12/16/2010

Tapar o sol com a peneira


Há coisas que eu continuo sem perceber e já me tentaram explicar como se eu fosse um par de socas e as duas do pé esquerdo. Por exemplo: Os gestores públicos portugueses são dos mais bem pagos. Um chico-esperto que gere uma coisa sem concorrência e onde o deixam aumentar os preços ao consumidor quando lhe apetece ganha, a brincar, mais do que um seu equivalente alemão. Isto já se disse muitas vezes e ninguém desmentiu, por isso deve ser verdade. Por outro lado, diz-se que não se lhes pode pagar menos senão eles vão embora e lá fica o nosso país sem essa valiosíssima massa cinzenta. A minha questão é: Vão embora para onde se noutro país iam ganhar menos?

9 comentários:

A.B. disse...

Há tempos vi na net salários de gestores de empresas americanas que faliram na crise de 2007. Eram coisas na ordem dos 500 000 000 USD anuais, e apesar das falências foram brutalmente indemnizados. O problema não é só nosso. O nosso problema é a nossa pequenez, e a nossa parolice. A EDP não é a Siemens. A última vez que olhei para as contas da Siemens fiquei um pouco admirado por gerarem mais dinheiro do que Portugal, mas depois percebe-se que têm muito mais empregados por esse mundo do que Portugal tem população.
É claro que monopólios privados como o da EDP deviam ser desmantelados ou nacionalizados, é muito perigoso deixar seja quem fôr sem concorrência num mercado, por isso é que os americanos desmantelaram a Standard Oil, a Bell, partes da Microsoft, etc.
Mas Didas, um gestor nem sempre é o patrão. O patrão é um conselho de administração que decide o que pagar ao gestor. Porque é que lhe pagam tanto se podem ir buscar um estrangeiro? Bem, eu tenho uma opinião. Imagine que é gestora da PT e ganhou um dinheirão com a venda da Vivo. Você, gestora, nem queria vender a Vivo, mas o conselho de administração - os accionistas - disseram que sim e pronto. E agora pode fazer muitas coisas com o dinheiro, mas os accionistas querem o dinheiro já, porque no fundo consideram a PT como algo que podem sugar até ao tutano e pouco lhes importa o será dela quando acabarem de espremê-la. Você gestora pode, em nome dos interesses da empresa, opôr-se aos accionistas, mas será demitida na próxima reunião de assembleia geral. A NÃO SER que o capital esteja tão disperso que torne difícil, ou impossível, fazer passar decisões que espatifem a empresa. Mas não é o nosso caso. Note como na semana passada a filha do presidente agolano comprou - a preço de saldo - MAIS 10% do BPI. Note como o homem mais rico de Portugal, Champalimaud, ao vender tudo ao Santander se tornou no maior accionista do banco, mas com apenas 3%. Essas diferenças abissais de dispersão de capital é que tornam a nossa Bolsa uma anedota e o pequeno investidor um apêndice cosmético. Por aqui basta dois ou três tipos estarem de acordo para espatifarem uma empresa e lixarem milhares de pequenos investidores. Na minha opinião, os gestores nacionais ganham muito para estarem muito calados e quietos. Dado o que se tem visto, merecem cada cêntimo...
Isto não dizem na TV : )

António Conceição disse...

E ainda por cima corriam o gravíssimo risco de ter que dar provas de competência.

Didas disse...

De facto, A.B., é má vontade minha. Estou-me a lembrar assim de repente do Pedro Soares, esse grande génio da gestão.
PS: Tem que sair um edital a proibir comentários maiores que as bostas da padaria.

Funes, bem alembrado!

A.B. disse...

Percebido. Stop.

joao madail veiga disse...

Só uma questão:
Quem saneou o Carlos Pinto Coelho do Diário de Notícias durante o PREC????
Hipotese UM: Silva Pais, Major, Director da PIDE / DGS.
Hipotese DOIS: José Saramago, escritor e jornalista.
Hipotese TRÊS: Otelo Saraiva Carvalho, também Major embora graduado em General, chefe do Copcon e estratego do 25/4.

Didas disse...

Voto na 2. Acertei?

joao madail veiga disse...

C E R T O O O O !!!!
Podes pedir o prémio que quizeres.

Didas disse...

Uma voltinha naquele Ferrari!

joao madail veiga disse...

Eu disse que podias PEDIR o prémio, não disse que o entregava, ao prémio !!!!