7/31/2007

NA VERDADE, ACHO QUE NASCI COM ALMA DE ALENTEJANA


Sempre que penso que já expus aqui a minha vida toda, por dentro, por fora, de trás para a frente e da frente para trás, acabo por concluir que ainda há um qualquer pormenor sórdido por contar.
O de hoje é este: Tenho a certeza que ainda não vos disse que sou friorenta. Não uma friorenta qualquer dessas vulgares, que veste casacões e se encolhe toda no Inverno. Não! Eu sou “A” friorenta! Aquela que é tão friorenta que tem ódio a ventoinhas e ares condicionados! Aquela que é tão friorenta que o pessoal todo à volta pensa que ela está no gozo e não está! Tem mesmo frio!
Ora acontece que hoje foi o primeiro dos cerca de sete dias de verdadeiro calor de que a cidade de Aveiro goza anualmente. Um daqueles poucos em que eu não tenho que ir tomar café à noite com o corta-vento vestido por cima duma camisola de manga comprida por causa da ventosga que sopra sempre do mar para terra… por isso hoje foi para mim um dia de festa, com mais de trinta graus à sombra foi como se tivesse chegado o Pai Natal à cidade!
Vesti um casaquinho de algodão de meia manga, sem nada por baixo e saí assim para trabalhar assim, sem um agasalho de reserva nem nada! Porra, eu já merecia!
Só que passei o dia a ouvir bocas foleiras. Primeiro foi a colega do lado a perguntar se eu queria que ela me emprestasse um top, depois a brasileira da imobiliária – “Nossa! Minina! Como é qui cê aguentááá???” – e por aí adiante. E eu ali, feliz, com as calças de ganga coladas ao rabo e o cabelo colado ao pescoço, quentíssima e a pensar apenas:
- Caramba! Será que ninguém percebe que eu estou a ter o MEU MOMENTO?

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