11/23/2004

A BARCA, ou Como Ganhar Fama À Custa de Peixe Morto



Em todas as cidades há disto: Restaurantes com fama de serem muito bons.
Em Aveiro é A Barca.

Aqui à vossa padeira de serviço, algo lhe dizia que, apesar de morar nesse local há várias décadas, talvez não fosse boa ideia ir comer ali. Só não sabia porquê.

Agora sei.
Fui lá este fim de semana.

Menu: Uma razoável quantidade de peixes grelhados.
Acompanhamento: Batatas cozidas. Mainada!
Sobremesas: Aquelas coisinhas da ordem, sem imaginação, tipo mousses e natas do céu.
Pormenores escabrosos: Uma garrafa de azeite (sim, daquelas grandes de litro) em cima da mesa. Um enorme peixe morto atirado às brasas, mal passado e mal temperado, rodeado das tais batatas. A mesma passagem para a casa de banho e para o local de confecção dos alimentos. Uma sala minúscula com toda a gente às cotoveladas uns aos outros. Uma clientela constituída por cotas que vão ao peixinho grelhado para não fazer mal.

Conclusão: Não é bem uma conclusão. É uma teoria. A Barca deve estar para a comida como o sexo tântrico está para o sexo em geral. Um desconsolo.

Desafio aos clientes: Se algum dos que me está a ler já frequentou este antro de má comida e falta de imaginação, por favor, esclareça-me. Se tal como eu não gostou, como conseguiu ultrapassar o trauma de ter pago aquilo? Se gostou, o que diabo anda você a fazer neste mundo? Suicide-se!

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