5/02/2006

O BLUFF


Um cacete ou um brioche à escolha para quem acertar no nome do marmanjo que escreveu este texto e, já agora, em que livro está. Bora lá todos a dar à carola!

“Pego nas palavras e espalho-as em cima da mesa. Depois começo a escolher… como é que eu hei-de explicar? Não é como a minha mãe quando escolhia o arroz e tirava bago a bago, bons para a esquerda, maus para a direita, pedras também. Sempre me fascinou a infinita paciência de quem escolhe arroz, mas não, não é como a minha mãe quando escolhia o arroz. É mais assim como uma criança à solta numa loja de doces com os olhos muito abertos e ávidos… apetece-me uma pastilha de morango!... E um gelado de baunilha!... E agora um ovo de chocolate!... Sim, é mais assim, decididamente.
Depois das palavras escolhidas junto-as aos pares, não conforme o conteúdo mas conforme a música, o conteúdo aqui ainda não interessa nem sei se chega a interessar, pensando bem acho que não.
Essas palavras escolhidas vão ser o fim das frases que depois completo, num exercício de paciência. A criança já foi embora.
No fim, tenho um poema. Um poema quase como o arroz da minha mãe, apesar de tudo.
Sou um poeta, sou um bluff…”

1 comentário:

trutasalmonada disse...

cheira-me a Pimenta...vou 'olfactar'