1/04/2010

E hoje damos a palavra a um cliente que ficou sentido com um post nosso: António Bento

As mulheres a conduzir:

No geral são como os homens, irritantes, excepto alguns detalhes mais irritantes.

Os homens quando fazem merda, ou vêem que o outro tipo lhes está a facilitar a vida, costumam levantar a mão num gesto que se tornou sinal universal de desculpas/agradecimentos. É tipo "epa, sorry" ou "epa, gracias". É quanto basta para cortar a road-rage. As mulheres nunca agradecem, são as senhoras da rua.

A estacionar são umas cabras. Um tipo vê outro a sair, faz o pisca e espera para estacionar. Se vier um homem que não repare, dá-se uma apitadela amistosa, o outro levanta a mão, nós levantamos a mão num ok tudo bem, ele recua e estacionamos. As senhoras estacionam, não ouvem apitadelas, nem o que às vezes lhes chamam. Fecham o carro, empinam o nariz e lá vão com uma cara de era só o que faltava, um lugar tão bom e eu ia mesmo desperdiçá-lo.

Houve uma estatística parva aqui há anos, feita por um tipo que foi deportado para a Sibéria, que dizia que as mulheres tinham menos acidentes, logo eram melhores condutoras. Houve até seguradoras, que faliram por baixar os prémios caso o tomador fosse uma ela. Ora as mulheres não são melhores condutoras, têm até muito mais acidentes, são é, em geral, menos graves porque como não sabem meter a segunda andam devagar - os homens batem menos, quando batem nem a caixa negra se aproveita e fica o assunto resolvido. Mas, os acidentes provocados pelas mulheres, se contabilizarmos o tempo perdido nas seguradoras (porque elas nunca se dão como culpadas, porque a estatística tal e coiso) saem muito mais caros a toda a gente em tempo e calmantes.

As mulheres sabem que o botanito que acende os 4 piscas é para uma emergência. O conceito de emergência é que é muito vasto. Entupir uma rua para marcar hora no cabeleireiro. Parar no passeio em cima duma passadeira para ir ao cabeleireiro. Enfim, cada vez que param é uma emergência, o pessoal espera que apareça alguém a esvair-se em sangue e sai uma garina com duas camisas da lavandaria ou dois gaiatos da creche. Quando não ficam a testar a paciência da fila, a discutir porque é que o Quinzinho deixou a Quinzinha. Os homens também param em locais impróprios, mas não ligam lá os piscas. É tipo roleta, ou se é multado ou não, mas não se anda a fingir que morreu gente só para ir ao multibanco.

Não sei se deva falar nos telemóveis. Os homens também os usam ao volante, embora não andem com eles como se estivessem colados com supercola3 à orelha. Mas junte-se a isso o cigarrito e o retoque da maquilhagem e conclui-se que duas mãos não bastam. Felizmente que as senhoras, sensatamente, param para fazer isso, geralmente nos semáforos. Mas depois não arrancam, até a buzinaria ser tão grande que percebem que são elas, e aí, costumeiramente, saem disparadas com o laranja já a mudar para vermelho deixando todos os outros pendurados.

As mulheres nunca lêem o livro de instruções, nem sabem onde está. Quando acende uma luzinha vermelha no painel telefonam ao marido a dizer que o carro tem uma avaria. O desgraçado lá vai a correr, para descobrir que foi uma porta que ficou mal fechada. Quando regressa ao trabalho, se gosta da esposa diz que as mulheres são todas umas estúpidas que metem dó, se não gosta diz que ela fechou mal uma porta.

Os homens são muito acusados de estar sempre a mimar os carros, lavá-los com jogos de escovinhas e cotonetes, usar produtos específicos para as jantes, para os pneus, para os plásticos, para os estofos, para o escape, para os vidros por dentro, para os vidros por fora (é diferente), pôr cera, polir, aspirar, ver a pressão dos pneus seis vezes ao dia, e por isso alguma mulher disse que o carro é uma extensão do pénis. Pela maneira como as senhoras tratam os popós, sempre cheios de tralha e cobertos duma camada de merda de pardal com pó, se forem uma extensão da vagina não adianta muito pôr um Brise na sofagem.

