Primeiro foi o tempo da formiga. Depois, questionámos o valor dela e se a cigarra não teria, também, o seu contributo a dar ao mundo. A medo. Depois já não. E então veio o tempo da cigarra. A formiga tornou-se odiosa, o bichinho que caminha infatigável em filas intermináveis sem parar para questionar filosoficamente de onde vem e para onde vai aproveitando para entretanto nada fazer. Todos querem ser cigarras. É mais fácil e mais divertido. Agora, vivemos um tempo em que as cigarras vivem com a certeza da superioridade, ainda que nem todas o mereçam, nem saibam, nem tenham o talento necessário para pertencer a essa classe que se pretendia iluminada pelo dom da criação. E ainda que vivam à custa do trabalho das eternas formigas que, com uma abnegação nunca reconhecida, escolheram caminhar infatigáveis em filas intermináveis.
Margarida Espantada
Há 1 semana
10 comentários:
sachar batatas?...
Sim, com um sacho!
O meu primo chama-lhe um chacho! :)
Esse primo é da cherra?
http://www.hortodocampogrande.com/media/46/Image/ProdutosServicos/AcessoriosJardim/Sachola-3-Dentes.jpg
No final da fábula, a cigarra come sempre a formiga...
A cigarra já vive imerecidamente à custa da formiga desde os tempos de La Fontaine. Dá-me ideia que não é de agora :)))
SpetzNatz, está certo. A formiga acaba sempre comida!
Movimento Moda, é verdade. Mas no tempo de La Fontaine tinha má fama e era muito mal vista.
Dá-me ideia que estamos a viver um revivalismo desses tempos. Vivemos no tempo do "viver o momento", ninguém aprecia o conceito de trabalhar e amealhar da formiguinha.
Há muitas Formigas, mas vêm todas da Roménia e do Brasil :DD
Da Roménia?! Esses são a formiga do semáforo! Os brasucas sim, esses trabalham.
:))))
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