Isto passa-se numa pequena localidade na margem sul do Tejo, de que não direi o nome porque me quer parecer que daí para baixo é tudo igual a este nível (corrijam-me se estiver errada).
Qualquer tasquinha, café ou afim ostenta uma placa atrás do balcão que diz "Não há serviço de mesas". Geralmente, atrás desse balcão, está uma baleia que mal consegue mexer aquele cu ou um barriga de bicho a quem um bocadinho de exercício só faria bem. Entregam aos clientes, com má cara, os seus pedidos e recebem o dinheiro. Arrastam-se enquanto o fazem.
E é um espectáculo no mínimo surrealista ver as pessoas nas mesas a afastar copos e chávenas para o lado, a limpar manchas de café, leite e sumo com os guardanapos e a tentar arranjar um cantinho para poderem tomar o seu café onde não se incomodem e sobretudo não incomodem muito.
No fim daquilo tudo já tenho visto clientes que pegam na sua louça e na dos anteriores clientes e a entregam no balcão. Se pedem desculpa por terem nascido nunca me apercebi, mas se calhar pedem.
Será por isto, ou também por isto, que certas zonas do país não passam da cepa torta e depois chamam-lhe os custos da interioridade e/ou do isolamento? Dasse!
Vocês nem sabem quantas vezes já me apeteceu pôr a mão na cintura, qual varina da beira-mar, e dizer-lhes:
-Bocês hão-de ir assim para o norte que bão ber o lindo enterro que lebam, bão bão!
Margarida Espantada
Há 1 semana
Sem comentários:
Enviar um comentário