8/26/2008

DE COMO A GENTE PENSA QUE JÁ VIU TUDO E AFINAL NÃO


Nunca me canso de me espantar com as partidas que a mente nos pode pregar. Mas já desisti de as perceber.
Conheci uma mulher vítima de violência doméstica, coisa que, como todos estamos ao corrente, a sociedade rotulou recentemente como crime hediondo. O meu cérebro, como o da maioria, concorda.
Só que ela, às questões de “Como é que aturas isso?” e “Então e não o deixas? Não apresentas queixa?”, responde, com a maior naturalidade, como se nos estivesse a dizer que gosta de bitoques com batatas fritas:
- Ah! Eu sei que é chato… andar assim esmurrada e tal… mas que hei-de eu fazer se só consigo fazer amor com ele com vontade depois de levar uma sova?
Quem ouve aquilo repugna-se. Reage mal e afasta-se num impulso como se estivesse na presença duma doença contagiosa terrível. Como se a criatura que assim fala aparecesse de repente coberta de pus esverdeado e nojento. Eu incluída. A vida não me proporcionou a faculdade de entender um fenómeno desta natureza, quase nem de acreditar nele. Ainda bem.

2 comentários:

Remelas disse...

Cum caraças!

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

Didas disse...

Eu até punha mais h'S!!!