3/13/2006

HISTÓRIA CURTA E VERÍDICA COM UM LIGEIRO SABOR AMARGO



Sentou-se à minha frente. Tinha levado no dia anterior um documento que continha um lapso.
-Deixe ver… Pois… Está mal, vamos emendar.
Um erro numa data, por vezes acontece, nada de grave. Apresenta-se as desculpas da praxe e corrige-se.
Enquanto procedia à substituição ela começou a contar a aventura. O documento era “dele”.
-Quando eu cheguei a casa com isso ele deu logo por ela! É que foi logo! Ficou danado!
E enquanto contava isto ria-se. E continuou:
-Disse-me “Oh sua parva! Não sabes tratar dum assunto em condições?”. Até me bateu e tudo!
E quando disse isto riu-se ainda mais, como se estivesse a relatar uma qualquer peripécia caseira daquelas que nos vão animando os dias.
Parei e olhei-a nos olhos. Continuava com aquele riso estampado na cara.
Juro que poucas vezes na vida senti tanto desprezo por alguém.

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