E aqui está então, para quem tiver pachorra, a verdade sobre as mentiras. Posso desde já adiantar que ninguém fez o pleno. Olhem, não joguem no totoloto!...
1. Uma vez, vinha eu mais o meu belo carrinho para casa, ao fim dum dia de trabalho. Era época natalícia, por isso havia gente e trânsito por todo o lado. Agora esta parte a seguir vai fazer mais sentido para quem conhece Aveiro mas paciência. Quando entrei na Rua Dr. Alberto Souto era o caos, carros estacionados em segunda e terceira fila, na boa, simplesmente não se passava. Polícia, nem vê-la! Levei para aí um quarto de hora para fazer uma rua com 200 metros. Já a hiper-ventilar, entrei na Rua de Sá e, quando ia a passar no quartel da GNR sai-me um nababo lá de dentro, sem olhar nem nada, quase que lhe batia. Em brasa como eu já vinha, ultrapassei-o pela direita e ainda lhe buzinei. O gajo ficou possesso e começou a acelerar. E eu, “Eh lá! Estou lixada com este macaco!”. Então, dei uma guinada de repente mas ele perseguiu-me na mesma. Não tive outro remédio senão seguir por uns caminhos de merda onde só passavam chaços como o meu e ele lá desistiu. Fui sair em contra-mão numa rua da zona do Carril. Grande cabrão! Portanto, isto quer dizer que a número 1 era
VERDADE!2. Fui casada uma vez com padre e depois uma segunda sem padre mas com conservador do registo civil, casamento esse que ainda dura e pretendo que continue a durar. Por isso, a 2 é
MENTIRA!3. Detesto comida crocante! Flocos de cereais com leite frio equivalem para mim a uma espécie de tortura chinesa. A comida crocante mete-se por todo o lado, como as cuecas de fio dental. Por isso, prefiro tudo bem molinho. Deixo os pacotes de bolachas abertos no armário e o resto do pessoal cá em casa já sabe que a que está por cima, a mole, é minha! Portanto, a 3 é
VERDADE!4. O mais perto que estive disto foi assistir à minha ex-sogra ir guardar um lavatório antigo ou lá o que era aquilo num local que achava mais seguro e um espelho enorme cair-lhe em cima. Foi super-divertido e tive que fazer um esforço sobre-humano para não me rir que nem uma tolinha. Mas não fui eu que parti. Por isso, a número 4 é
MENTIRA!5. Sou uma autêntica fábrica ambulante de choradeira. Há certos filmes que me comoveram tanto, mas tanto, que agora basta-me ouvir a banda sonora para desatar em pranto. É uma vergonha! No dia em que me lavei em lágrimas a ver o Shrek, aí sim, fui gozada como nunca por todos os presentes. E eu ali, cheia de emoção por ver que a Fiona era também um ogre e foram felizes para sempre! Tão boniiiiiiiito! Por isso, a número 5 é
VERDADE!6. Posso dizer que o mais próximo que já estive da droga foi ter apanhado uma buba monumental no dia em que o Mário Soares ganhou a eleição para PR contra o Freitas. De resto nem café posso beber sob pena de sair de casa a correr à frente dos carros que passam na estrada. Fumar, foi uma coisa que fiz quando era miúda, para o estilo. No dia em que apanhei juízo disse - “F*da-se! Nunca mais pego nume merda destas!” – e ofereci o maço de tabaco a um triste mais triste do que eu. Agulhas, nem vê-las! Até me passo! Por isso, a número 6 é
MENTIRA!7. Não sei explicar isto, mas sempre que estou na presença próxima de qualquer jóia ou mesmo bijuteria, tenho náuseas incontroláveis. Não sei explicar isto, talvez um psiquiatra conseguisse, mas eu cago nisso. Como diz o meu marido, saio muito mais barata assim. Por isso, a número 7 é
VERDADE!8. Um belo dia, há cerca de uns oito anos, acordei para a vida, olhei para o espelho e pensei: - “Cum carago! Eu sou obesa!” – até aí não tinha dado por ela, andava tipo anestesiada. Então, não é tarde nem cedo, decidi que não comeria mais nada até perder o peso que tinha a perder. Ao fim de uns dias andava com uma sensação maravilhosa de vitória da mente sobre a matéria, por isso não foi muito difícil. Quando retomei a alimentação, bebia umas aguinhas de sopa e pouco mais. Isto, até ter perdido vinte kilos, que não voltei a recuperar. Além disso, ganhei também uma anemia crónica com a qual convivo pacificamente. O que quer dizer que a número 8, é
VERDADE!9. Quando tinha 5 anos, houve um surto de difteria. Só na rua onde eu morava faleceram três crianças. Eu acabei por também apanhar a doença, o que deixou toda a família em grande aflição (principalmente porque não sabiam o que isto iria dar uns anos mais tarde). Eu não me lembro de nada porque, como me contaram, estive a maior parte do tempo em coma. Mas um belo dia acordei e pedi batatas com sarrabulho e laranjada Areeiro. O que faz com que a número 9 seja
VERDADE!