1/30/2006

Olá meus amores!

A minha crónica de hoje é mais uma vez uma crítica literária. Mas atenção, que desta feita não é coisa de pé de chinelo. Sim, porque finalmente o meu valor está a ser reconhecido internacionalmente e já não era sem tempo!

Ora bem, trata-se então do seguinte:
Recebi ontem, por mail, a encíclica do Papa Bento XVI intitulada "Deus é Amor" ou como se diz em estrangeiro "Deus Caritas Est" (Não tem nada a ver mas prontos). O que interessa na história é que, a princípio, eu não estava a perceber porque raio me tinham mandado aquilo, até porque é uma cena com 16000 palavras e 26 páginas que me entupiu o mail todo. Depois porque não traz, nem uma piada, nem um mp3 com um um anúncio publicitário ou uma cena de sexo escabroso, nem um aviso contra uma nova ameaça pública. Mas depois, claro... como pude ser tão estúpida! Só pode ter sido o próprio Ratzinger que ouviu falar da minha grande capacidade de análise literária e deu ordens a um dos seus cardeais para me mandar aquilo a ver se eu lhe dava uma orientação para futuras encíclicas (esta, como sabem, é a primeira, o homem ainda não está muito afinado naquilo e deve estar nervoso). No que fez muitíssimo bem, porque esta está uma merda mas, com os meus conselhos, a próxima vai sair melhor se deus quiser.

Então é assim querido:
1 - Para post não serve. Se quiseres criar um blog cada texto tem que ter no máximo um vigésimo daquele tamanho. É um regra que toda a gente conhece no meio. Por isso, Deus me livre e guarde de publicar aquela cena aqui, ficava já sem leitores! É tudo uma questão de poder de síntese, tu consegues!
2 - Pensei em mandar aquilo para a TVI para eles adaptarem a novela com músicas do Toi (tendo em conta que fala de amor e tal...), mas depois comecei a ler a cena e vi logo que também não dava. Aquela porra não tem intriga nenhuma, nem filhos à procura do pai ou da mãe, nem gémeos separados à nascença, nem adultérios... É só santos para cá, caridade para lá (essa até é boa se lhe pegares com garra como fez a Fátima Lopes em Dakar a obrigar os pretinhos a bater palmas cada vez que dava um pacote de bolacha maria do intermarché, mas no teu texto está assim, tipo, mole, 'tás a ver?). Mesmo na parte que podia dar pica, que é na parte do sexo, ficas-te pelo matrimónio e tal, que o esposo e a esposa estão autorizados a coiso tal e isso, e o pessoal fica à espera da parte sórdida e nada. Tinha que ser mais específico, deixa ver se consigo explicar... olha, experimenta ver a programação da SIC Radical à uma da manhã, depois se não perceberes alguma coisa manda-me um mail. Não quer dizer que eu tenha percebido, claro, mas posso sempre tentar.
3 - Tira a parte dos santos, já ninguém aguenta, acredita. Paciência de santo já temos todos cada vez que sai mais uma lei fantástica deste nosso governo socialista a tirar aos pobres para dar aos ricos. Então aquela da Maria ser uma grande santa porque assistiu a não sei quem na gravidez e no parto e não sei que mais, esquece. Isso vamos nós começar todos a fazer agora que vão fechar uma porrada de maternidades.


Concluindo, acho que deves começar com coisas mais simples e só depois te abalançares para material mais pesado como as encíclicas. Aconselho-te, por exemplo, um romancezinho como os da Margarida Rebelo Pinto ou uma crónica no Independente, como a Ana Anes. Ou até um programa de televisão a evocar mortos e moribundos, vê o exemplo do Júlio Isidro, ninguém acreditava que aquilo desse e olha as audiências!

Se precisares de mais alguma coisa, não te esqueças que a Rosarinho está cá para o que for preciso, temos que ser uns para os outros.

E para os clientes em geral, como de costume

Um beijo da vossa
Rosarinho!

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