8/08/2008

DE COMO PARA SER UM BOM PORTUGUÊS NEM É PRECISO SER PORTUGUÊS


O meu atleta preferido dos olímpicos é o Francis Obikwelu. Estou a torcer por ele. E mais, parece-me que todos os outros tinham umas coisinhas a aprender com ele. Todos os outros atletas e os portugueses em geral. Porque em vez de se queixar, tenta dar primeiro para merecer depois. Porque luta com uma força invulgar para dignificar uma bandeira que conheceu já homem e que nem sempre o acolheu como devia, numa demonstração rara de entrega a uma causa. Porque há dias, numa entrevista, ouvi-o dizer, simples e sem os tiques de quem está a botar um discurso grandioso, que tem que se esforçar muito pela medalha, porque o povo está a pagar. Pimba! Aprendam esses putos que ficam em último e depois vêm todos orgulhosos dizer que o que interessa é participar, perante as nossas atónitas caras de cu.
Não fomos nós que adoptámos Obikwelu. Foi ele que nos adoptou.
Se fôssemos todos assim, bem que esta choldra estaria diferente.

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