12/14/2009

E agora vou ali meter dois dedos à garganta e já venho


Não sei se a vocês mete tanto nojo como a mim ver o triste espectáculo dos empresários nacionais a chorar quinze euros de ordenado mínimo. Se não vos provoca náuseas ver um palerma de Mercedes ou BMW que mal sabe conduzir enquanto tem a trabalhar lá na fábrica pessoas pobres (sim, pobres) e nem perde uma porcaria dum segundo a pensar no assunto. Se não vos dá vontade de partir o focinho ao primeiro panasca que apareça de fatinho Hugo Boss a queixar-se que as empresas não podem pagar ordenados de 475 euros.
Lembra-me que quando vou a Espanha, por exemplo, consigo ficar num hotel melhor do que cá por menos dinheiro do que cá e que os empregados que lá trabalham não ganham a mesma miséria que se ganha cá. É a mentalidade porca do empresário nacional que não dá para mais, porque tirando alguns casos de pequenas empresas que vivem literalmente à rasca, não me venham cá dizer que o Amorim ia morrer de fome se pagasse mais uns trocos aos gajos que o ajudam a enriquecer todos os dias.
E pronto, esta é a minha faceta "Bloco". Tenho outras.

19 comentários:

APC disse...

Eu digo mais: o Amorim nem sequer conseguiria viver se não fossem os gajos a quem ele paga tão mal. lição a tirar: os patrões são descartáveis. os ÚNICOS descartáveis.

Larose disse...

vómito, nauseas ...... e que se enfiem todos contra uma parede nos belos carros

jg disse...

Didas, pá, queres levar-me à falência?!

polittikus disse...

Sim mete nojo, muito nojo. Temos o belo exemplo da Aerosol que está na falência, mas dois dos antigos administradores passeiam-se de Ferrari pelas ruas de Matosinhos...

jorpe disse...

e aí na padaria quanto pagam aos padeiros ?

joao madail veiga disse...

Olha que 'ás tantas' as coisas não são bem assim.
Os Castelhanos podem fazer coisas que nós não podemos por outros motivos que não os empresários deles serem 'mais sérios' que os nossos.
Chama se a isso 'economia de escala', entre outras bocarras, é ter-se 45 milhoes de potenciais clientes e nós não chegarmos aos 10.
E corrupção, e não me dá gozo nenhum dizer isto, eles até têm mais.
Tem é um Garzon que os fode a todos.
Essa é que é essa.

Didas disse...

APC, não diria tanto... se for a falar a sério claro. Mas que deviam ter mais respeitinho por quem os ajuda a enriquecer, deviam.

Larose, mainada! Mas já viste a sucata que era a seguir? Ainda por cima agora com o Godinho preso!

Eu não jg. Porquê?

É desses cabrões e doutros que eu falo Pollitikus.

jorpe, aqui na padaria ganham todos o mesmo. Rigorosamente.

João, fogo! Obrigada! Não tinha percebido essa parte! Então é por isso que no Luxemburgo o salário mínimo é de 200 euros não é?

kuka disse...

Minha querida amiga. Nunca encontrei em Espanha um unico hotel que fosse mais barato que os nossos. Sou um nabo ou um azarento. Das duas uma!
Ou será que a máquina do estado é mais leve que a nossa?

Didas disse...

Oh Kuka, eu só queria notas de 500! Um hotel de 70 euros/noite em Espanha é sempre muito melhor que um de 70 euros/noite aqui! E acho que a máquina do estado não justifica tudo. Ou eles não andariam para aí a pavonear-se de Ferraris.

Luís Maia disse...

Assim é que é falar Didas.

eu já escrevi que ao gajo saraiva da CIP que apresentou a proposta, obrigava-o a viver com o dobro do ordenado mínimo, porque sou bonzinho.

Didas disse...

Muito bonzinho!

A.B. disse...

Temos que recomeçar a escolher lados? Preto e branco, bom ou mau, nada no meio? Sabe o que eu acho Didas? Acho que os imbecis que há uma década ou duas que permitem isto, que não votam, não querem saber, estão-se nas tintas, não se interessam, não percebem, não querem perceber e têm raiva de quem percebe, andam a fazer muito barulho ultimamente. Aqui há uns anos houve uma revolução que supostamente daria às pessoas o dieito a fazer a diferença, sem necessidade de alaridos. Onde eu vivo tiraram os gajos que mandavam porque eram isto e aquilo, e puseram outros a mandar porque coisa e tal. Na parte baixa da cadeia alimentar nem se notou a diferença...

Anónimo disse...

Mas que diabo de falta de ambição!

Porque raio é que nos havemos de ficar pelos 15 euritos?

Que mil flores floresçam e o ordenado mínimo suba para 2.000 euros mês, caramba!

