9/30/2006

DISCRIMINAÇÃO POSITIVA OU UMA MANEIRA SIMPÁTICA DE NOS CHAMAREM TRENGAS


Ando a fazer um curso de formação em horário pós-laboral. Até aqui nada de especial, era um tema que já há um tempo me apetecia aprofundar, apareceu, inscrevi-me.
A particularidade é ser um curso onde só foram admitidas mulheres. Era inclusive um dos requisitos para inscrição: Ter nascido fêmea.
Não consigo compreender estas coisas. Se acontecesse o contrário (um curso só aberto à participação masculina) caía o Carmo e a Trindade!
Se a TSF resolvesse criar um forum para a participação de homens, caía o Carmo e a Trindade!
E há mais exemplos mas eu não me lembro agora.
Parece-me que isto é, basicamente, anti-constitucional, porque não é suposto haver discriminação em função do sexo. Depois respondem-me que é discriminação positiva.
A discriminação positiva é, então, um conceito inventado para poder contornar o princípio da igualdade de direitos consagrado (e sagrado) nas sociedades ocidentais democráticas.
Não está certo pois não?
Ou é só a mim que está a escapar qualquer coisa?

9/28/2006

O SIMPLEX JÁ CHEGOU ÀS JUNTAS DE FREGUESIA!

No caso de Louredo, na versão simplório.


MAIS UM SERVIÇO PÚBLICO DA PADARIA DA FAMÍLIA

Quem conhece a Conservatória do Registo Civil no Bairro da Forca-Vouga em Aveiro sabe que eles dão o bilhete de identidade de um dia para o outro (o que dá imenso jeito a baldas como eu, que deixo andar aquilo caducado ou com a morada diferente da carta de condução para cima duma eternidade e quando já não posso protelar mais lá vou a correr tratar do assunto).
Quem conhece a Conservatória do Registo Civil no Bairro da Forca-Vouga em Aveiro também sabe que muitas vezes, está apenas uma funcionária em front-office, é preciso para aí uns dez minutos para atender cada cliente, no mínimo, e chega a haver uns vinte ou trinta números à frente do nosso, o que é coisa para desencorajar o mais valente.
Quem conhece a Conservatória do Registo Civil no Bairro da Forca-Vouga em Aveiro sabe ainda que a máquina de senhas que eles têm é daquelas antigas que já só se usam nas charcutarias dos supermercados. Os tickets não têm data, nem hora, e são iguais de rolo para rolo.

Por tudo isto, aqui vai uma dica em especial para os clientes do farinha, que por levarem a xaropada de ler isto regularmente têm a recompensa de poder beneficiar desta estratégia única que descobrimos da última vez que lá fomos.
Então a história foi mais ou menos assim:
Tirámos a senha, éramos o 38. A funcionária estava a acabar de atender o 8 e chamava corajosamente o 9, sabendo de antemão que àquela velocidade se arriscava fortemente a dormir lá. Viemos cá fora apanhar uma bequinha de ar, conversar um bocadito e tal… e eis que de repente, reparámos que as floreiras em frente do edifício estavam pejadas de papelinhos cor-de-rosa amachucados. Aproximámo-nos, tirámos um. Sim, tudo aquilo eram senhas de atendimento. De covardes desistentes? Do dia anterior? Não interessa. Abrimos algumas. Escolhemos uns números jeitosinhos e voltámos para dentro. Éramos o 12. Fomos atendidos num instantinho e tivemos o resto da tarde para anhar numa esplanada a descansar como convém a grandes mentes como as nossas.

Acreditem, aquelas floreiras estão sempre cheias de senhas. É só ver em que número vai e escolher.
Apenas um conselho, uma questão técnica de pormenor mas que faz a grande diferença entre os génios e os parolos: Escolha sempre mais que um número. Quando a funcionária chamar, dê uns segundos. Apenas os suficientes para se certificar que a senha não era do dia anterior e não há lá outro gajo com um número igual. Dava bandeira e é desagradável.

9/26/2006

ACIMA DE TUDO

MALE BRAIN


FEMALE BRAIN


parece-me que estas piadas secas são sempre criadas por homens com falta de... atenção feminina... chamemos-lhe assim para não abandalhar o nível no estabelecimento.

