DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES, DAS COMUNIDADES E DA BATATA
Olá queridos e queridas, hoje vou dedicar a minha crónica, como não podia deixar de ser, ao Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. E nada de me virem chatear a cabeça porque foi feriado ao domingo! Cambada de malandros!
Vou aproveitar para esclarecer o que é, afinal, este dia. Aproveitem que eu não duro sempre.
Ora, antes de mais nada, este dia era designado, antes de 1974, pelo “Dia da Raça”. Depois mudou de nome para aquele que eu já disse lá em cima, não sei porquê, mas acho que era porque nunca chegaram a acordo que raça era essa. Se era charolesa, arouquesa, mertolenga… Há uns gajos que até hoje pensam que era a raça Pitbull e que por isso neste dia desatam por aí a morder a torto e a direito. Ainda ninguém lhes explicou, o que está mal. De qualquer maneira são poucos, por isso, adiante.
Ora bem, Portugal, já sabemos o que é. É isto aqui onde a gente mora e acaba para Este e Norte onde se começa a falar muito alto e com gestos. Mais umas ilhas que só dão despesa e chatices (umas mais que outras) e as Berlengas. Quanto a isto estamos arrumados.
As comunidades também sabemos o que é. É aquela maralha que aparece nas emissões do estrangeiro do Portugal no Coração e nos jogos de futebol, e que em Agosto vêm cá fazer casamentos e buzinam muito. Depois bazam.
Camões já é mais difícil. Este bacano tem mudado de personalidade ao longo dos tempos conforme dá mais jeito mas basicamente foi um gajo com jeitinho para rimar, pouca vontade de puxar pelo coirão e aquela habilidade genética para lamber as botas ao patrão. Ao que se sabe, tinha na mão o tolinho do Sebastião, aquele que foi para Alcácer-Quibir fazer aquilo que hoje se faz com estádios de futebol e aeroportos, ou seja, esbanjar o pouco que há, e que como todos os políticos ainda hoje, adorava ser bajulado. Por isso, foi-lhe fácil subir na vida dentro da corte (uma espécie de assessor cultural da época), onde tinha uma rica vidinha, bastando-lhe para tal alinhar uns versos sobre como somos todos tão bons que até os deuses ficam banzados com a gente. O costume. É como quando a Fátima Lopes vai fazer um desfile de moda a Paris, fica para o último dia, só lá está a família e os amigos a assistir mais as senhoras que já andam a fazer a limpeza para desmontar a barraca, e aqui nas notícias aparece como se já mais ninguém no mundo quisesse vestir outra coisa que não fosse os trapos dela.
Tirando isso, eu acho que o Camões, apesar de não ter ganho o concurso, merece ter o nome no feriado mais importante da choldra. Primeiro porque algo me diz que ele havia de gostar de feriados, depois porque, coitado, já foi usado para tanta coisa sem saber, incluindo ficar com a fama de ser tão desastrado que ficou sem um olho a pegar numa bandeira, que merece. Até perfumes baratuchos já ajudou a vender. Está mal.
Mas pronto.
Vou só finalizar com uma achega pessoal a este dia. Eu estive aqui a matutar sobre estas cenas todas e cheguei à conclusão que o maior símbolo nacional, apesar de tudo, é a batata. Se dependesse deste povo, tudo estaria repleto de batatas. Nunca ouviram dizer, queridos clientes, que alguém devia estar a “cavar batatas”? É isso. Depois de muito pensar, eliminei o galo de Barcelos, a Nossa Senhora, o fadinho e ficou a batata. Porque neste país, se alguém escreve um livro, devia era estar a cavar batatas. Se é funcionário público, devia era estar a cavar batatas. Se canta, dança ou actua, devia era estar a cavar batatas. Se se dedica à política, devia era estar a cavar batatas.
Viva a batata!
E vocês, queridos clientes, fiquem bem e tenham uma semana muito porreirinha. Uma beijoca fofa da vossa,
Rosarinho
Margarida Espantada
Há 1 semana
4 comentários:
Batata... de preferència frita, às rodelas e acompanhada por um bife especial ali do Alexandre. Ah e um bom tinto, porque batata sem tinto, francamente... é melhor ler o Camões.
Lateiroooooooooo!!! :)))
American Pitt Bull Terrier, será essa a raça a que se refere?
Cumprimentos.
Mais ou menos...
Enviar um comentário