8/31/2005

GRANDE FESTIVAL DE CINEMA DA PADARIA

Hoje vamos fazer o lançamento de mais um fabuloso prémio.
De cinema. Nem mais.
Leiam o regulamento e participem neste grande evento cultural!

REGULAMENTO:
1. Podem participar todas as pessoas residentes em qualquer lado, de qualquer nacionalidade, com existência real ou virtual;
2. Os participantes deverão realizar um filme de animação aqui , gravá-lo e enviar o respectivo endereço, título e nome do realizador para este estabelecimento, por mail ou nos comentários, até às 21 horas do dia 4 de Setembro.
3. Nos dias 5 a 7 de Setembro proceder-se-á a uma votação livre mas pouco. Só poderá votar pessoal com blog ou que deixe endereço de e-mail válido. Nós aqui não alinhamos em poucas vergonhas como a da empregada deste tasco que foi chamar o quartel dos bombeiros inteiro para votar nela, o que valeu foi o bom senso do júri que lhe anulou os 257 votos postos à intrujice.
4. No dia 8 de Setembro será anunciado o vencedor, que terá direito ao título de cliente honoris causa e receberá, inteiramente grátis, um magnífico brioche sem calorias.

A título de exemplo, extra-concurso, apresentamos o fantástico filme realizado cá na padaria, que é uma alegoria sobre a dificuldade de gerir uma padaria com uma empregada sonsa e abusada. Neste momento o nosso agente está ainda a ser assediado por todas as distribuidoras nacionais e internacionais pelo que não sabemos ainda onde e quando estreará no circuito comercial, mas logo que saibamos, comunicaremos.

