1/21/2011

Olá mais uma vez queridos clientes! Hoje, em véspera de reflexão para o acto eleitoral (que é um dia de que eu gosto muito porque supostamente pensamos todos um bocadinho sobre as bandalheiras que vimos e ouvimos nos dias anteriores e de repente faz-se luz), vou publicar um texto enviado por um cliente. Sim senhor, isto assim até já parece um estabelecimento sério como aqueles programas da SIC notícias para onde telefonam as pessoas a dar bitates. Espero que mais clientes sigam o exemplo! Viram?
Só um reparo: Não contem nada à patroa que eu publiquei isto porque ela tem um fraquinho pelo Sr. Aníbal e pode ficar chateada.


"Ao longo destas semanas, Cavaco andou por aí, nada fez, nada viu, nada disse.

Limitou-se a aparecer, qual virgem pudica imaculada (e nunca tocada pela mão do Homem), quase que a querer dizer: Aqui me tendes, idolatrai-me, apreciai-me e podeis beijar os meus pés que eu deixo.

Face a esta quase auto-felação presidencial, o que é que os restantes candidatos fizeram?

Rigorosamente nada!

Alegre continua o seu coma profundo a que se submeteu desde Abril de 1974, ainda anda ás voltas com a luta anti-fascista e ainda não percebeu que o Mundo mudou, Portugal mudou e felizmente para melhor. No entanto este poeta do Norte de África continua zangado com a história, zangado com a vida.

Por onde ande, Manuel Alegre está sempre zangado, o seu tom de voz é agastado, cinzento, como se de repente Salgueiro Maia acordasse para o visitar e lhe pedisse contas de um rosário que não é e nunca foi o seu.

Entre outras coisas, Manuel Alegre podia ter aproveitado esta campanha para agradecer; aos portugueses por o terem aturado há tantos anos, aos seus ex-colegas de bancada que sempre tratou com desdém invocando sempre um bacoco sentido independentista.

Mas não. Alegre continuou igual a si próprio, cinzento como sempre foi, de mal com o Mundo, de mal com a História, de mal consigo próprio.

Do outro lado da “barricada” Fernando Nobre, que prometia vir a ser o D. Sebastião por tantos aguardado, acaba por ser o que mais desiludiu.

Nobre começou por ser uma “lebre” lançada por Mário Soares e cedo se tornou na esperança de todos aqueles que não se reviam nas palavras e no projecto de Alegre. O carácter independente e de não alinhado de Fernando Nobre, conferia-lhe uma justa ambição, a de congregar ao seu redor a imensa maioria silenciosa que não vota, que está farta de palavra ocas e sem sentido. Sem um passado político, o Médico fundador da AMI, agarrou-se a isso mesmo e de lá não saiu, chegando ao ridículo que repetir até à exaustão a lista de países por onde andou e os conflitos que resolveu. Como se tudo isto não chegasse, na sua última semana de campanha, abandonou o papel de candidato presidencial e transformou-se, qual Ramalho Eanes em época PRD, num ambicioso e putativo Primeiro-ministro que tudo oferece e tudo promete em caso de vitoria eleitoral, a não ser que lhe dêem um tiro na cabeça como ele próprio afirmou na Quarta-feira à noite.

Perguntar-se-á se não havia mais nada.

Claro que sim. Um candidato cassete ou uma cassete candidato cujas palavras só conseguiram mobilizar o “jovem” eleitorado na faixa etária acima dos 80 anos, um candidato palhaço ou um palhaço candidato (que teve honras de cobertura jornalística – ao que esta profissão chegou meu Deus) e…Defensor Moura!

Agora repare-se nesta coisa fantástica: O partido do Governo, aquele que ganhou as ultimas eleições legislativas, apresentou a estas eleições presidências, nada mais, nada menos do que 3 (!!!) candidatos. Razão tinha Cavaco quando dizia que a Democracia estava viva e bem activa neste País.

Com este cenário “Kafkiano” percebo bem o dilema daqueles que querem votar e não sabem em quem. Como eu os percebo!

Isto até parece coisa de telenovela da TVI, o que me leva à seguinte conclusão; Domingo à noite (em horário nobre) poderemos ter o seguinte desfecho:

- Um candidato palhaço com quase tantos votos que o candidato cassete

- Uma cassete candidata com quase tantos votos que um palhaço candidato

- Um Poeta candidato com menos votos que o candidato poeta teve há 5 anos

- Um candidato a primeiro-ministro com quase tantos votos que o poeta candidato a poeta (e anti-fascista)

- Um Presidente candidato a Presidente

… e Defensor Moura

PORRA! E AINDA DIZEM QUE ESTE PAÍS É PEQUENO..."
Fernando Neves

5 comentários:

Cati disse...

Uau!!! Que bem escrito! Parabéns Fernando Neves! Conseguiu relatar o que eu e tantos outros portugueses sentimos em relação a estas presidenciais.

A.B. disse...

Vou tentar dizer o mesmo que o Fernando Neves só com duas palavras:
Não Vote.

kuka disse...

Parti os óculos e agora não consigo ler nada deste post!
Não dava para pôr umas letras maiorzinhas?

joao madail veiga disse...

Por mim está decidido.
Vou votar no sr Lino de Aveiro, simpático cidadão da minha cidade que ficou conhecido por ter pinhtado os tectos do Rossio e ter bebido metade da produção nacional de vinho, provocando assim uma recessão económica e animica de que ainda hoje se sentem os efeitos.

Rosarinho disse...

Olá Cati! Eu pessoalmente não concordo com tudo. Acho, por exemplo, que o Sr Aníbal não tem agilidade para se auto-felar. De resto está-se bem.

A.B., muito bem bito!

Kuka, os copy paste têm destas chatices pá... vou tentar aumentar.

João, o cidadão Lino está hoje completamente livre do vício do álcool é só dá lucro às Águas de Portugal.