Quando eu era uma miúda de seis anos que morava numa aldeia, ia à missa e à catequese, comia pescada cozida com ovo e batatas ao domingo e levava reguadas na escola depois de cantar o hino nacional e rezar o pai-nosso pela manhã, costumava ver na televisão uma outra miúda que vivia sozinha, tinha a força física de dez campeões de wrestling, um baú cheio de moedas de ouro para sobreviver, dois amigos e que se visse nunca ia à catequese nem à escola.
Eu desejava secretamente que um dia ela aparecesse na minha aldeia, montada no seu cavalo Oscar, me levasse e me acolhesse na sua casa sem adultos nem regras.
Um dia fui ver o mapa no meu livro de escola para saber onde ficava a Suécia. Pensei: "Até nem é assim tão longe, chegava cá num instante..."
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