APROXIMA-SE MAIS UM ACTO ELEITORAL

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8/30/2005

NATIONAL GEOGRAPHIC - EPISODE TWO - O TINÊIGER

O tinêiger é uma espécie relativamente recente que habita as regiões habitualmente designadas por “de influência ocidental” e resulta de uma evolução e adaptação da espécie “mocidade” aos meios urbanos.
O tinêiger assume no entanto características diversas consoante a região que habita, nomeadamente a nível linguístico. Neste artigo, debruçar-nos-emos essencialmente sobre a subespécie que habita dentro das fronteiras do estado reconhecido internacionalmente (a ciência ainda não conseguiu explicar o motivo deste reconhecimento) como República Portuguesa.
O tinêiger é, na sua essência, uma cria, embora disponha já de um aparelho reprodutor funcional, o que em tempos idos significava que era chegada a altura de acasalar, procurar o seu sustento e reproduzir-se. Hoje em dia, no entanto, tal não acontece. O aparelho reprodutor do tinêiger mantém-se inoperante, a não ser em casos excepcionais que proporcionam aos clãs grandes momentos de adrenalina colectiva. Os restantes membros da comunidade esperam que o tinêiger, não só não acasale nem se reproduza, como inclusive inicie os rituais que o levarão àquilo que é designado por “sucesso” e que ainda ninguém descobriu o que é, através de comportamentos como por exemplo o de fechar-se várias horas num ambiente fechado para que o seu cérebro assimile grandes quantidades de informação sem qualquer utilidade prática. O tinêiger, sem conseguir de imediato interiorizar o resultado, a longo prazo, deste comportamento, reage não poucas vezes violentamente, o que provoca grandes convulsões, especialmente no seio do clã.
Dentro deste contexto, podemos reconhecer o tinêiger pelas seguintes características:
1.Quando em presença de potenciais espécimes adequados para acasalamento, o tinêiger assume um comportamento estranho e exibicionista, nomeadamente, no caso das fêmeas, risinhos estridentes e no caso dos machos, exibição de um poder físico a grande parte das vezes inexistente. Isto deve-se à impossibilidade de acasalar na altura indicada pela natureza, por motivos culturais.
2.O tinêiger é por definição uma vítima. Mesmo tendo em conta que os progenitores proporcionam integralmente o seu sustento sem reclamar, queixam-se invariavelmente de maus tratos. Esses maus tratos passam por serem obrigados a não deixar que o seu quarto fique atulhado de resíduos tóxicos até não se conseguir abrir a porta, por serem obrigados a, ocasionalmente, dispor uns pratos em cima duma mesa ou uns lençóis em cima duma cama, ou por, ocasionalmente, lhes ser recusada a aquisição de um bem que se encontra no mercado por um valor 250 vezes superior ao real. Também causa grande mágoa e revolta no tinêiger o progenitor bater à porta do seu quarto pelas 3 horas da tarde para saber se continua vivo ou já morreu durante o sono, bem como pedir-lhe delicadamente que não ultrapasse o limite de faltas na escola ou recusar-se, por absoluta indisponibilidade, a ser o seu motorista e dos amigos. Nestes casos, o tinêiger pode reagir de várias formas, mas as mais correntes são: a)Mandar imprimir qualquer coisa no corpo com uma agulha e tinta ou espetar objectos vários na própria carne (pensa-se que estes métodos substituem o famosíssimo crucifixo, demasiadamente letal e de proporções exageradas para um apartamento). b)Fazer sessões colectivas de terapia de grupo nas quais as experiências mais dolorosas e de gritantes injustiças cometidas pelos progenitores são relatadas e partilhadas. Habitualmente estas sessões acontecem em festivais rock com bilhetes pagos pelos progenitores ou outros acontecimentos semelhantes e são acompanhadas de umas bebidas e umas substâncias proibidas por diploma legal também pagas com a mesada proporcionada pelos progenitores e uns pastelinhos de bacalhau, umas sandes e uns bolos de chocolate enviados amorosamente pela chata da progenitora preocupada com a subsistência da cria. c)No caso das fêmeas, escrever diários onde são descritas as suas tragédias diárias. Esses textos podem ser acompanhados de bonequinhas, estrelinhas, florinhas ou anjinhos, tudo em tons de cor-de-rosa. Ninguém sabe ainda ao certo o que se poderá encontrar dentro do diário de uma tinêiger, mas pensa-se que possam existir textos do tipo: “Amigita, ôje o Pedrokax pediu namôro à Tititaa y ela disse k sim. Akéla pirosa, com akelas argolas ôrriveis najorelhas extô tão infelix... axo k vou tomar unx remédius pá depreção, ou então pedir gito á minha kota pákeles tenix lindus! Oh...”
3.O tinêiger sabe tudo. Nunca, em circunstância alguma, se deve tentar ensinar seja o que for a um exemplar desta espécie, pois corremos o risco de ele ter um ataque de fúria e desatar a insultar-nos. Temos que ter sempre presente que o que um tinêiger verbaliza é a expressão da mais pura verdade e é indiscutível. Nem o falecido Einstein, nem outros reputados cientistas, filósofos ou pensadores de qualquer área têm a menor chance de ganhar uma discussão com um tinêiger. A humanidade divide-se em dois grupos. Os “bué à frente”, que são eles e os amigos e os “bué de atrás” que são os outros todos. Ponto final.
4.A aparência habitualmente cuidada do tinêiger não passa de uma camuflagem com que engana os adversários. Em circunstâncias normais ele consegue rivalizar em porcaria com o pior aterro sanitário. Nunca se aproxime das sapatilhas/ténis de um tinêiger, pode ser fatal. Nunca procure debaixo dos lençóis, gavetas ou mochilas de um tinêiger. Pode encontrar achados que já estão no domínio da arqueologia embora sem qualquer valor monetário. Nunca tente infiltrar-se numa sessão de terapia de grupo de tinêigeres, nelas são libertados voluntariamente e muitas vezes em competição, gases potencialmente mortais.
5.Para um tinêiger, as palavras não têm o mesmo significado que para as restantes espécies, a saber: Uma cota não é uma porção ou medida, uma beca não é uma vestimenta dos funcionários judiciais e um coche não é um carro movido a força animal. Existem também algumas palavras de uso próprio como dah, weee, dasss e bué. De qualquer forma o tinêiger não rejeita completamente os séculos de cultura que os precedem. Assim, continua a usar os tradicionais “foda-se”, “caralho” e “merda”.
6.Os hábitos alimentares do tinêiger são estranhos, com laivos de canibalismo, pois os seus alimentos preferidos têm quase sempre nomes parecidos com os dos amigos, como por exemplo Choquitos, Chipitos, Conguitos e Tiritas. A refeição como um acto social, embora com características diferentes das outras espécies, também se verifica. Assim, o tinêiger reúne-se com os demais à frente da televisão, completamente enroscado num sofá ou cama, enquanto ingere grandes quantidades de colesterol e açúcar e troca impressões sobre a cena das cabeças cortadas com moto-serra no filme de acção ou o destino das personagens dos morangos com açúcar.
É tudo. Embora houvesse muito mais para dizer sobre esta espécie, estas são as suas características principais.

