Um movimento de personalidades da arte e da cultura desde logo se ergueu, exigindo a demolição pura e simples da torre, que consideravam um atentado ao bom gosto.
A construção da Ópera de Sidney foi uma desgraça. O desenho era giro e tal mas aquela porcaria era impraticável. Custou muitos milhões acima do previsto, as críticas e as pressões foram arrasadoras e o arquitecto teve que desaparecer de fininho durante anos.
Gaudi foi ridicularizado pelos seus contemporâneos e só se safou graças a Guell, o seu grande mecenas e, provavelmente, o rico com o gosto mais estragado de toda a Catalunha. Aliás, toda a arte-nova, à época, foi considerada pelos bem-pensantes a arte do mau-gosto.
A grande roda London Eye foi um projecto abandonado por ser uma enormidade tão desnecessária naquela zona de Londres, tão perto do parlamento, e só acabou por seu instalada, em 1999, na condição de ser retirada cinco anos depois.
À escala pobrete mas alegrete, o Centro Cultural de Belém foi, durante a sua construção e mesmo nos tempos que se lhe seguiram, o alvo favorito onde toda a elite intelectual da choldra ia descarregar a bílis.
Estes são apenas alguns exemplos. Inúmeras obras megalómanas e nascidas de partos dolorosos como estes tornaram-se ícones da humanidade que ninguém no seu perfeito juízo pensa, hoje, ser possível destruir.
Por isso não atrofiem. É só uma questão de tempo até o TGV ou a nova ponte sobre o Tejo (ou até, quem sabe, aquela maison horrível que estão a construir mesmo ao vosso lado e que vocês odeiam) serem consideradas grandes obras do século XXI. Na boa!
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