- Está calor! O que vale é que o verão é curtinho!
- Credo! - protestei eu - Ainda o verão não começou e já lhe estão a agoirar o fim!
- Oh menina! - disse-me a senhora idosa com aquele ar que a gente põe quando tem a certeza que está a dar lições valiosas aos mais novos - Já o povo diz que "primeiro de Agosto é o primeiro de inverno"! O verão vai-se num ai!
Já nem disse mais nada. Primeiro, porque não valia a pena continuar uma discussão sobre o tamanho do verão, que todos sabemos que dê por onde der tem três meses; depois porque há coisas que arrumam comigo à primeira por muitos anos que tenha disto. Uma delas é o gosto que este povo tem pela tristeza. Se não formos o gajo que tem as doenças piores, aquelas que o doutor até disse que nunca tinha visto nada tão grave, nem dormimos bem. Se não nos tiverem acontecido as maiores desgraças nem temos assunto de conversa. Se não tivermos dores horríveis nos ossos quando muda o tempo nem somos gente digna desse nome.
Para quê apreciar o verão, o calor, o sol e o céu azul sem desconfiar que aquilo traz alguma água no bico? Até nos caía na fraqueza!
4 comentários:
Cruzes, credo!
É comamim... só teinho trés istassões deque gosto!!!
é a história de ser pobrezinho e morar longe...
as meninas do post anterior não andavam a preparar a cena de uma peça teatral?
Não Saltapocinhas, não andavam. A peça já tinha terminado.
mfc, eu é sóduma: do brão!
menagerie, e não é assim?
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