8/26/2005

Pois é, infelizmente regressei de férias. E como ainda não há consultas dos nossos queridos clientes, vou fazer como a convencida da patroa e contar-vos como decorreu o meu período de relax.
Ora como todos sabem, os patrões foram para longe, quer dizer, o suficiente para eu não lhes ver a cara por uns tempos, o que é bom. Deixaram-me a chave da padaria para alguma coisa que fosse preciso, o que também é bom.
Assim, combinei aqui uma churrascada com os meus amigos da GNR e dos Bombeiros, para lhes agradecer terem votado em mim no último escritor famoso, apesar dos votos deles terem sido todos anulados injustamente e eu nem saber porquê. Mas o que conta é a intenção.
Ora voltando à vaca fria, a churrascada correu bem, os incêndios que na altura por aí grassavam é que tiveram que aguardar uma bequinha porque um homem não é de ferro mas como também, tirando os bombeiros e os gajos que têm casas no meio dos pinhais, toda a gente parece estar a cagar-se no assunto, tanto faz.
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Para vocês terem uma ideia da animação que foi, aqui está uma fotografia da festa, comigo e com um amigo meu da GNR que costuma safar as multas à cambada toda lá do bairro.
A patroa é que já estranhou o corte nas reservas de farinha no armazém, mas eu disse-lhe que durante as férias dela se consumiu muitos cacetes por aqui... o que não é mentira. Tudo depende da interpretação que se queira dar à frase.
E pronto meus amigos, resta-me dizer que estarei cá a partir de agora todas as sextas-feiras para responder às vossas dúvidas, não se esqueçam de escrever à Rosarinho, por mail ou na caixa de comentários.
Se se portarem bem convido-vos para o próximo barbe-cu!
Beijinhos!

