É deveras impressionante como a imagem do professor está cada vez mais a ser divulgada com características tão pouco dignificantes.
Ser professor, é uma das profissões em que, infelizmente, ainda se trabalha " sem horário". Porquê continuar a identificar o horário laboral do professor apenas com o tempo em que está na presença de alunos??!! Só pode ser por dois motivos: por desconhecimento da realidade ou por maldade.
A minha profissão acompanha-me sempre. Ao fechar a porta da escola, não a deixo do lado de dentro. Ela acompanha-me e prolonga-se nas correcções que trago para fazer em casa, nas programações individuais e de anos, nas pesquisas que tenho de efectuar, nas avaliações escritas, e, nalguns dias, ainda acrescem as horas dispensadas nas formações obrigatórias ou facultativas que vou fazendo ao longo do ano escolar. De certo modo, o trabalho de professor pode ser comparado ao de cozinheiro: longas horas são dispensadas na preparação e confecção de uma refeição, que poderá ser consumada em menos de uma hora...
Quisera eu ter um horário de apenas 8 horas diárias, rodar a chave e apenas voltar a ser confrontada com a minha profissão no dia seguinte!
Como professora do 1º ciclo, se estou cinco ou seis horas diárias com crianças, estou “n” horas não contabilizadas pela população em geral, mas que são horas reais ocupadas na profissão com a mesma dedicação e empenho. Parte desse tempo disponibilizado fora do edifício escolar não é remunerado e gratificações denominadas por "horas extraordinárias" também não há. Convém referir que essa actividade feita fora do edifício escolar, acontece assim, porque dentro dele não há condições. Não há gabinetes para os professores trabalharem com o sossego e concentração que certas actividades mentais requerem.
Qual é a vantagem em denegrir a imagem do professor do 1º ciclo??!!! Quem é que a cria e promove??!! A quem é que isso aproveita??!!!
Haja paciência para encarar tudo isto, mas começa a ser difícil, ao fim de mais de trinta anos do mesmo…
Oh Papoila, esclarecer não me parece que possa. Mas posso dar a minha opinião. Se tanto insistes...
1. Eu não tenho desconhecimento da matéria. Nem maldade. Já fui professora, também já fui outras coisas. Nessa ordem de ideias podemos dizer que um professor que foi sempre professor tem desconhecimento da realidade dos outros. Na verdade, nós acabamos por só conhecer sempre um mundo muito limitado que é o nosso. Verdade?
2. Não sei onde foste buscar a ideia que só um professor leva a profissão para todo o lado a toda a hora. Qualquer bom profissional o faz, em qualquer área. Há bons e maus professores, como em qualquer outra profissão. E também os assim-assim.
3.Não me parece muito saudável fazermo-nos de vítimas. De que serve? É uma coisa que me provoca arrepios vinda seja de onde for. Deixemo-nos disso.
4.Também não me parece saudável o discurso corporativista. Os meus filhos já tiveram professores estupendos, já tiveram outros que mal sabiam ler e escrever em condições. Não vale a pena andarmos a tentar convencer todo o mundo que os professores são um bolo todo do mesmo sabor. Há de tudo. E há que reconhecer que há muita fruta podre. Como em todo o lado. E os bons deviam demarcar-se disso.
4 comentários:
Prestando apenas um esclarecimento
É deveras impressionante como a imagem do professor está cada vez mais a ser divulgada com características tão pouco dignificantes.
Ser professor, é uma das profissões em que, infelizmente, ainda se trabalha " sem horário". Porquê continuar a identificar o horário laboral do professor apenas com o tempo em que está na presença de alunos??!!
Só pode ser por dois motivos: por desconhecimento da realidade ou por maldade.
A minha profissão acompanha-me sempre. Ao fechar a porta da escola, não a deixo do lado de dentro. Ela acompanha-me e prolonga-se nas correcções que trago para fazer em casa, nas programações individuais e de anos, nas pesquisas que tenho de efectuar, nas avaliações escritas, e, nalguns dias, ainda acrescem as horas dispensadas nas formações obrigatórias ou facultativas que vou fazendo ao longo do ano escolar.
De certo modo, o trabalho de professor pode ser comparado ao de cozinheiro: longas horas são dispensadas na preparação e confecção de uma refeição, que poderá ser consumada em menos de uma hora...
Quisera eu ter um horário de apenas 8 horas diárias, rodar a chave e apenas voltar a ser confrontada com a minha profissão no dia seguinte!
Como professora do 1º ciclo, se estou cinco ou seis horas diárias com crianças, estou “n” horas não contabilizadas pela população em geral, mas que são horas reais ocupadas na profissão com a mesma dedicação e empenho. Parte desse tempo disponibilizado fora do edifício escolar não é remunerado e gratificações denominadas por "horas extraordinárias" também não há. Convém referir que essa actividade feita fora do edifício escolar, acontece assim, porque dentro dele não há condições. Não há gabinetes para os professores trabalharem com o sossego e concentração que certas actividades mentais requerem.
Qual é a vantagem em denegrir a imagem do professor do 1º ciclo??!!!
Quem é que a cria e promove??!!
A quem é que isso aproveita??!!!
Haja paciência para encarar tudo isto, mas começa a ser difícil, ao fim de mais de trinta anos do mesmo…
Mas eu só disse que o blog estava suspenso...
Hm, e porque não esclarecer a Papoila?
Boas férias, Didas!
Oh Papoila, esclarecer não me parece que possa. Mas posso dar a minha opinião. Se tanto insistes...
1. Eu não tenho desconhecimento da matéria. Nem maldade. Já fui professora, também já fui outras coisas. Nessa ordem de ideias podemos dizer que um professor que foi sempre professor tem desconhecimento da realidade dos outros. Na verdade, nós acabamos por só conhecer sempre um mundo muito limitado que é o nosso. Verdade?
2. Não sei onde foste buscar a ideia que só um professor leva a profissão para todo o lado a toda a hora. Qualquer bom profissional o faz, em qualquer área. Há bons e maus professores, como em qualquer outra profissão. E também os assim-assim.
3.Não me parece muito saudável fazermo-nos de vítimas. De que serve? É uma coisa que me provoca arrepios vinda seja de onde for. Deixemo-nos disso.
4.Também não me parece saudável o discurso corporativista. Os meus filhos já tiveram professores estupendos, já tiveram outros que mal sabiam ler e escrever em condições. Não vale a pena andarmos a tentar convencer todo o mundo que os professores são um bolo todo do mesmo sabor. Há de tudo. E há que reconhecer que há muita fruta podre. Como em todo o lado. E os bons deviam demarcar-se disso.
Pronto.
Beijinhos
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