6/03/2010

E aí estão eles mais uma vez


Nestes contentores de lixo, onde passo praticamente todos os dias, é raro não haver grandes quantidades de papel, plástico ou qualquer outro material reciclável, ou seja, que não devia estar ali. Desta vez era caixas de fruta, pelo que não deve ser duma casa particular, ninguém se aguentaria com tanta fibra. Não sei exactamente quem será o autor da avaria, que pratica por ignorância ou simplesmente por estupidez (que são duas coisas diferentes). Sei que num raio de 20 ou 30 metros fica a GNR, o Centro Comunitário da Vera Cruz e uma mercearia. Já a uns cinquenta metros, há ecopontos.
E pronto, este foi mais um episódio de "Para que é que este povo se queixa dos políticos se também não é flor que se cheire?"

4 comentários:

Alírio Camposana disse...

Parece que ninguém sabe muito bem porquê. O que é facto é que há pelo menos um estudo nacional que suportou uma tese de doutoramento e que, simplesmente, não concluiu nada.

A grade questão tinha a ver com o facto da Amostra revelar grandes preocupações ambientais e, de um modo geral, possuir grandes conhecimentos nestas áreas, reciclagem,impactos ambientais, consumo de produtos biológicos, questões ligadas às energias limpas, entre outras mas, depois, por uma qualquer razão ou razões, porventura psicológicas, as atitudes do dia-a-dia iam, precisamente, ao encontro da que colocaste neste post, ou seja, as acções divergiam dos valores ambientais que eram percebidos como correctos.

O estudo foi inconclusivo e talvez estes aparentes paradoxos dos nossos tempos nos obriguem a reequacionar a forma de, por vezes, se investir em determinadas campanhas, ou até de entrega de materiais, como foi ocaso muito recente da distribuição de sacos reutilizáveis para separação de lixos. Será que não foi dinheiro atirado ao lixo?

Cumprimentos.

Fernando Antolin disse...

Este povo e algumas das suas atitudes,fazem-me lembrar isto:

"...Dichoso el árbol, que es apenas sensitivo,
y más la piedra dura porque esa ya no siente,
pues no hay dolor más grande que el dolor de ser vivo,
ni mayor pesadumbre que la vida consciente.

Ser y no saber nada, y ser sin rumbo cierto,
y el temor de haber sido y un futuro terror...
Y el espanto seguro de estar mañana muerto,
y sufrir por la vida y por la sombra y por

lo que no conocemos y apenas sospechamos,
y la carne que tienta con sus frescos racimos,
y la tumba que aguarda con sus fúnebres ramos,

¡y no saber adónde vamos,
ni de dónde venimos!...
..."

do Ruben Dario

hoje devo estar sem pachorra..

Alírio Camposana disse...

Excelente! O poema retratou muito bem parte da "alma" portuguesa.

Cumprimentos.

Didas disse...

Neste estabelecimento uma pessoa vai de férias mas vai descansada caramba! Os clientes ficam cá sozinhos mas não se perdem, até sessões de poesia há! Muito bem!