Não há frase que melhor ilustre o espírito português do que "É porque não te custa a ganhar!". Ouvimo-la quando perdemos o porta-moedas ou um guarda-chuva, quando compramos uma coisa qualquer que não sirva para fazer sopa ou simplesmente quando trazemos um quilo de pêras da mercearia onde elas custam mais cinco cêntimos.
"É porque não te custa a ganhar!" significa mais do que não gostar de ir trabalhar todos os dias, é mais profundo do que se ter um salário magro para as necessidades. "É porque não te custa a ganhar!", é a assunção de que a vida não é uma dádiva mas um fardo pesado. Que não há nenhuma razão para ser feliz. Que não há esperança. Que a vida é um fado. Que somos mesquinhos e tristes.
8 comentários:
A vida não é um fado, mas anda lá perto... é mais uma fada. Manhosa!!
jg, querias mesmo dizer fada não querias?
já dizia o nosso Agostinho da Silva, que o homem não foi feito para trabalhar !
e com toda a razão :)
Pois, mas esse era outro malandro! Aquilo era ai e tal ai e tal e a gente nao o via a fazer nada!
Portugal, à semelhança da ilha da série Lost, deve estar sobre um tipo especial de matéria negra que contagia todos. Somos o único povo latino TRISTE. Quanto ao mesquinho, apanho cada dose disso que até me arrepio.
Não sei se somos o único, nem sei se os outros serão assim tão alegres. Os espanhóis, por exemplo, são um abuso na alegria e um abuso na desgraça. Nós somos é assim tipo nem f*de nem sai de cima, pronto. E em vez de arrancarmos os cabelos de desespero como no flamenco, lamentamo-nos de verdete como no fado. Somos assim.
E expressão é irritante e detestável. Raramente ou nunca a oiço dirigida a mim, e obviamente nunca a uso, mas há um fundozinho de inveja no mau sentido e de moralismo que me dá volta ao estômago...
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Mas não sei se podemos generalizar. Olhem que ainda há muitos dos que fazem essas «loucuras» e muitos outros que não teriam esse pensamento mesquinho.
Nunca se deve generalizar, mesmo que apeteça muito.
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