Afinal podemos perfeitamente ter sol na eira e chuva no nabal.

As empresas e amorins que vão exibir o seu capital para o leste e prá china já que fabricam e vendem no mercado global. deixem de nos chatear e exibir os mercedes.

Por cá os 2000 euros de toda a gente passariam a ser pagos pelo estado.

Ou não.

ass - Joana das Farturas

joao madail veiga disse...

O mercado potencial do Luxemburgo não é o Luxemburgo, são os franceses, os alemães, os holandeses, os belgas...
Ou a distância do Luxemburgo a Bruxelas ou a Paris não será para aí...mais ou menos, mmenos que de Abeiro a Lisboa ?!!!!
Ou achas que sou assim tão primário nas análises????

Didas disse...

AB, de acordo. Mas o que é que tem a ver?

A Joana das Farturas merecia um lugarzinho no próximo governo PSD. Desde que seja liderado pela miserabilista Manuela, senão não dá. Vamos interceder por isso.

Oh João, tem paciência! Se o mercado é o dos vizinho nós também temos montes de espanhóis aqui ao lado. O problema é mais complexo do que isso. Está-nos na porcaria dos genes.

Anónimo disse...

Acho que vou deixar de aqui vir tomar o meu abatanado por uns tempos, esta leitaria está carregada de gente fina que certamente aufere, não é ganha, muito mais do que o salário mínimo.
É uma vergonha que um empresário não consiga potenciar o trabalho do seu funcionário para permitir o aumento que está em causa.
Vergonha para os Amorins sim senhor e para todos os outros que abdicam da sua responsabilidade social em nome de nada.
Depois é ver os ditos ao domingo à saida da missa na Sé e está feito, tudo perdoado que o sr. bispo de Aveiro também lhes vai benzer as inaugurações, qual Cerejeira salazarento.
Tudo muda mas tudo fica na mesma, merda.

Japinho

A.B. disse...

Ah Didas, mas tem a ver. Não são Ferraris, nem fatos Boss, nem quinze euros, são as pessoas. Enquanto pingou leitinho da teta ninguém ligou aos que avisaram que a conta ia ser pesada. Que estavam a acontecer coisas muito graves, atropelos sérios à viabilidade da economia e da democracia que deveriam ser cortados rente, nem que fosse votando massivamente em branco. Não, o pessoal até se riu, entretido a comprar sem dinheiro as TVs fininhas, os telelés TouchScreen, as PS3, as roupas de marca e os carros com GPS, entretido com o futebol. Não apareceram numa cabine de voto porque estava frio, ou calor, ou a chover, ou as tulipas ainda não estavam em flor. E não se ralaram com os Ferraris. Entretanto o Engrº.-de-Domingo instalou-se mais os amigos e acabou de rapinar o resto e estamos mal.
Agora aparecem estes cromos que ou vivem à pala dos pais ou a coçar os tomates na repartição a dizer que os patrões são descartáveis (não, não sou patrão de ninguém, nem "aufiro" nada). Ou que deviam espalmar-se num muro com os Ferraris. Ah sim, o homem é esperto. O extremar de posições serve para desviar as atenções. Morte aos patrões. E porquê parar por aí? Há dias ouvi embasbacado um tipo que eu pensava que era são de espírito advogar a eutanásia dos reformados para poupar dinheiro - matar os velhotes, para falar verdade, mas atenção; com "dignidade", e "só os que estavam piorzinho". Incrível!
E quando terminarmos de nos insultar estará um desgraçado a ter que mandar nesta bagunça, porque há sempre alguém que tem que mandar, enquanto quem a fez deve estar numa comissão em Bruxelas com uma conta calada na Suíca.
A mim não me causa grande impressão ver patrões em Ferraris, se calhar porque aqui não há disso. Ninguém é obrigado a trabalhar para eles e o mercado de trabalho, para quem o conhece na realidade, é isso mesmo, um mercado, como os de Marrocos.
Enoja-me é ver os inúmeros, incontáveis Directores-Gerais da treta com os seus BMWs e Mercedes. Porque sou eu que os pago, porque se habituaram a tratar-me abaixo de cão do alto dos inúteis cargos que eu lhes pago, porque esse dinheiro faz falta a muita gente, e porque se trabalhar para o Amorim ou o Belmiro é facultativo, ser contribuinte não é.

Didas disse...

AB, acho que estás a misturar departamentos diferentes. O facto de me meterem nojo os patrões que vivem do trabalho mal pago não quer dizer que estou ao lado dos gajos que vivem à conta do estado. Digo eu...

Didas disse...

Japinho, se fores a uma padaria concorrente, é garantido que eu vou ficar chateada. Muito.