de Portugal.
11. Cavaco Silva promulgou finalmente a Lei das Finanças Locais. Aos repórteres, disse que não podia fazer outra coisa. Mas lá no fundo dos olhos dele, eu vi que a mensagem era: “Enquanto aquele saloio do Fernando Ruas não deixar de pintar a cabeleira e o bigode em estilo Saddam, nem devia era ter lata de sair à rua.” Eu acho que o PR tem muita razão.
12. Finalmente, uma notícia fresquinha. Neste momento, estão os jogadores e os sócios (todos) do Atlético Não Sei do Quê a acabar com todo o leitão e todo o tintol da Mealhada, depois de terem eliminado o Porto da Taça de Portugal. A partir de amanhã vai ser quinze dias a água das pedras… eles e também os do Porto, claro.

Até para a semana queridos, fiquem com uma ganda beijoca da vossa

Rosarinho, como de costume.

Mesmo os do Porto!

1/05/2007

SPA – SÍNDROME DE PRINCÍPIO DO ANO


Como sempre, o resultado dos excessos natalícios foi mais dois ou três quilos de rabo. Por isso, estou a fazer dieta, o que, como todos sabemos, é um exercício que, pelo seu elevado grau de dificuldade, nos isenta de ir a Fátima a pé ou à missa ao Domingo.
Felizmente este ano conto com a ajuda da Corega Tabs, que lançou uma campanha ao estilo “testemunho real”. Com um bocado de sorte, na hora da refeição ou antes uns minutos, estamos nós a ouvir uma super-tia a explicar com pormenor como os flocos de cereais se metem entre a gengiva e a dentadura ou como os morangos a deixam a parecer um vampiro depois de atacar a vítima, com um realismo capaz de tirar o apetite ao mais porcalhão. Se os gajos do remédio para a diarreia se deixarem daquelas paneleirices de pôr um bacano na fila para a bilheteira a perder a vez por ter que ir a correr à casinha e optarem pela mesma estratégia, lá para Fevereiro estou apta a ser contratada pela Elite Model Look.

1/04/2007

TPC


Hoje marcaram-me Têpêcês. Foi aqui.
O Têpêcê é dizer o que é que eu queria ser quando fosse grande quando era pequenina. É confuso não é? Leiam outra vez mas baixinho e depois digam ao espelho.
É um TPC difícil porque eu era gaja para jurar que não há puto que não queira ser umas centenas de coisas diferentes ao longo da sua fase de treino e preparação. Mas vou dizer as que me lembro:

Houve uma altura em que quis ser empregada de mesa. Por isso, quando ninguém estava em casa para me cercear a força criativa, sentava os meus irmãos numas cadeirinhas com um banco de cozinha no meio a fazer de mesa e servia-lhes porcarias tipo ovos mexidos com pão ralado, café frio que tinha sobrado do almoço dos adultos ou bolachas Maria barradas com kilos de margarina Planta. Eles comiam e que eu me lembre, nunca reclamaram.
Houve uma altura em que quis ser professora. Quando as minhas colegas iam lá para casa brincar sentava-as numa escolinha improvisada e passava-lhes secas de gramática e história de Portugal, que era duas coisas que eu gostava muito. Também lhes dava porrada e dizia-lhes que tinha que ser assim porque para brincar às escolas tinha que ser como nas escolas a sério.
Houve uma altura em que quis ser catequista. A minha catequista maquilhava-se muito e usava saias hiper-mega-curtas, enquanto que eu me imaginava muito beata e o exemplo de virtudes da aldeia. Como esses dois conceitos começaram a fazer faísca na minha cabeça, acabei por desistir da ideia.
Houve uma altura em que quis ser agricultora. Aproveitei uns feijões podres que a minha mãe tinha posto de lado e fui plantá-los num cantinho do quintal, com muito carinho, e até pus uma tabuleta a dizer “feijões” como nos livros. Toda a gente se fartou de gozar comigo e depois afinal cresceram ali imensos feijões que deram imensas sopas lá para casa. A minha mãe andou uns tempos a contar a história a toda a gente e depois fartou-se. E eu também.
Houve uma altura em que queria ser patinadora artística mas tinha que ser no gelo e em pares. Ficava horas a ver os campeonatos de patinagem artística na televisão e o meu sonho era ter um gajo qualquer a fazer as piruetas comigo ao colo porque aquilo devia ser muito difícil. Um dia perguntei à minha professora primária porque é que não havia um pavilhão de gelo artificial no recreio da nossa escola centenária e ela ficou uns segundos a olhar para mim. Deixou-me na ignorância.

E estas são as mais importantes.

E agora, é suposto eu passar o Têpêcê a três vítimas, por isso passo ao meu mais que tudo, ao Kimikkal e à Saltapocinhas.

1/03/2007

A propósito das cenas de adultério constantes da próxima novela, série ou lá o que é, “Paixões Proibidas”, uma das actrizes que não faço a mínima quem seja ou que nome tenha, lança candidamente esta pérola:
-Claro que para os homens é muito mais difícil, por motivos óbvios (referindo-se ao momento em que se apanha em flagrante o/a cônjuge em adultério).
Claro que a mocinha falou assim porque é modernaça, urbana, com menos de 150 anos de idade e deve ter feito, pelo menos o 9.º ano de escolaridade. Porque se ela fosse analfabeta, a viver numa aldeia no meio das berjenjas e a ter que dar o coirão todos os dias a tirar batatas e a mugir as vacas… ou se fosse, sei lá, um camionista bronco com barriga de cerveja e farta bigodaça, teria dito:

-Mulher e carro num se impresta a ninguéim!
ou
-Eles são assim, já se sabe, têm as suas nescessidádezes…
ou
-Um home farta-se de sardinha todos os dias, tem quir ós bifes!
ou
-Já se sabe que há coijas cus homes têm que procurar fora de caja!
ou
-Cum home faça coijas déssazes, já é mau, agora uma mulher!... (E aqui benzia-se)
ou
-Mulher minha fica im casa! Uga! Uga!
ou
-Ir às putas???!!! Isso num tem mal! Desde que num se falte cum nada im casa à mulher e ós filhos!...

Mas felizmente, a urbanidade e a educação tornam as pessoas muito diferentes, ufff! E esta nova geração é muito à frente.

1/02/2007

EXERCÍCIO DO DIREITO DE RESPOSTA


Não, senhor cardeal, nós não somos terroristas.
Nem a mãe que é obrigada a admitir que não pode sustentar mais um filho a pedir alimento, nem a criança que sofre o primeiro desgosto de amor, nem a mulher esmagada pela dor de saber que carrega no ventre um filho doente que não será feliz, nem a prostituta que leva sobre os ombros toda a humilhação, nem a mulher que tem que escolher entre ter emprego ou não ter emprego, nem a que teve simplesmente uma surpresa da vida que não esperava, nenhuma delas é terrorista.
Terrorista é quem condena o próximo sem nunca ter estado no seu lugar.
Terrorista é uma igreja capada que vive de manter capada uma horda de fiéis.
Terrorista é uma igreja gorda e velha que não permite o uso de contraceptivos mas exige que toda a criatura concebida seja cuspida no mundo.
Senhor Cardeal, o Jesus de que vocês se apoderaram em nome duma fé cega, não nos chamaria terroristas.