Quanto mais vejo mais me espanto

As equipas de resgate do Costa Concordia resgataram do navio uma imagem da nossa senhora de Fátima. Sim, perante a angústia das famílias dos desaparecidos e na iminência daquilo tudo cair no abismo a qualquer momento, eles sacaram uma senhora de Fátima, leram bem. Logo no meu espírito inocente, embora ávido de respostas, emergiu uma série de questões, não necessariamente por esta ordem:

1. O que mais irão eles achar importante sacar do navio antes das vítimas? As garrafas de brandy do bar? Os plasmas? Os lençóis?
2. Qual a importância duma nossa senhora que foi obviamente incompetente no seu papel?
3. O santuário de Fátima já confirmou a autenticidade da imagem. Como é que se verifica a autenticidade duma peça de fancaria kitsch? Será que também é possível atestar a autenticidade duma águia do Benfica em barro pintado? Ou dum exemplar do menino da lágrima? Ou dum calendário das oficinas videirauto?
4. E finalmente, mas não menos importante, quando chegaram a terra com aquela m*rda terão levado no focinho? É que se não levaram deviam.