4/10/2010

E o que é que uma pessoa tem que fazer mais para ter uma televisão em casa a fazer barulho ao jantar?

Primeiro foi a Cabovisão. Venderam-me um pacote que prometia mais serviços por menos dinheiro. Alinhei. E só depois de me terem lá ido instalar a traquitana toda é que me deram um papel a assinar onde revelavam o truque: Menos dinheiro era só por um ano, depois ficava (um bom bocado) mais caro. Mandei-os pastar e enfiar o papel onde quisessem. Apresentaram-me a conta de penalizações por quebra dum contrato que não tinha assinado. Anulei a transferência bancária e fiz-lhes um toma. Os cabrões consideraram que a gravação da chamada em que eu disse que sim valia como asinatura do contrato. Mandei-os pastar na mesma. Ponto final.
Depois veio a MEO. Só quando estava quase quase a contratualizar com eles é que me disseram que só podia ter duas televisões em casa, só duas! Não dá. Cá em casa só não se vê televisão na casa de banho. Chapéu. Tanta publicidade tão fantástica e nem três televisões se pode ter em casa com aquela porcaria.
Por fim veio a ZON. Aderimos àquilo e puseram-nos televisão, internet e um telefone de que não precisamos para nada. Ao fim de dois meses e meio mandaram-nos uma mensagem a dizer que devíamos cento e não sei quantos euros e que se não pagássemos vinham cá a casa cortar o serviço e levar as tralhas. Fomos lá saber que m*rda era aquela. Afinal as facturas estavam a ir parar a uma casa onde o meu marido morou há duas vidas atrás, no tempo em que os dinossauros caminhavam pela terra e que o sistema não tinha assumido a morada nova. Comecei-me a passar com o puto que não tem culpa nenhuma. Quando me falam do cabrão do sistema para desculpar asneiras de palermas, passo-me. Depois, as facturas vinham com um extra referente ao serviço de televisão que tinha sido detectado nessa morada em 2003, quando já por lá tinham passado umas duas ou três famílias depois de o meu marido ter saído.
Porra! Haverá alguma empresa honesta???

17 comentários:

Unknown disse...

Não sei se há, mas a TV CAbo é possivelmente das mais estúpidas que existe. A base de dados deles é uma coisa que só dá m**rda. Felizmente para mim, esqueceram-se de vir cortar a emissão durante 6 anos do morador anterior da minha casa.

??? disse...

"Só quando estava quase quase a contratualizar"

Gosto tanto da palavra "contratualizar". Dá ares de moderno, coisa que o velhinho "contratar" não consegue.

A Didas desculpe-me mas o "contratualizar" faz-me turvar a vista, ver tudo vermelho e começar a marrar à bruta.

SpetzNatz disse...

Trabalhei durante 3 anos na DECO, já conheço as histórias todas de trás para a frente, e em números primos. A lição mais preciosa a tirar é, desde logo: NUNCA confiar no atendimento telefónico.

A outra lição a tirar, logo a seguir, é: forçar, por uma férrea e irada insistência verbal e burucrática, a circulação e solução do caso. (Sabiam que há uma brigada de "élite" da tvcabo, destinada a lidar personificadamente com os casos mais exasperantes dos clientes, em que o critério para ela ser posta em acção é o nível de DESESPERO? Esta é das minhas preferidas).

A terceira lição a tirar é: NÃO confiar na DECO, que é um autêntico embuste.

Cumprimentos de Lisboa, terminal da Linha do Norte,

CR

SpetzNatz disse...

Ah, e sim: todo e qualquer momento que a palavra "sistema" for utilizada no discurso dos senhores do atendimento, de qualquer atendimento de qualquer serviço ou empresa, é sinal de que houve m*erda, ou alguém não fez o trabalho, ou o fulano nem sabe trabalhar com o computador... a utilização da palavra "sistema" significa sempre que nos estão a mandar uma desculpa, uma patranha.

Queiram atentar, quando assim for, à confusa diluição do discurso em soluços, voz gay suavemente assoprada, salamaleques vários regados a mel, e (eis o meu preferido) a utilização dos termos "de facto", "disponível", "efectivamente", e outros adscritos, tudo composto as hoc para formar um discurso não só inconclusivo, como vago e destinado a desencorajar o cliente.


CR

Didas disse...

Estrela, uma dessas não me acontece a mim não. Deve ser karma.

Pontinhos de interrogação do porco, por acaso pensei isso no exacto momento em que estava a escrever. Mas depois pensei, "se é bom para o SIADAP, é bom para a padaria". Pronto.

Spetz, a DECO também?! Aquela figura que as pessoas vêem como o santo graal dos enganados... também???!!!

Pêndulo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
??? disse...

SIADAP, outra coisa que me faz marrar :p

Foi uma oportunidade perdida para melhorar a função pública. O efeito foi exactamente o contrário.
É verdade, no SIADAP "contratualiza-se", talvez porque nos contratos a sério há negociação e ali não.

SpetzNatz disse...

Sim, a DECO também é um logro. Sim, a DECO também é preenchida a 85% por indivíduos não só ignorantes, básicos, e manifestamente mal formados, como improdutivos e incompetentes.

Partindo dessa massa laboral, acresce o facto de a liderança, isto é, quadros semi-médios, médios, e altos da empresa ser, desta feita 95%, ser composta respecticamenteou por protótipos de mulher-caniche-pindérica-do-minipreço, ou baixos delfins ávidos de micro-poder e convictos de que tomam decisões (só o fazem sobre o valor da moagem nas máquinas do café, na verdade) ou por fim os filhos-da-p*uta habituais que há um pouco por todo o lado.

