Hoje marcaram-me Têpêcês. Foi aqui.
O Têpêcê é dizer o que é que eu queria ser quando fosse grande quando era pequenina. É confuso não é? Leiam outra vez mas baixinho e depois digam ao espelho.
É um TPC difícil porque eu era gaja para jurar que não há puto que não queira ser umas centenas de coisas diferentes ao longo da sua fase de treino e preparação. Mas vou dizer as que me lembro:
Houve uma altura em que quis ser empregada de mesa. Por isso, quando ninguém estava em casa para me cercear a força criativa, sentava os meus irmãos numas cadeirinhas com um banco de cozinha no meio a fazer de mesa e servia-lhes porcarias tipo ovos mexidos com pão ralado, café frio que tinha sobrado do almoço dos adultos ou bolachas Maria barradas com kilos de margarina Planta. Eles comiam e que eu me lembre, nunca reclamaram.
Houve uma altura em que quis ser professora. Quando as minhas colegas iam lá para casa brincar sentava-as numa escolinha improvisada e passava-lhes secas de gramática e história de Portugal, que era duas coisas que eu gostava muito. Também lhes dava porrada e dizia-lhes que tinha que ser assim porque para brincar às escolas tinha que ser como nas escolas a sério.
Houve uma altura em que quis ser catequista. A minha catequista maquilhava-se muito e usava saias hiper-mega-curtas, enquanto que eu me imaginava muito beata e o exemplo de virtudes da aldeia. Como esses dois conceitos começaram a fazer faísca na minha cabeça, acabei por desistir da ideia.
Houve uma altura em que quis ser agricultora. Aproveitei uns feijões podres que a minha mãe tinha posto de lado e fui plantá-los num cantinho do quintal, com muito carinho, e até pus uma tabuleta a dizer “feijões” como nos livros. Toda a gente se fartou de gozar comigo e depois afinal cresceram ali imensos feijões que deram imensas sopas lá para casa. A minha mãe andou uns tempos a contar a história a toda a gente e depois fartou-se. E eu também.
Houve uma altura em que queria ser patinadora artística mas tinha que ser no gelo e em pares. Ficava horas a ver os campeonatos de patinagem artística na televisão e o meu sonho era ter um gajo qualquer a fazer as piruetas comigo ao colo porque aquilo devia ser muito difícil. Um dia perguntei à minha professora primária porque é que não havia um pavilhão de gelo artificial no recreio da nossa escola centenária e ela ficou uns segundos a olhar para mim. Deixou-me na ignorância.
E estas são as mais importantes.
E agora, é suposto eu passar o Têpêcê a três vítimas, por isso passo ao meu mais que tudo, ao Kimikkal e à Saltapocinhas.
O Têpêcê é dizer o que é que eu queria ser quando fosse grande quando era pequenina. É confuso não é? Leiam outra vez mas baixinho e depois digam ao espelho.
É um TPC difícil porque eu era gaja para jurar que não há puto que não queira ser umas centenas de coisas diferentes ao longo da sua fase de treino e preparação. Mas vou dizer as que me lembro:
Houve uma altura em que quis ser empregada de mesa. Por isso, quando ninguém estava em casa para me cercear a força criativa, sentava os meus irmãos numas cadeirinhas com um banco de cozinha no meio a fazer de mesa e servia-lhes porcarias tipo ovos mexidos com pão ralado, café frio que tinha sobrado do almoço dos adultos ou bolachas Maria barradas com kilos de margarina Planta. Eles comiam e que eu me lembre, nunca reclamaram.
Houve uma altura em que quis ser professora. Quando as minhas colegas iam lá para casa brincar sentava-as numa escolinha improvisada e passava-lhes secas de gramática e história de Portugal, que era duas coisas que eu gostava muito. Também lhes dava porrada e dizia-lhes que tinha que ser assim porque para brincar às escolas tinha que ser como nas escolas a sério.
Houve uma altura em que quis ser catequista. A minha catequista maquilhava-se muito e usava saias hiper-mega-curtas, enquanto que eu me imaginava muito beata e o exemplo de virtudes da aldeia. Como esses dois conceitos começaram a fazer faísca na minha cabeça, acabei por desistir da ideia.
Houve uma altura em que quis ser agricultora. Aproveitei uns feijões podres que a minha mãe tinha posto de lado e fui plantá-los num cantinho do quintal, com muito carinho, e até pus uma tabuleta a dizer “feijões” como nos livros. Toda a gente se fartou de gozar comigo e depois afinal cresceram ali imensos feijões que deram imensas sopas lá para casa. A minha mãe andou uns tempos a contar a história a toda a gente e depois fartou-se. E eu também.
Houve uma altura em que queria ser patinadora artística mas tinha que ser no gelo e em pares. Ficava horas a ver os campeonatos de patinagem artística na televisão e o meu sonho era ter um gajo qualquer a fazer as piruetas comigo ao colo porque aquilo devia ser muito difícil. Um dia perguntei à minha professora primária porque é que não havia um pavilhão de gelo artificial no recreio da nossa escola centenária e ela ficou uns segundos a olhar para mim. Deixou-me na ignorância.
E estas são as mais importantes.
E agora, é suposto eu passar o Têpêcê a três vítimas, por isso passo ao meu mais que tudo, ao Kimikkal e à Saltapocinhas.
1 comentário:
és lixada!
mas pronto, tarefa executada!
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