12/06/2010

Olá queridos clientes. As férias do tasco acabaram e já levei com uma ameaça de despedimento com justa causa por isso, cá estou de novo.

1.Esta semana impressionou-me sobretudo a notícia de que o governo regional dos Açores vai manter os ordenados dos funcionários públicos intactos em 2011. E mais, acho que esta notícia tem sido comentada pelo lado menos interesante que é o da desobediência. Vejam bem, essa parte não interessa nada. Como sempre, estamos a dar importância ao acessório e a esquecer o essencial! Então? O senhor lá dos Açores disse na televisão (ninguém me contou, eu vi!) que a medida não vai custar um cêntimo ao estado. Quer isso dizer que o dinheiro com que vai compensar os funcionários não sai da fatia que a gente manda para lá. Ponto assente. Então, donde vem ele, se nem a actividade dos políticos nem a dos funcionários públicos dá qualquer lucro? Está visto que os políticos das ilhas descobriram, finalmente, o mítico segredo da árvore das patacas! E isto é que é importante! Alguém os devia obrigar a partilhar o segredo connosco para podermos finalmente sair da p*ta da crise, carago!

2.Outra notícia interessante tem sido a das fugas de informação divulgadas pelo Wikileaks. Esta m*rda é duma beleza quase clássica, quer dizer, porra, deixa-me cá falar bem para vocês ficarem impressionados: É assim como uma metáfora da decadência da civilização ocidental. Isto para não dizer que se trata dum grupo de f*lhos da p*ta a entregar de mão beijada a segurança do mundo ocidental à malta que dá murros no peito quando ouve falar em infiéis. Lindo!

3. E finalmente, hoje ouvi uma que adorei. Os professores vão deixar de receber pela correcção de exames. É uma pena, de facto, porque eu já andava a ensaiar uma reinvindicação à patroa por analogia, demonstrando-lhe por A+B que, se quer que eu me dê ao trabalho de sair de casa para trabalhar, tem que me dar algum além do ordenado. Mas já vi que não vai pegar...

E pronto queridos clientes, por hoje é tudo. Fiquem bem e beijinhos. Para a semana a gente vê-se se entretanto esta padaria não for atacada à mão armada pela fenprof.

8 comentários:

Anónimo disse...

Pois, Sejas bem vinda ao mundo real!Ao trabalho!!!

Anónimo disse...

A Padaria estava a fazer falta!
Carlos César vai "compensar" do bolso dele, mas como o que recebe também sai do nosso, vai tudo dar no mesmo!...
Palhaços, perderam completamente o norte!...

Zé de Aveiro

Anónimo disse...

Em cada País um Wikileaks!
Saberíamos assim toda a "merda" em
que os políticos estão metidos e
como nos arrastam para ela!...

Zé de Aveiro

Fernando Antolin disse...

De vuelta a casa

Desde mi cielo a despedirme llegas
fino orvallo que lentamente bañas
los robledos que visten las montañas
de mi tierra, y los maíces de sus vegas.

Compadeciendo mi secura, riegas
montes y valles, los de mis entrañas,
y con tu bruma el horizonte empañas
de mi sino, y así en la fe me anegas.

Madre Vizcaya, voy desde tus brazos
verdes, jugosos, a Castilla enjuta,
donde fieles me aguardan los abrazos

de costumbre, que el hombre no disfruta
de libertad si no es preso en los lazos
de amor, compañero de la ruta.

Olha quem voltou !! Enhorabuena !!

saltapocinhas disse...

eu também não sabia dessa história do pagamento de provas, a mim nunca ninguém me pagou nada!

mas neste caso trata-se de exames que são pedidos pelas universidades, não são os exames "normais" do ensino secundário.

se é trabalho extra, também deve ser pago como extra.

Rosarinho disse...

Saltapocinhas, são os exames do secundário. Não é extra porque são feitos nas férias lectivas e os profes estão em casa, não necessariamente de férias.

Olá Fernando :) Não. Hola!

Zé de Aveiro, concordo com muita merda que o wikileaks já mostrou. Mas devia ter limites quando se trata da segurança de pessoas. E obrigada!

A.B. disse...

Cheira-me que essa história dos exames é mais uma das muitas histórias de desorçamentação das despesas. Em vez de aumentarem os professores, que fica sempre mal, diz-se que recebem um tanto por exame corrigido. Não sei, pode ser...
Há muitas coisas dessas por aí, e em geral alguém acaba por se tramar. Um amigo meu disse-me que cerca de um terço do que ganha é em deslocações, ajudas de custo várias, e o salário-base é relativamente modesto. No caso dele, que trabalha para uma firma privada, creio que no dia em que fôr para a alheta esse terço que não é bem salário desaparece por magia - embora até lá ele também beneficie com a situação por pagar menos IRS.
No Estado há muito o hábito de não chamar Estado ao que é Estado. E de disfarçar os descalabros orçamentais. As pessoas recebem muito mais do que realmente ganham de salário-base. Certos departamentos mudaram de estatuto e passaram a ser Fundações, Observatórios, Empresas Privadas de Capitais Públicos, o raio que o parta, e desapareceram da folha oficial de pagamentos, embora recebam do mesmo "patrão".
Desconfio que um dos aumentos dados aos professores foi disfarçado de pagamento por corrigirem exames, o que acaba por também parecer feio e não corresponde à realidade.

Didas disse...

Então eu, que por acaso até sou professora de formação, além de padeira, e dei aulas por quatro curiosíssimos anos, vou esclarecer: Os professores, quando acabam as aulas, ainda não estão no seu período de férias oficial (que é um mês mais coisa menos coisa) mas já estão em casa no bem bom tirando uma reunião aqui e uma vigilância de exame ali. Mas já se sentem como se estivessem de férias e tivessem, de facto, direito a isso. O sistema, durante os anos de vacas gordas, alimentou esse estatuto. E agora que as vacas são magras quer acabar com ele e aqui del rei que não pode ser. E aqui é que o Ikivuku, se ler isto, se vai passar comigo, eu sei.