Aquele sistema que os americanos têm de pôr um grupo de jurados escolhidos (aleatoriamente?) a decidir se um tipo é culpado ou inocente num tribunal fica engraçado nos filmes e isso... E provavelmente a vida destes gajos confunde-se com as películas que vendem e por sua vez as ditas confundem-se com a vida deles. Mas nos locais do globo onde ainda existe um conceito mais ou menos forte de "vida real" por oposição a parque temático parece-me improvável que alguém achasse normal o que aconteceu no julgamento do Michael Jackson.
Qual era o jurado que, exposto aos media a uma escala esmagadoramente mundial, se arriscaria a enfrentar uma legião de fanáticos adoradores do homem?
Como se pode deixar nas mãos de anónimos a decisão sobre uma criatura que tem milhares de fãs anónimos dispostos a tudo por ele?
Como sabemos que os membros do júri não são destes fãs?
Que preparação/formação têm os cidadãos comuns para analisar um caso destes e as provas apresentadas e, a partir daí, decidir com um mínimo de imparcialidade?
E finalmente, o que impediria a defesa de um milionário de comprar um grupo de pessoas simples?
Lembram-se do caso de O. J. Simpson? Sim, aquele negro que matou a mulher branca, só lhe faltou deixar na cena do crime uma assinatura reconhecida por notário e que foi absolvido por um grupo de jurados maioritariamente negro.
Margarida Espantada
Há 1 semana
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