E vocês o que acham?

9/25/2006

MAS PORQUE RAIO EM PORTUGUÊS LHE FORAM CHAMAR ANITA?

Quem é da minha geração (e gaija, é fundamental ser gaija!) lembra-se dela. A menina que tomava conta do irmãozinho, ia à praia e ao campo e à feira, andava a cavalo, limpava a casa, cuidava do jardim e até metia impressão de tão bem que se portava e de tão higiénica a asséptica que era. Depois caiu em desgraça, foi considerada reaccionária e retrógrada, um mau exemplo para as mulheres igualmente assépticas da revolução. Esqueceu-se.
Tenho a certeza que gostávamos tanto dela, não por ser tão boazinha e previsível, mas por ser tão autónoma. A mãe e o pai nunca ou raramente apareciam nas histórias. A Anita era uma pequena adulta que fazia o que lhe apetecia sozinha, sem supervisão, e tudo lhe corria bem. Que mais podíamos nós desejar?
Hoje encontrei-a por acaso em várias línguas e recordei os meus tempos de primeiras leituras com um entusiasmo que, esse sim, me preocupa um bocado. Ando a insistir demais em memórias. É capaz de ser mau sinal... ou apenas um sinal de que é inevitável chegar à minha idade e ter o disco cheio de informação vária. Sim, é só isso.

Turquia:


Indonésia:


França:


Rússia:


República Checa:


Reino Unido:


Roménia:


Grécia:


Espanha:

9/24/2006

Olá queridos, cá estou eu para comentar mais uma semana!

E para começar, tudo indica que vamos gastar mais uma pipa de massa deste nosso orçamento chorudo, a fazer outro referendo à Lei da Interrupção Voluntária da Gravidez. Tudo a bem dos brandos costumes e porque ninguém se quer chegar à frente, como é habitual. Porque toda a gente está fartinha de saber (até a sonsa da patroa, vejam o post anterior), que neste país só não faz abortos quem não quer e que a tentativa de os proibir é tão engraçada como

o nosso já muito querido Alberto João (o que seria do humor em Portugal sem ele?), cuja última façanha foi revelar-se fã da Floribella. Quer dizer, o homem não disse isto assim preto no branco por estas palavrinhas. Mas digam lá se este discurso (um dia, o bem vai prevalecer sobre o mal) não é um sintoma de quem vê a cinderella em versão super-híper-mega-ri-xunga?Claro que isto do bem e do mal levanta sempre a velha questão do ponto de vista, mas não é isso que estamos aqui a discutir.

Mas voltando à questão do aborto, eu acho que a única solução para este impasse é fazer como os chineses, que mandaram para o espaço sementes de vegetais e garantem que graças à exposição destas à radiação cósmica e à gravidade zero, conseguem criar espécimes “fantásticos”. Nem mais. E o que falta mesmo a estes gajos aqui e que faz com que andemos há anos e anos a engonhar com medo de melindrar a beatagem, é TOMATES. Bate certo. Mais, deve dar resultado, porque se os chineses (proverbialmente conhecidos como possuidores de “fruta” pouco vistosa a este nível) conseguiram chegar aqui… eh pá, a gente também consegue. Nem é preciso tanto.

E pronto queridos, até para a semana.Portem-se bem e fiquem com uma beijoca da sempre vossa

Rosarinho.

9/21/2006

FARINHA AMPARO: NA VANGUARDA DO SERVIÇO PÚBLICO

Enquanto não chega mais um prometido e arrastado referendo à lei da despenalização do aborto, o nosso estabelecimento, como serviço público de primeiríssima água que se preza de ser, dedica-se hoje em especial às nossas caríssimas clientes.
Todas sabemos que a vida pode ser cabra e pregar-nos rasteiras do caraças. Tem dias. Por isso, a informação que se segue, meninas, poderá poupar-vos horas, senão dias, de chatices, caso alguma coisa não tenha corrido como estava planeado. Acontece às melhores.

