Acordei à hora do costume. Levantei-me da cama. Dirigi-me à casa de banho como de costume. No entanto, ao contrário do que é costume, não a conseguia encontrar. À casa de banho, entenda-se. Eu sabia que tinha que ir trabalhar e precisava de tomar banho rapidamente, mas abria portas e portas e só me apareciam despensas cheias de tralhas velhas. "Estou lixada" - pensei - "Acho que é melhor ir tomar banho a casa" (como se não estivesse já em casa). Fui então buscar os sapatos para os calçar e ir a casa, mas também não os encontrava. Nem à minha carteira. Enfiei uns sacos de plástico nos pés e fui para a rua à procura do carro, embora preocupada por não ter a carteira, onde estava a chave. Andava nas imediações dos Armazéns de Aveiro e era de noite, e o meu carro, o estúpido, não aparecia. De repente estava em Lisboa, mas uma Lisboa a preto e branco e cheia de automóveis antigos. Passei por um senhor com uma manivela na mão, igual àquele do anúncio da Renault, e perguntei-lhe se sabia do meu carro. Ele ficou a olhar para mim como se estivesse embalsamado e eu perguntei-lhe se sabia então da minha carteira e dos meus sapatos. Nada. Estava a ficar cada vez mais desesperada e sem saber o que fazer à minha vida. Até que acordei. Estava deitada na minha cama, a luz do sol entrava pela janela e era tarde. Muito tarde. Tinha adormecido e, pior, nem sequer tinha sabido aproveitar a hora que dormi a mais com a porcaria da angústia que me causou aquele pesadelo imbecil.
3 comentários:
O que quer dizer que estás a querer chegar aos 130 anos! hehehehehehheh
Beijocas
Os sonhos são isso mesmo ... a ilusão.
Carteiro, não foi vodka!
José, isto foi mais um pesadelo.
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