Dispostos estes dois blocos, cuja interacção é responsável pelo funcionamento do serviço, é fácil antever uma dinâmica, no mínimo, desonesta e estéril em boas intenções: vender, revistas, muitas revistas, não importa como, nem a quem, nem por quanto tempo. E acreditem que vale tudo: dar aparelhos e chinesices diversas, prometer mundos e manás de vidência esclarecida sobre microondas ou aparelhos de GPS, sobretudo exaltar até ao delírio os sacros direitos do consumidor, defendidos estoicamente pela DECO... o que importa é que saquemos o NIB, a morada, o nome. Quando a DECO aparece na televisão, quando a DECO aparece na Praça da Alegria, está-se na verdade a marimbar para os reformados e os desempregados, e etc, esses não dão dinheiro. O que importa é a publicidade, pôr as pessoas a ligar para lá, e obter-lhes a informação necessária para perseguir a venda.

Assim, fechando o circulo, o constante fluxo e reciclagem de contactos permite a alimentação de um circuito tal que 1)a massa laboral tem sempre gente nova para tentar ludibriar e 2)a liderança tenha sempre números e estatísticas para se afirmarem como paladinos do consumidor afligido. Dito isto, o onus não está na defesa do consumidor, mas sim na utilização do consumidor como meio nem sequer de obtenção do lucro (o que estaria certo, aquilo é uma empresa privada), mas mais baixo ainda, como combustível para um mecanismo que auto-sustente a incompetência.

Que se desiluda aquele que quiser ser defendido pela DECO! Bate com o nariz (com a chamada) num callcenter operado por donas de casa frustradas e putos de 19 anos sem vocabulário, caninamente incentivados à venda, habitualmente feita por recurso à omissão e à falsidade.

Depois de comprar, de consumir, de alimentar a máquina, então talvez possam dizer se se tem ou não direito de ir trocar o ferro de engomar que avariou há 2 semanas.

Aquilo é kafkiano, ponto final.

António Conceição disse...

Nada na história que aqui se conta me surpreende, nem sequer a triste história da Deco, conforme SpetzNatz. Tive más experiências com todos. Deixei-os sempre ir para Tribunal, incentivando-os a processarem-me. Os únicos que o fizeram foram os da "Clix". No dia marcado para o julgamento, quando recusei qualquer acordo de qualquer natureza que não passasse por assegurarem-me TV Cabo, internet a 100 mega e telefone gratuito durante 100 anos, desistiram.
REpito: estas histórias não me surpreendem. A única coisa que me surpreende neste post é outra: como é que se pode viver sem televisão no quarto de banho?

Didas disse...

Pontinhos de interrogação, não há hipótese alguma de melhorar a função pública. Aquilo já é muita bom.

Caramba AVC, e eu a pensar que nestes casos podia precisamente recorrer a ti!...

Spetz, já me tinha parecido que as vendas da DECO são um bocado banha da cobra. Mas...

Funes, é possível. Nós cá em casa somos praticamente eremitas!

P Amorim disse...

Todas as empresas de telecomunicações entendem que os clientes são tolos. Umas mais que outras. Eu acabei por ficar com o MEO, a ZON tira canais, põe outros que não interessam para dizer que tem mais de cem, desliga a rede, bem, faz trinta por uma linha.
Quanto à DECO já me valeu em dois litígios que foram resolvidos graças a ela.

Didas disse...

Na verdade, dos duzentos e tal que apanho nem metade interessa.

António Conceição disse...

«Na verdade, dos duzentos e tal que apanho nem metade interessa.»

Fogo!
Vou mudar para a ZON. Na MEO, dos duzentos e tal que apanho não interessa nenhum.

Unknown disse...

Tanto andou e, apesar de tudo, acabou por ficar no melhor fornecedor de serviços de tv, net e telefone fixo.
Comigo a Cabovisão não tinha cobertura e o MEO foi uma carga de trabalhos, onde os problemas foram maiores ao número de promessas de qualidade de serviço que tinham feito.

E assim sendo, lá acabei na ZON. Estou satisfeito, o serviço funciona: com 3 tv's, mais telefone fixo e uma velocidade de internet contratada bastante satisfatória para as minhas necessidades.

Quanto ao seu problema da facturação permita-me sugerir-lhe a factura electrónica, através do serviço ZON, em www.myzon.pt. Não só o ambiente agradecde como evita problemas de mudanças de morada e afins. Eu tenho.

Didas disse...

Funes, o menino não seja mentiroso. Ai esse aparente desprezo pela televisão é tão bem!... E depois todos têm pelo menos uma. E ligam-na!

César, acontece que nem nos puseram essa hipótese nem nos disseram que existia. Aliás, a trenga da mocinha que nos atendeu à primeira partiu logo do princípio que a gente só queria televisão, pois internet é só para tontinhas da idade dela namorarem no chat e sacarem músicas da Shakira!

Unknown disse...

SpetzNatz, so não entendo é porque a Deco é tudo isso (não duvido que o seja, quando tenta impingir aquelas calculadoras dos chineses ou afins para vender), e sendo tudo isso, ainda recebe subsidios do Estado para "defesa do consumidor".. A sério, defendam-me da Deco, e não precisam subsidiar aquilo. Pode ser?

Didas, bom comentário sobre a TV no WC :)

Didas disse...

Há coisas piores que a DECO a receber subsídios do estado, mesmo assim. Ranchos folclóricos...