Primeira solução: comprimidos. Mais arriscado, doloroso, mas também mais barato e a evitar deslocações. Podem adquiri-los aqui, mas aconselha-se vivamente a tomar todas as precauções referidas no site, à risca. Não vale a pena arriscar a pele.
Segunda solução: Cirurgia. Menos arriscado, mais confortável, mas também bastante mais caro. Os preços rondam os 400 a 600 euros não contando com as despesas de viagem. No entanto, tendo em conta que o país é pequenino e rectangular, não há praticamente canto nenhum de onde não se consiga chegar a Espanha num ai. Aqui estão todos os contactos necessários, basta ver onde se está e o que fica mais perto.

É claro, minhas queridas, que dentro de portas há de sobra quem resolva este tipo de problema. Só queria ter notas de 500 como “calistas” e “parteiras” que há, só aqui num raio de 50 km. No entanto, nós, aqui na padaria não aconselhamos. Provavelmente todos eles fazem parte dos lobbies anti-aborto, tipo associações de beatagem pró-vida e outras fantochadas do género. Porque a vida custa a todos e ninguém quer perder o negócio, não é?

Cuidem-se!
E sejam felizes…

9/20/2006

QUANDO A GENTE SE CONSEGUE LEMBRAR DE COISAS COMO:

- ser possível comprar 1dl de azeite,
- ser preciso passaporte para ir a Espanha,
- ter que se levantar do sofá para mudar de canal,
- só haver um canal,
- comprar um bolo por 5 tostões (1/4 de cêntimo),
- comprar uns jeans de marca por 100$00 (50 cêntimos),
- ter uma semanada de 10$00 (5 cêntimos),
- ter que sair de Aveiro às 4 da manhã para estar no Algarve ao meio-dia,
- só haver champô para cabelos oleosos, secos e normais,
- as mulheres riparem o cabelo antes de sair de casa,
- as ruas ficarem desertas na hora da Gabriela Cravo e Canela,
- ir à cidade fazer exame da quarta classe,
- a nossa professora primária ter uma criada da nossa idade e ninguém achar estranho,
- haver uns objectos chamados cartuchos que tinham música gravada,
- as ruas cheias de Minis e Fiats 600,
- as mulheres casadas não poderem sair do país sem autorização do marido,
- o divórcio ser proibido,
- ir ao cinema “ver os cartazes”,
- Angola e Moçambique não serem no “estrangeiro”,
- o “Pato com Laranja” render semanas de debates nacionais sobre a moral e os bons costumes,
- haver filas de pelo menos 1km nas bilheteiras dos cinemas para ver o Emanuelle,
- as pessoas terem inveja de quem já tinha visto o “Emanuelle”,
- não haver aulas porque havia uma revolução,
- ser obrigatório ir às aulas de moral e religião,
- ter que acertar com uma micro-agulha na beirinha dum disco de vinil para ouvir música,
- os jogos de cartas serem sempre em cartão,
- só haver computadores nos filmes de ficção científica,
- os computadores dos filmes de ficção científica funcionarem a cartões perfurados,
- a senhora da mercearia pensar que para fazer filmes policiais era mesmo preciso matar pessoas,
- o Joaquim Agostinho ganhar a volta,
- o Rui Veloso gravar o Chico Fininho,
- a Simone de Oliveira cantar a Desfolhada,
- a Madalena Iglésias cantar o Sei quem ele é,
- os americanos chegarem à lua,
- o Salazar morrer,
- os pensos higiénicos Serena com cinto de fixação,
- a leiteira ir lá a casa vender leite avulso,
- os tampos de sanita serem sempre de madeira,
- os cadernos da escola terem a letra do hino da mocidade portuguesa,
- as histórias infantis terem sempre a “moral da história”,
- aprender a escrever com caneta de tinta permanente,
- comprar tecidos para mandar fazer roupa,
- toda a roupa de Inverno “picar”,
- haver colchões de palha que se “batiam” ao fim-de-semana,
- pizza e hambúrguer ser comida alienígena,
- as cuecas terem elásticos,
- as máquinas fotográficas levarem rolos que tinham que se pôr às escuras,
- ir buscar água à fonte,
- máquinas de escrever.

isso significa o quê?

