Quem é da minha geração (e gaija, é fundamental ser gaija!) lembra-se dela. A menina que tomava conta do irmãozinho, ia à praia e ao campo e à feira, andava a cavalo, limpava a casa, cuidava do jardim e até metia impressão de tão bem que se portava e de tão higiénica a asséptica que era. Depois caiu em desgraça, foi considerada reaccionária e retrógrada, um mau exemplo para as mulheres igualmente assépticas da revolução. Esqueceu-se.
Tenho a certeza que gostávamos tanto dela, não por ser tão boazinha e previsível, mas por ser tão autónoma. A mãe e o pai nunca ou raramente apareciam nas histórias. A Anita era uma pequena adulta que fazia o que lhe apetecia sozinha, sem supervisão, e tudo lhe corria bem. Que mais podíamos nós desejar?
Hoje encontrei-a por acaso em várias línguas e recordei os meus tempos de primeiras leituras com um entusiasmo que, esse sim, me preocupa um bocado. Ando a insistir demais em memórias. É capaz de ser mau sinal... ou apenas um sinal de que é inevitável chegar à minha idade e ter o disco cheio de informação vária. Sim, é só isso.
Turquia:
Indonésia:
França:
Rússia:
República Checa:
Reino Unido:
Roménia:
Grécia:
Espanha:
Margarida Espantada
Há 1 semana
6 comentários:
Agora já nem sei!
É gaija ou gaja? :s
Ai balha-me deus! É gaja pá! Tava só a brincar! Ai balha-me deus!
Pois minha cara Didas, a Anita está aí outra vez em força em qualquer quiosque. Só que agora a três dimensões e com roupinhas para vestir.
A minha filha anda há três dias a protestar, porque lhe falta a "Anita no Ballet".
Mas cuidado com esta fase nostálgica. Senão daqui a pouco está a recomendar-nos a leitura de "Já és uma mulherzinha".
Na. Vou já parar com isto, foi da mudança de tempo!
quando era pequenita li os livros todos da Anita pois os meus primos tinham a colecção toda (eu não tinha nenhum, lia as fotonovelas na minha vizinha cabeleireira, por isso fiquei assim!)
Nunca comprei aos meus filhos, mas eles tinham bastantes que recebiam de prenda de anos nos tempos em que as festas eram feitas em casa e todos os meninos traziam uma prendinha...
Tenho-os na escola e os miudos não lhe pegam muito, a não ser os mais pequeninos.
Eu nunca lhes achei muita piada mas sempre fiquei pasmada (e ainda fico) ao olhar para aqueles desenhos tão lindos!
Aí é que está. Esta nossa "amiga" foi banida da realidade infantil por considerar-se promover a face mais retrógada das crianças e por não se adequar à realidade de então. E agora? O que mudou para que a fossem desenterrar e promovê-la novamente? E parece que as miudas pequenas acham-lhe graça (não sei se o conteúdo literário sofreu algumas alterações).
Porquê Anita? Sinceramente, não sei. Talvez porque na altura era um nome que estava em voga. As meninas da altura eram muito Ana qualquer coisa, não é? Assim identificavam-se mais. Além disso, foneticamente é um nome fácil de compreender e dizer, mesmo para crianças que ainda trocam algumas letras. O mínimo que podiam dizer er "Nita" e toda a gente percebia. Marketing do mais puro.
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