ESTOU ORGULHOSA

Hoje, mesmo sem precisar porque o vou trocar durante o próximo ano, lavei o meu carro. Quer dizer, lavei é um bocado forçado. Levei-o a lavar.

Meti-o numa daquelas cenas com fitinhas e party de espuma que parece o comboio-fantasma da feira popular, de onde saiu quase sem cagadelas de pássaro e quase sem chicletes coladas. Mas não foi tudo! A seguir fui a um daqueles parques de diversão para homens que tem o desenho dum elefante à entrada e aspirei-o todinho por um euro. Aliás, o euro nunca mais acabava e eu vi-me a repetir os sítios que já estavam aspirados, pelo que ainda deu para tirar os tapetes e bater com eles na parede como vi fazer a uns senhores que lá estavam. Mas foi bom, porque nesta operação encontrei, atrás do banco do pendura, precisamente um euro, o que cobriu o prejuízo. Encontrei também um documento importante que andava fartinha de procurar e até já nem precisava dele. Ainda bem, porque já estava um bocado amarelo do sol. Para finalizar, fui ao Pingo Doce e comprei uma embalagem de toalhinhas de limpar a casa de banho com as quais limpei as tais cagadelas e chicletes de que já vos falei, e ainda as teias de aranha nos intervalinhos das portas e os plásticos todos lá dentro, tipo aquelas partes onde estão umas rodas com números e ponteiros que eu nunca me lembro para que servem, as rachas no lado de dentro das portas onde a gente guarda os jornais que nos oferecem nos semáforos e aquilo à frente onde as pessoas costumam colar passe-partours e nossas senhoras.

No fim, estava impecável. Se não fosse notar-se muito mais os riscos que já lhe fiz a estacionar em espacinhos que encontro ao pé de sinais de trânsito, árvores e postes, pareceria novo, juro!

Agora, enquanto me lembrar disto não estaciono em parques improvisados de terra batida nem debaixo de árvores onde se ouçam muitos passarinhos a cantar.

Fogo, estou super orgulhosa!