9/18/2006

Olá queridos, cá estou eu de novo a segurar o estabelecimento, porque se formos a confiar na patroa isto é o descalabro, como já se viu. Claro que nem vale a pena mencionar aqui a triste aventura dela esta semana porque ela própria já a contou. Vou apenas responder ao meu grande fã RPS , por quem eu também nutro uma respeitosa admiração e dizer-lhe que não, não fui com ela. Era só o que me faltava, andar metida nessas merdas!

Bem, indo agora àquilo que interessa, a semana ficou marcada por vários e interessantes acontecimentos que me apetece hoje comentar (não sou menos nem mais que o professor Marcelo que também comenta o que lhe apetece, saiba ou não saiba do assunto).

Primeiro: O Papa Bento, ao contrário do que toda a gente desconfiava graças àquela cara de professor primário sacana do tempo da minha avó, não é um malvado, é um tolinho mesmo. Segurem-no ou o gajo ainda acaba por ser a nossa desgraça. Agora deu-lhe para pensar que se pode entrar em diálogos com gajos que acreditam que se estoirarem com os miolos deles e de mais uns quantos vão parar a uma espécie de paraíso. Mais, que esse paraíso é um local de trabalhos forçados onde vão ter que dar conta de setenta gajas, todas virgens, cobertas de preto dos pés à cabeça (portanto nunca se sabe o que dali pode sair), e que assim andam sob um sol de 40 graus, sem banhinho diário nem nada.

Segundo: A SIC está para estrear uma novela nova e garante a pés juntos que a gente nunca viu nada assim. São eles e um gajo que anda aqui a tentar vender-me uma máquina de limpar cortinas a vapor. Ora, perante tal promessa e doidinha de curiosidade para saber o que diabo ia sair dali, fui pesquisar. E isto foi o que eu descobri, os tipos são uns brincalhões: Simone tem tudo para ser feliz. Um marido carinhoso, bonito e que a ama. Um filho que adora e que é a melhor coisa que tem na vida. Um emprego absorvente, no qual se sente realizada. Paulo, Fernando e Bárbara eram amigos, na escola secundária, e formavam um trio imbatível. As rupturas, as traições, os reencontros e as loucuras sucedem-se ao ritmo de uma grande cidade (calculo que seja Lisboa, Lol! Estes gajos são imparáveis!). Jura é a história de muitos desejos. De mudança, de descoberta, de encontro. Do desejo de procurar sempre a felicidade, onde quer que ela esteja. De facto, não deve haver novela nenhuma com uma história assim! Onde é que eles foram buscar estas ideias tão originais?

Terceiro: Finalmente o Beira ganhou um joguito esta época. Essa é que é essa!

Até para a semana e beijinhos da vossa

Rosarinho

9/15/2006

FIM DA SUSPENSÃO ou AS CRIANÇAS DIVERTEM-SE


Passei os dois últimos dias nos estúdios da Tóbis a gravar episódios do “Um Contra Todos”. Tirei férias para o efeito. Não me sinto imbecil por esse motivo em particular. Talvez um pouco por outros, mas não demasiado. Nunca tive enfiada na cabeça a ideia de que as férias são para relaxar, tipo, relaxa senão levas! As férias são para o que nos apetecer, e a mim apeteceu-me ir para os estúdios da Tóbis.
Tirei várias conclusões, todas elas brilhantes, como poderão constatar.
1.A cultura geral é uma batata. O mesmo gajo que sabe de caras o nome da capital do Myanmar não faz ideia do que é um pinguim. O que sabe o símbolo químico do tungsténio, na boa, pode não saber quem escreveu o Amor de Perdição.
2.Quando nos perguntam coisas que nós sabemos, as perguntas são boas. Quando nos perguntam coisas que nós não sabemos, são perguntas parvas.
3.Eu não sei coisas tão básicas como o que diabo vem a ser a série Friends.

