No 7.º e 8.º ano de escolaridade tive uma professora de Matemática que todos odiávamos. Não me lembro do nome dela nem sei se ainda estará viva. Era irrascível e ensinava-nos matemática. Mesmo. Quer eu quisesse quer não (e na verdade não queria), tudo o que ela me ensinou, eu aprendi.
No 9.º ano veio o puto porreiro. Um gajo quase da nossa idade cheio de ideias de p... lírico, que nos deixava afastar as mesas e jogar à bola. Talvez um dos primeiros exemplares do produto gerado pela revolução e consequente massificação do ensino. Não consegui captar nadinha do que, nas poucas vezes em que rabiscava qualquer coisa no quadro, nos tentou ensinar. A matemática acabou para mim nesse mesmo ano.
Hoje considero-me, portanto, uma quase-analfabeta no domínio dos números. Apesar disso sei fazer contas, calcular proporções, equações simples, reduções... aquelas coisas de que nos servimos no dia-a-dia. Mas preocupada fico quando vejo (e já tenho visto muitas vezes) garotada que frequenta cursos superiores de gestão, administração e coisas afins a não conseguir saber o suficiente para, por exemplo, ler uma receita. Não sabem quanto é um quinto de litro nem conseguem calcular a área dum quadrado para saber quanto vão gastar em soalho.
O que é que se passa?
4 comentários:
Falta começar a avaliar os professores...
1- Uma vez vi um tipo que andava a comprar umas leiras muito estreitas a uns lavradores, por x o metro quadrado. Os terrenos teriam aí uns cem metros de comprido por dez de largura. Quando iam medir o comprimento, o comprador esticava a fita aí uns dois metros para lá da estrema e os lavradores ficavam calados. Depois, quando iam medir a largura, o comprador roubava um metro, não esticando a fita até aos marcos respectivos. Os lavradores também não diziam nada, com medo que ele lhes lembrasse que tinha dado dois metros a mais no comprimento.
E assim foram alegremente roubados.
2- No ano passado, num curso de contabilidade do Insituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto onde leccionei uma cadeira de Direito Fiscal, num universo de 95 alunos, 11 não souberam (no exame) calcular 30% de 100 000.
Passa-se a ignorância institucionalizada que veio para ficar.
Basta estar atento aos programas da TV, para perceber o nível de cultura geral das pessoas.
Luís Maia
Pois falta anónimo... mas eles a modos que estão com medo.
Bons e tristes exemplos Funes. Pior o dos putos do direito fiscal...
Mas isso é um bocado assustador não é Luís?
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