Quando eu era criança, a cidade de Aveiro tinha 40.000 habitantes (eu fui ver) e era constituída quase exclusivamente pela Avenida Dr. Lourenço Peixinho. As restantes ruas eram valor residual. Quem morava no Bairro do Liceu ou na Rua de Ílhavo (sim, é Mário Sacramento há pouco tempo), já estava praticamente nos arrabaldes. Quem morasse em Esgueira estava quase num universo paralelo. Aquela avenida a começar na Ponte Praça e a acabar na estação da CP, era para nós o centro do mundo. Era lá que ficava tudo. O café Trianon, o Souto Ratola dos brinquedos, a Casa Paris, o grande Cine-Teatro Avenida, a garagem Trindade, a frutaria de que já não sei o nome, os bancos e todos os locais de consumo e diversão. Para lá da avenida era o deserto!
Quando a minha mãe me levava a sair dizia-me:
-Vamos à avenida - e era o suficiente para eu ir contente.
Por isso é que ainda hoje o nome "Avenida" lhe basta para toda a gente saber do que falamos. Só as outras precisam que se especifique.
Quando a minha mãe me levava a sair dizia-me:
-Vamos à avenida - e era o suficiente para eu ir contente.
Por isso é que ainda hoje o nome "Avenida" lhe basta para toda a gente saber do que falamos. Só as outras precisam que se especifique.
7 comentários:
Até eu que não sou daí conheço bem essa realidade, infelizmente não se pode dizer o mesmo da Póvoa!
está completamente descaracterizada!
A avenida está completamente descaracterizada. É só empenas cegas, dá vontade de chorar...
embora só tenha começado a "frequentar" aveiro aos 15 anos, lembro-me de tudo o que falas!
agora a avenida é um deserto feio e deprimente, infelizmente!
Infelizmente.
Que nada. Já acabou.
Deve vir daí o meu egocentrismo: a minha infância foi passada no centro do mundo. Morei até aos 16 anos nas traseiras do que era, na altura, o posto médico da avenida, por cima da “Casa Valente” e os meus tempos livres eram passados a brincar na rua. Bons tempos, sem pedófilos nem TVI.
Pedófilos havia de certeza. A gente é que não sabia. A TVI confimo: não havia. Bons tempos.
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