7/11/2007

TRALHA POR TRALHA, TENHO CÁ MUITA

Alguém me sabe esclarecer se é verdade aquela informação que anda por aí a correr de mail em mail sobre o sobrinho-neto do homem das botas ir receber vitaliciamente uma pensão de 2000 euros mensal actualizável pela generosa acção de "doar" as tralhas do tio-avô ao museu de Santa Comba?
É que isto é assim: Eu pessoalmente estou-me a borrifar para o facto de haver ou deixar de haver um Museu Salazar. Já há para aí museus de cada coisa, cada uma mais inútil que a outra que é naquela... Que eu saiba, até um museu de bananas há algures no mundo e, cá na choldra, não há parvónia que não tenha uma casota daquelas onde metem uns espantalhos em trajes regionais sentados ao pé da lareira com umas chouriças de plástico penduradas e umas panelas numas prateleiras e chamam àquilo museu etnográfico. Por isso, é mais parvoíce menos parvoíce.

Por outro lado, não vejo porque é que não há-de haver um museu do estado-novo. É um facto. Faz parte da nossa história e do que nós somos. Negar isso é pateta. Se um grupo de "massarros" vai querer fazer daquilo um lugar de peregrinação ou lá o que seja, o problema é deles. Os portugueses têm uma predilecçãozinha especial por estas coisas e gostam que os façam de parvos. Já acontece o mesmo em Fátima, com o padre Cruz e até com a santinha da ladeira, de quem se soube há uns anos andar uma horda de pategos a comer o sangue menstrual em hóstias. Nada a fazer. E bem vistas as coisas, vai ser um fenómeno que acrescentará o seu quê de pitoresco à zona e atrairá ainda mais visitas. Desde que vão controlando a malta e não os deixem cagar por ali tudo com cascas de melão e garrafas de plástico, na boa.

Por tudo isto, não assinei a petição que recebi dum grupo qualquer de cidadãos anti-fascistas contra a criação do museu dedicado ao imitador de fascista Salazar.

Agora, esta nova informação de que a Câmara Municipal de Santa Comba está disposta a pagar ao marmanjo que vai ceder as tralhas que lá guardou do tempo do velho, a quantia de 2000 euros por mês, fónix, essa é outra história! Não me lixem, vou já lá abaixo à garagem ver o que é que lá tenho para fazer uma contra-proposta. Para já para já, estou-me a lembrar dumas colecções de cromos completas (sem faltar nenhum), uma fritadeiras eléctricas já usadas que me ofereceram no primeiro casamento e uns discos velhos de vinil que eu posso inclusive assinar com o nome dos artistas. Estou igualmente disposta a começar a guardar as escovas de dentes, soutiens velhos e beatas de cigarro cá de casa. Nunca imaginei que estas coisas podiam render tanto!

3 comentários:

saltapocinhas disse...

isso só pode ser mentira: haverá alguma câmara neste país com TANTO dinheiro??

Didas disse...

Não. Mas eles arranjam. Metem qualquer cena no prego.

Marx disse...

Boa, Boa!