Era uma vez um tipo, que por acaso até era um príncipe e por isso usava collants por baixo duns calções de folhinhos e uma capa, que andava à procura duma gaja para casar, mas como era muito esquisito só queria uma que tivesse certas qualidades. Ao contrário dos outros homens todos (talvez por ser príncipe), não queria uma que soubesse cozinhar, nem uma que tivesse boas pernas, nem uma que lhe dissesse que sempre que sim. Este gajo queria uma mulher que conseguisse adivinhar que no meio duma porrada de colchões estava uma ervilha, assim do nada e sem ninguém lhe dar nenhuma pista. À volta dele toda a gente parecia perceber a lógica daquilo, ou pelo menos agia como se percebesse. Talvez porque naquele tempo dos collants e das capas fosse perigoso dizer a um príncipe que estava passado dos cornos. Quem estava a ler a história, no entanto, não percebia nada e até lhe apetecia ir à loja trocar o livro por outro que fosse mais giro.
E foi assim que eu percepcionei a história "A Princesa e a Ervilha", talvez o maior flop de Hans Christian Andersen, quando a li aos sete anos de idade.
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2 comentários:
Não li, não sei se estás a falar verdade. Isto de confiar em padeiras é perigoso. Que o digam os castelhanos.
eu não sei com que idade o li, nem me lembro se na altura gostei.
agora sei que gosto, porque me identifico muito com essa princesa. Aliás, eu até costumo dizer que se inspiraram em mim para inventar a história.
numa vida passada, eu era a princesa da ervilha!
agora só falta que a tua querida monarquia seja restaurada para eu poder largar o meu plebeu e casar com um príncipe!
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