8/25/2005

NATIONAL GEOGRAPHIC - EPISODE ONE - O DESTRUIDOR DE LARES

Hoje vou-vos falar duma espécie muito comum nas nossas costas, mas que também habita o interior norte e sul: O Destruidor de Lares.
O destruidor de lares apresenta-se quase sempre com uma camuflagem que lhe permite fundir-se no meio ambiente e passar despercebido, o que lhe dá a capacidade de apanhar as suas presas sem dificuldade. Só a um especialista é possível reconhecer o destruidor de lares sem que ele se manifeste de viva voz. Esses especialistas são seres que têm muitos anos de experiência a reconhecer as mais diversas espécies, experiência essa que recolhem de muitas horas passadas à janela ou à porta em troca de impressões com os restantes e à escuta em estabelecimentos públicos como cafés, mercearias e igrejas.
O destruidor de lares ataca geralmente em silêncio.
O destruidor de lares tem características diferentes consoante se trata macho ou fêmea, embora, habitualmente, ataque aos pares. Se for macho, é também conhecido como mulherengo ou putanheiro. Se for fêmea, apelida-se de maluca ou leviana. As vítimas do destruidor de lares também têm diferentes nomes consoante se trate de machos ou fêmeas. Assim, o macho desperta geralmente grandes risadas nos demais (ainda não se sabe porquê mas provavelmente devido a uma qualquer substância química que liberta) e é chamado de corno, embora nunca na sua presença. A fêmea fica geralmente rotulada de coitadinha e abandonada e acaba, não raras vezes, por ser motivo de letras para fados.
As crias são as vítimas preferenciais dos destruidores de lares e, embora estes não tenham a capacidade de as destruir directamente, destroem-nas com a ajuda da comunidade que se junta para, em sessões de grupo, as convencerem que os destruidores de lares têm a intenção verdadeira de as agredir. Este é um processo complexo e ainda difícil de explicar pela ciência. Basicamente funciona pelo processo de indução e hipnose.
Os destruidores de lares não têm só aspectos negativos. Também são grande fonte de animação na comunidade, pois por sua causa é habitual fazerem-se grandes reuniões familiares nas quais, à volta de umas cervejas e de uns pastelinhos de bacalhau, se pratica um desporto que consiste em ver quem consegue enumerar mais defeitos dos destruidores de lares que conhecem e que preferencialmente pertencem à família. Tal como no Trivial Pursuit, no entanto, há algumas perguntas e respostas que saem sempre, como por exemplo haver quem consiga jurar a pés juntos que o destruidor de lares em causa é alcoólico pois já foi visto a beber um ou até mais copos de vinho seguidos. No caso das fêmeas, é usual enumerar as vezes em que retirou a fralda a uma das crias e esta se encontrava suja, o que prova inequivocamente que nunca foi boa mãe, ou as vezes em que juntou a loiça do almoço com a do jantar e a lavou toda de seguida, o que prova nunca ter sido uma dona de casa competente.
Os destruidores de lares são também conhecidos por terem um apetite sexual voraz. Diz-se que são capazes até de usar métodos contraceptivos por forma a darem azo a tais apetites sem terem mais crias e, pior ainda, diz-se (embora não esteja provado cientificamente), que têm orgasmos.
A vida e hábitos dos destruidores de lares também são afectados pelo meio ambiente que os rodeia, dependendo essencialmente do número de exemplares das restantes espécies que com eles partilham o espaço. Em comunidades com um número médio de habitantes, digamos que à volta de 100.000, o destruidor de lares só é importunado muito esporadicamente. Por vezes, quando está num restaurante ou num café, apercebe-se que estão alguns especialistas a olhar, a apontar e a falar entre si num tom muito baixo. Os seus olhares são de reprovação, o que também é um indicador fidedigno de que o destruidor de lares foi reconhecido e poderá ser atacado. No entanto, tirando isso, raramente são incomodados.
Numa comunidade muito maior, digamos de 500.000 habitantes para cima, o destruidor de lares só raramente será incomodado desta forma pois provavelmente nem no prédio onde mora é, na maior parte das vezes, reconhecido. Isto acaba por ser frustrante para ele.
O destruidor de lares com a vida mais emocionante deve ser, sem sombra de dúvida, o que habita em comunidades com 1000 habitantes ou menos. Aí, mal sai à rua é imediatamente reconhecido, sendo alvo de ataques em cada canto e esquina. É geralmente nesses locais que o destruidor de lares depara muitas vezes com exemplares mais idosos que chegam até a benzer-se quando se cruzam.
Mas nem todos têm a sorte de habitar estes locais.

E é tudo. Para a próxima dissertaremos sobre outra espécie.

FESTA NA PADARIA

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Que também já bloga!
Tchim tchim!

8/24/2005

ESTURRO NA PADARIA

Esturro 1. Acabei de chegar a casa e de deparar com um lindo serviço: A prateleira de cima do louceiro partiu-se e tenho cacos até à porta. Até os pratinhos da Vista Alegre que a minha ex-sogra me ofereceu, não há direito!...

Esturro 2. Informa-se que está a votação pública o passatempo Escritor Famoso, aqui. Eu também lá tenho um mas pelo andar da carruagem nem um votito me vai calhar, o que é bem feito para aprender a não me armar em intelectual. Se tivesse escrito uma cena cheia de cenas de sexo vicioso como fez a minha empregada Rosarinho na primeira edição, talvez ainda conseguisse qualquer coisita, agora assim... o chato é que já tinha dito a toda a gente no emprego que tinha ganho. Mas não faz mal, eu faço como os chefes da casa, até lá arranjo alguém em quem pôr a culpa.
Quanto a vocês, queridos leitores, se tiverem pachorra vão até lá, leiam os textos a concurso e votem.