E agora estas é que são mesmo profundas:
4. Nós erramos com muito mais facilidade as coisas que são do nosso domínio de especialização. Porque são essas as que nós temos mesmo medo de errar. Limpinho.
5. As pessoas não vêem o que está à vista mas o que querem ver. Isto porque levei comigo a minha filha e a filha do meu marido, apresentei ambas como minhas filhas... e passámos dois dias a ouvir dizer que “são as duas a cara chapada da mãe”, quando ela é tão parecida comigo como a Naomi Campbell é com a Nicole Kidman... ok... talvez num leque menos abrangente de diferenças...

9/11/2006

ESTE BLOG ESTÁ SUSPENSO


Mas só por uns diazitos.


É o que eu digo. O mundo está em constante mutação. E até eu noto, que ainda não ando por cá assim há tanto tempo como isso. Quando a minha avó Teresa (que chegou a fazer o exame da terceira, só não passou porque aquilo era muito puxado) andava na escola, os putos chegavam a casa e diziam à mãe:
- Mãe! A professora hoje bateu-me!
E a mãe dizia logo:
- Ah desgraçado! Devias ter levado mais! Vou lá dizer que para a próxima, se não chegares a casa pelo menos com um olho negro, não te mando mais à escola!
O tempo foi passando, passando, e quando a minha mãe (que essa sim, já fez a quarta completa) andava na escola, os putos chegavam a casa e diziam:
- Mãe! A professora hoje bateu-me!
E a mãe dizia logo:
- Então tá bem… - e continuava a lavar a loiça como se nada fosse.
Quando eu andei na escola, e como não era parva nenhuma, chegava a casa e dizia:
- Mãe! A professora hoje disse que eu merecia um estalo!
E a minha mãe dizia logo:
- Ai é? Então deixa estar que eu vou lá ameaçá-la com uma queixa no ministério que a lixo!
Este ano, foi criada uma linha telefónica para os professores poderem ligar e dizer qualquer como:
- O Toninho hoje bateu-me!
Fantástico, não é? Nem consigo imaginar como será no futuro, mas vai ser de certezinha emocionante!

Ora, com estas evoluções todas, ainda há quem se admire de há 50 anos o pessoal ir à feira popular e ficar de boca aberta a olhar para uma televisão a preto e branco cheia de grão e hoje em dia qualquer parolo ter em casa um plasma para ver a sport tv e o hustler.

E pronto queridos clientes, por hoje já fiz a minha reflexão filosófica. Fiquem bem e tomem lá uma beijoca da vossa

Rosarinho

9/06/2006

MAIS DÚVIDAS METÓDICAS


A edição de Setembro da Playboy Brasil apresenta um lote de hospedeiras possivelmente (atenção, leram bem, possivelmente, não é definitivo) despedidas, ou seja, parece que se anunciam alguns despedimentos para breve na companhia de aviação. Vai daí, como protesto político (intervalo para a gente se rir muito), vai de despir a farda. Na conferência de imprensa que tivemos o desprazer de assistir na televisão há bocadinho, uma das mocinhas explicava que faziam aquilo “não para se mostrarem amargas e deprimidas mas sim para levantar o moral dos colegas”. Mais precisamente, na língua que elas falam, “Lêvantá o môrau”. Esta merda suscitou-nos algumas dúvidas aqui na padaria e, nem com a ajuda da parva da Rosarinho, conseguimos fazer luz sobre a questão. A saber:

1. Não falamos por experiência própria porque aqui na padaria somos todas mulheres, e sérias, mas pelo menos por cá, levantar o moral aos colegas não exige tanto alarido nem tanto esforço, seguramente. Nós só nunca lhe tínhamos ouvido chamar “moral” mas isso é de somenos, porque a coisa já tem tantos nomes que é mais um menos um.
2. Se as mecinhas estão tão tristes por serem despedidas, porque é que não fizeram como as de cá (pelo menos as que têm o mesmo tipo de paleio roto que pudemos observar naquelas), que tratam mas é de levantar o moral do chefe, na discreta, e entram directamente para o quadro? Será um caso de incompetência pura? A Rosarinho aposta o ordenado de Setembro em como sim.
3. Será que corremos o risco de em Portugal se começar a seguir o exemplo? (Medo!!!) É que se, por exemplo, o pessoal que vai sendo despedido dos governos quando cai em desgraça desata aí a despir-se para as revistas, aquilo só à nalgada!

