8/30/2011



Fui pela primeira vez, primeirinha na vida, ao alemão da Vagueira. Salvo seja. Mas deixem-me explicar melhor. Há um tasco na Vagueira chamado EI, que está sempre atulhado de clientela, que é propriedade dum alemão qualquer e onde os clientes são tratados mais ou menos como os cubaninhos que tentam fazer a travessia para os estados unidos em cima duma câmara de ar. Ou seja, mal como tudo. Além disso, vende cuecas de nylon rendadas à entrada, numa daquelas máquinas onde se mete uma moeda e se dá ao torniquete A parte mais gira é que só na semana passada é que eu descobri a existência deste tasco, sendo oficialmente a última pessoa do distrito de Aveiro a conhecê-lo. Hei-de ver se a façanha me rende ou não uns trocos no guinness, não se pode dizer que seja menos prestigiante do que fabricar um pão com chouriço de 2 km, mas essa parte fica para mais tarde.



Para já, o que vos quero contar é o que se passa lá dentro para além das cuecas. Então é assim: A gente entra e, se forem detectadas mais do que seis pessoas que se conheçam entre si, são logo todas corridas. O que não é muito mau porque no tempo do Salazar bastava serem três. Vá, por agora escapa. A comida consta de salsichas cozidas à mistura com batatas e choucroute, coisa que se eu desse a comer a alguém aqui na padaria iam-me perguntar se eu os estava a achar com cara de pan*leiros. Mas o melhor de tudo é a primeira folha do menu, da qual constam ameaças várias como podem os caríssimos clientes constatar na foto que eu tirei (à socapa, antes que o alemão me levasse para as catacumbas e eu nunca mais fosse vista), o que era chato porque acho que da minha família ninguém ia dar pela falta e a patroa, essa, ia fazer uma festa e abrir um champanhe.



Ora o que me intriga é o seguinte: Como é que o gajo tem clientela? Pelo menos muito mais clientela do que nós aqui, que tratamos bem toda a gente que cá entra e só cuspimos na chávena da meia de leite dos gajos que já estão a dever dinheiro e não há meio de pagar? Quanto a vocês, queridos clientes, não sei, mas para mim está cientificamente provado o motivo de nós sermos pobres e eles ricos. Os c*brões fazem dinheiro de tudo quanto mexa! E do que não mexa também. Não nos adianta nada trabalhar. Eu cá vou mas é ver se me mudam o nome para Ingrid, pinto o cabelo de amarelo mulher-a-dias e faço umas tranças daquelas que nos dão um ar, ora estúpido ora de actriz porno. Está decidido. Agora sim, vou enriquecer. Depois dou notícias!

9 comentários:

Moura Aveirense disse...

LOL Muito eu me ri! Deixe lá, Rosarinho, eu também só conheço o local há cerca de meio ano... mas por acaso, gosto. Estive lá há cerca de 2 semanas. Aconselho a parrilhada de salsichas :)

Saudações, Moura Aveirense

saltapocinhas disse...

não és a última, quando muito a penúltima, já que eu também nunca ouvi falar de tal coisa...
mas fiquei cheia de curiosidade.

Desabafista Profissional e Cusca de Blogues disse...

Tolera-se porque tem as melhores hamburguers (em termos de serem mais sequinhas algumas versões) da zona e porque a cerveja caseira é divinal. E quando sabemos que queremos ir la é só para aquilo e para aquilo mesmo LOL :D

kimikkal disse...

Do que me foste lembrar... Conheço essa casa há uns 9 anos e só tenho coisas boas a dizer, desde os hamburgueres à cerveja...Ai a cerveja, aquilo é como se fosse refresco, apetece sempre mais uma!

Certa noite (ou seria já madrugada?), aquilo estava já para fechar e o dono (o tal alemão) foi ter connosco e esteve um bocado na conversa, acabando por oferecer uma garrafa de tinto a cada um de nós, dizendo que era Natal (estávamos em Agosto).

Só de falar nisto já me deram umas saudaddes...Quando fôr aí acima hei-de passar lá!

joao madail veiga disse...

O Norbert é meu Amigo e, apesar de se comer muito mal no Ei, come-se à alemã, a cerveja e bué de boa e as noites de sexta são bué de fixe.
Quererem-me ver à sexta é lá, ou no Jorge Vagueira, ou no Dóri, ou no Clube de Vela, ou... e no fim, sempre, no Prinlimpimpimpim.
Essa é que é essa.
(quando não estou para a Galiza a termas, claro)

joao madail veiga disse...

E mais, havia outro alemão, que também vivia na Vagueira, o meu Amigo Hans, que teve o mau gosto de se ir embora, para outros ares e existências, com quem e com o Norbert passei noites de cerveja e de paleio memoráveis, inesqueciveis.
Isto no Ei.
Ahhh, a sex shop é na porta ao lado.

joao madail veiga disse...

Mas reconheço, as salsichas são intragáveis...

Rosarinho disse...

Pronto, já percebi porque é que o alemão vende e vende apesar do menu mal-criado. Obrigada pelos esclarecimentos, excepto à Saltapocinhas que já me sacou o prémio do Guinness.

Nuno disse...

«se forem detectadas mais do que seis pessoas que se conheçam entre si, são logo todas corridas» - isto é tão verdade. Ainda assim teimo em ir lá recorrentemente com um grupo de 20. E acabam sempre por nos dizer que é impossível. E mesmo assim acabamos sempre cá fora na esplanada a comer muito e beber ainda mais.
Aqueles hambúrgueres... ai o Monster, o Monster. Haja barriga, que aquilo é um hambúrguer do tamanho de um relógio de cozinha metido dentro de uma broa! E depois acompanhado por aquela cerveja... ui!
O atendimento "peculiar" faz parte da mística da casa. :)