Eu vou varrer o chão.

8/23/2005

AS TARAS SEXUAIS MAIS ESTRANHAS E PERVERSAS DO MUNDO

Sempre vi Espanha como um lugar perigoso e a evitar. A esse facto não serão alheios anos e anos de lavagem cerebral, claro, começando nas lições de história na escola primária, em puro Saraiva style, logo seguidas pelo mito “espanhola” na cabeça dos lusos e atarracados machos dos anos 60 e consequente ódio das lusas e frustadas fêmeas que as apelidavam sem dó nem piedade de “porcas”. Também na minha família houve públicos segredos de abastados membros que guardavam, longe da honesta família, a sua “espanhola badalhoca”. Preconceito assumido, assunto arrumado.
Mesmo depois de adulta, sempre que passava a fronteira sentia-me desconfortável com aquela paixão exagerada e irracional dum povo que quando faz uma procissão a uma santa é para juntar pelo menos um milhão de pessoas suadas em palmas e olés, que quando faz uma festa não faz por menos do que uma batalha de toneladas de tomates em sangue a cobrir a cidade, que quando faz uma tourada é para matar o toiro ou em alternativa morrerem eles, que quando odeia não brinca em serviço e que quando ama também não. Ali tudo é ou não é, preto ou branco, ou se faz ou não se faz. E nós, como o irmão mais sossegado, ficamos aqui ao canto a olhar estarrecidos as travessuras do outro que não nos atrevemos a copiar. É mau.
Cada vez que estou em Espanha acho que algo inesperado me vai acontecer. Começo a desenvolver desconfianças fantasiosas (ou não) nas quais entro num parque de diversões, atiram-me duma altura de 80 metros dentro dum carrinho e azar, vou a um restaurante e mandam-me comer uns pinchos ou umas tapas recheados de moscas, macacos do nariz da empregada e pelos do bigodon do empregado e no fim café com la mierda del leche, sou esmagada por uma horda de sevilhanas gordas a falar em decibéis insuportáveis para o ouvido humano ou tropeço num bêbedo a dormir la siesta que fica revoltado por ter sido acordado. Por isso, até agora, fiz férias em Espanha sem sair do bar e da piscina do hotel a não ser para entrar no autocarro turístico à prova de nativos.
Este ano e com uma uma companhia diferente, foi a primeira vez que andei nas ruas a pé, sem armadura e sem me recusar completamente a comunicar com os indígenas sem ser em “English, please”, coisa que como é sabido se torna difícil num país onde até Spice Girls é traduzido por Las Chicas Calientes. Pois é. É que o meu partner até espanhol fala que nem um herói e sem recorrer aos tiques Tony Silva, que são os que nós portugueses imaginamos suficientes para falar com aquela gente do lado.

Posto isto, vamos a Valência, cidade onde aterrei pela primeira vez.

Primeira impressão:
Foi má. Apeteceu-me chorar quando vi o fino gosto da decoração do aparthotel,
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mas penso que foi fruto da emoção. Depois de umas horas em estado de choque aquilo passou-me e fiz um esforço para me situar.

Primeira conclusão:
Lá como cá, os folhetos turísticos enumeram catedrais, mosteiros, museus, parques, reservas, praias e afins e limitam-se a ignorar a alma da cidade, que é como quem diz a arquitectura civil. Valência é uma cidade onde se passeia de cabeça no ar. Os edifícios bem conservados de fim de século (XIX entenda-se) são aos milhares e, como era característica da altura, tão vaidosos que não conseguimos deixar de olhar para eles.
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Alguns (poucos) têm as características sinuosas e insinuantes da Art Nouveau, outros mais ao gosto chic Parisiense, outros ainda delírios ostensivos com influências árabes, góticas ou clássicas. Que me perdoe o pai da desconfortável Gare do Oriente, mas foi isto que mais me fascinou em Valência.