9/04/2006

Olá queridos e queridas! Hoje temos mais uma questão levantada por um cliente, o Lobo Solitário. Trata-se de uma questão que nos remete de novo para a temática teológica, o que quer dizer que isto está bom, estamos a ficar um estabelecimento onde se discute merdas sérias. Upa upa! A questão é:

Eu também tenho uma dúvida: Se a tipa é mãe do outro e este foi concebido "sem pecado" quererá isso dizer que José foi corno? E para mais corno manso?

Pois bem, contextualizando, o nosso amigo Lobo quer saber, em primeiro lugar se O Jota Cê foi mesmo concebido sem a vulgar queca da ordem e se foi, e se o carpinteiro não era o pai como toda a gente veio a saber, se isso faz ou não dele corno. Trata-se de uma questão complexa e vamos responder por partes.
Primeiro: Não acredites nessas cenas da gravidez sem queca. Por muito que leies na Maria cartas de leitoras a dizer que tomaram banho na água do namorado, isso quer apenas dizer que as gajas são umas badalhocas e ponto final. Ninguém fica grávida assim. Havia de ser lindo!
Segundo: O que a Maria fez mesmo foi andar enrolada com um bacano chamado Espírito Santo enquanto o palerma do carpinteiro bulia e não dava por nadinha. Claro que, como deves calcular, eu só queria ter notas de 5 (sim, bastava de 5 para ficar milionária) como cenas destas que já aconteceram, seja na Galileia, em Paris, Nova Yorque ou na Gafanha da Nazaré. Uma história banalíssima, portanto. Desde que não aconteça o pretenso pai ser estilo nórdico e o puto sair mais para o tipo Mantorras, na maior parte das vezes ninguém desconfia, não acontece nada e a vida continua na boa. Ora o que lixou tudo, no caso que estamos a discutir, é que a Maria não podia ir dizer ao José que - “Olha, tas a ver, e tal, no mês passado, andei com umas diarreias e a pílula não fez efeito, temos que casar mais cedo e tal…” – simplesmente não podia porque parece que o gajo ainda era do bom tempo e estava à espera da noite de núpcias para se pôr… no assunto. Esse pormenor, convenhamos, dificulta muito. E é aqui que entra uma personagem muito injustamente esquecida mas que, cá para mim, foi o verdadeiro intruja que ajudou a compor a coisa e a transformar uma história sórdida à partida num caso de santidade: Um tal de Gabriel. É para isto que serve ter amigos espertos!
Mas para explicar melhor como tudo se passou, vou aqui reproduzir uma ilustração que só tem um defeito: Foi feita pela parva da patroa e postada aqui no farinha já há bué de tempo. Mas pronto, apesar disso, acho que explica muita coisa.

Espero que tenhas ficado esclarecido.

Quanto a mim, vou entrar em retiro espiritual até à próxima segunda-feira, até porque hoje tive uma revelação: Descobri, assim num simples clique, a ver uma noticiazeca de televisão, de onde vem o ar infeliz que tanta mulher ostenta por este país fora. Pois. É devido a isto. É que eu, queridos clientes, juro-vos uma coisa: Mesmo sendo rapariga de “muito alimento”, se só houvesse neste mundo gajos com bigode, antes queria ir viver sozinha para as Berlengas, lá onde só há pássaros que voam e não se conseguem agarrar! Juro!


Até para a semana e beijocas da vossa

Rosarinho

9/01/2006

É QUE ISTO SÓ MESMO A MIM


É que só depois de alguns minutos de diálogo mais ou menos surrealista é que eu percebi que a senhora não queria usar a palavra "secção" porque pensava que era um palavrão (um sexo grande), e insistia que queria ir a uma "sessão de clandestinos".
Na minha cabeça, uma sessão de clandestinos pode ser uma terapia de grupo dos AA, uma swing party com consumo de drogas duras, uma reunião do PCP antes de 1974, um grupo de ucranianos sem visto de residência... tudo menos um local onde se legalizam obras realizadas sem licença... que era o que ela queria.

Não haja dúvida que o meu emprego me obriga diariamente a exercitar os neurónios. Os dois!!!