4/01/2011
Demais
Estava a fazer zapping (uma das minhas actividades de sofá preferidas) quando parei no programa da Tyra Banks, naquele canal misterioso que supostamente é só para mulheres. Naquele momento entrevistava-se uma mulher de 28 anos com uma doença rara da qual sofrem cerca de 700 pessoas em todo o mundo. Não fixei o nome, mas consiste basicamente em a massa muscular se ir transformando gradualmente em osso até a pessoa se tornar numa espécie de estátua viva. Aquela mulher sorria enquanto explicava ao mundo os pormenores da sua doença e do seu percurso. Quando lhe apareceu o primeiro nódulo, ainda em criança, os médicos pensaram que era cancro, dada a raridade da doença, e amputaram-lhe um braço. Depois fez quimioterapia inútil. Depois começaram a surgir mais nódulos e dores porque afinal nem sequer era cancro. Já adulta casou mas o marido desertou quando a doença se tornou demasiado insuportável para ele coitadinho. Hoje tem uma perna permanentemente dobrada no ar como um flamingo adormecido. Ainda consegue maquilhar-se mas apenas com pincéis muito compridos porque o ombro já não mexe. Tira a maquilhagem com algodão preso em pontas de tesouras. Precisa que lhe dêem banho. Quando precisa de se virar na cama a meio da noite demora cerca de um quarto de hora entre dores e desconfortos vários. Mesmo assim sorri quando fala. Eu sei, é um lugar comum. Mas isto fez-me lembrar isso mesmo... que a gente se queixa demais!
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4 comentários:
Uma lição de sofrimento...
pois...
Fibrodysplasia Ossificans Progressiva (FOP)
e já agora... não foi o marido que desertou, foi ela que gentilmente o despediu - ok ele foi mesmo - mas acho que a percebo.
Nem mais. É mesmo verdade.
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