Comida:
Posso afirmar que foi na esplanada dum restaurante finório de Valência que comi a comida mais salgada de toda a minha vida, suficiente para provocar um enfarte do miocárdio na população inteira duma pequena cidade, seguramente. Valeu-me com certeza a minha boa forma, só pode.
Mas isto meus amigos, isto...
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… é que me andava a estimular a imaginação desde o dia em que cheguei. Por todo o lado se vê gente a beber uma bebida branca chamada horchata ou orxata. Trata-se de um fruto seco macerado em água e açúcar até dele se extrair a bebida, com um ligeiro fundo de sabor a alcaçuz que eu dispenso bem. Para o que lhes havia de dar!

Reconhecimento do terreno:
Chamem-me parola à vontade, mas a verdade é que nunca tinha feito isto, como já disse. Passear a pé numa cidade desconhecida, fora dos tours para turistas. É giro, mas às tantas deparas com qualquer coisa tipo um grafitti com uma mensagem que não entendes e que pode muito bem significar qualquer coisa como: Baza!
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E aí tens uma recaída e apetece-te voltar a encontrar aquele grupo de americanos gordos que seguem um guia moreno e baixinho.
Mas também se aprende coisas interessantes, nomeadamente, uma valenciana, além de uma paella, é uma espécie de sevilhana mas sem o bigode nem o cheiro a suor.
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Eu sei. A foto está una mierda, pero el hombre de la tienda já estava a olhar para nós com ar desconfiado. Só pôde ser uma tentativa.

Uma ganda moca:
O catalão.
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É diferente do de Barcelona, dizem, mas a mim soa-me ao mesmo. Parece francês falado por um português muito mau aluno em línguas.

Descoberta:
Vamos mudar de carreira. No último dia deixámos as chaves dentro do apartamento juntamente com as nossas malitas, que dava jeito trazer e tal... O manhoso do Pepe que nos alugou a cena, como já tinha o guito do lado dele, não atendeu o telemóvel e o Japinho descobriu assim um desconhecido talento: Abrir portas com um cartão. Depois se algum dia precisarem a gente diz o preço do serviço.
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Os meus pontos da gasolina é que já eram.

Rendição:
Ainda não acredito muito bem nisto, mas comprei uma t-shirt espanhola.
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Que tal?

Conclusão:
Continuo a perguntar a mim mesma como é que estes javardos conseguem ter um PIB superior ao nosso. Mas tirando esse pequeno pormenor de somenos importância, posso dizer que visitei o país mais católico do mundo
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mas que até ali… Deus existe. Tá-se bem.

(Pedimos desculpa aos leitores pelo engano verificado no título deste post que deveria ser: Crónicas de Viagem)

8/22/2005

SÓ PARA AVISAR

Que actualizámos o menu do nosso restaurante com dois fantásticos pratos, um dos quais gentilmente cedido pelo outro grande mestre da culinária, o Mestre Arouca.
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Passem por lá.

AND THE CACETE GOES TO...

SO! ... que acertou em cheio na cidade VALÊNCIA!
Aqui está, pois, um nosso franchizado a trabalhar árdua e empenhadamente para preparar um cacete de jeito para a nossa menina.

Entretanto, como hoje, desde que cheguei ao trabalho até agora, só tenho tido chatices e não das pekenotas, mas sim das GRAAANDOTAS... fica para uma próxima oportunidade a partilha que quero fazer convosco das minhas impressões sobre os nuestros hermanos, assunto que me parece de interesse suficiente para um post.

E porque estou mais fodida com a puta da vida do que sei lá o quê, e porque afinal um blog também serve para estas coisas e eu nem cão tenho para lhe dar um chuto, perdoem-me os clientes mais sensíveis mas tem que ser:
UM CARALHO FODA ESTES ANORMAIS E FILHOS DA PUTA TODOS QUE ME RODEIAM, DESDE O MEU CHEFE ATÉ AO GAJO QUE DÁ AS SENHAS NA MERDA DA LOJA DO CIDADÃO, PASSANDO PELA EMPREGADA QUE LIMPA AS RETRETES NA SEGURANÇA SOCIAL E POR TODOS OS MINISTROS, DIRECTORES E PANELEIROS AFINS QUE EU NEM CONHEÇO DE LADO NENHUM!
Pronto. Já estou melhor para enfrentar o resto do dia.

8/19/2005