Nasci bem longe daqui. Em Angola. Por puro acidente.
Ainda não tinha completado um mês de idade quando aterrei em Portugal para nunca mais voltar a África. Não me sinto africana nem tenho qualquer curiosidade pelo local onde nasci. É-me indiferente. Para o bem e para o mal, a minha selecção é a portuguesa e a minha cidade é Aveiro.
Sei no entanto que passei a infância a ouvir as outras crianças a perguntar-me "Como é que és tão branca?" e a minha adolescência a ouvir os outros adolescentes a perguntar-me "Coitadinha, és retornada?".
É das tais coisas...
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