E pronto, fui mauzinho.

16 comentários:

Didas disse...

Oh António, só me revejo numa: Nunca leio o livro das instruções. Nem dos carros, nem das batedeiras, nem de nada!

Anónimo disse...

:)))) Adorei a educação masculina acenando com a mão.

A.B. disse...

Didas, obrigado pela visibilidade. Vou ser chacinado.
Não fiquei sentido. Embora não pareça, só descrevi casos concretos e nem foram os piores (uma sujeita bateu-me por trás quando eu estava à espera que os peões atravessassem numa passadeira, chamou-me tudo por estar ali a empatar, e finalmente sugeriu-me que dissesse ao polícia que eu é que tinha feito marcha atrás e por isso é que eu tinha a traseira do carro amolgada e ela a frente).
E fui mauzinho e que se lixe, santa é a minha mãe e não tem carta.
Sinceramente, o que me irrita mais nas mulheres ao volante é mesmo o facto de não agradecerem quando se dá um jeito, o que no trânsito caótico do dia a dia acontece "n" vezes. Os homens, geralmente, agradecem, as mulheres, geralmente, não.

A.B. disse...

Não é com um dedinho estendido, se é isso que refere.

APC disse...

Fantástico! E não é que concordo com o AB?! Ah, pois é. Numa das situações relatadas pelo nosso amigo, passei-me e bati propositadamente numa gaja. Esperei um monte de tempo por um lugar; qd o dito apareceu, fiz pisca e esperava tranquilamente que o cavalheiro saisse e, eis uma "esperta" que mete a frente do carro no lugar que eu aguardava há tanto tempo. Mas só meteu mm a frente do carro, porque acelerei raivosamente e atirei-lhe com o meu carro para cima. Claro que pensei com os meus botões, que preferia ter passado por cima da donzela sem automóvel...não é que a gaja era boa?!!

Anónimo disse...

Ah, bom!...
Bom, como não conduzo aqui em São Paulo, que é um verdadeiro teste (de paciência)para qualquer motorista, fico só como passageira. ;)

Carteiro disse...

Olá, acho muito bem que não acenem, reparem, dá a possibilidade de testar como nós estamos, já fez una anitos que uso como bitola de como estou, eu agradeço, faço o que acho correcto, os outros a mesma coisa, também fazem o que acham correcto, enfim, tudo acaba por estar certo quando nos questionamos por que algo que outro faz (ou não faz) nos incomoda?!

Bom post

Didas disse...

Ou seja, os homens são uns queridos e nós umas cabras. Mas isso já se sabe desde o tempo de Eva, de Pandora, de Medeia... A culpa é sempre nossa.

saltapocinhas disse...

E não é que o AB tem alguma (muita?) razão?
Mas não se pode generalizar, nem aqui nem em nada, embora muitas mulheres ajam assim como ele diz.
Mas os homens têm uma condução mais agressiva, disso não há dúvida.
As mulheres saõ normalmente mais azelhas, o que não traz grande mal ao mundo.

kuka disse...

Acho que estou a gostar da saltapocinhas.

Didas disse...

Oh Saltapocinhas, mas a teoria do AB não é da azelhice, é mesmo da falta de educação. E na verdade isso dá tanto em mulheres como em homens. Eu pessoalmente sou azelha na medida em que não sei mudar um pneu nem sei o que é um radiador. Mas não páro em segunda fila para ir "ali".

A.B. disse...

Didas, qualquer generalização é injusta(*). Você fez uma, eu fiz outra. O meu tom geral é que foi mauzinho e eu avisei que era. Não o considerei ofensivo mas aceito que o possa ter sido para alguém.
Quanto à minha opinião acerca da boa educação ao volante, a minha experiência pessoal diz-me que nos casos extremos os homens são mais bestas, no geral as mulheres são mais agressivas. Mas a minha experiência não é geral, é a minha.
Quanto à azelhice não há muito a dizer. Não sei porquê mas são os homens quem compra mais revistas sobre automóveis, quem mais segue os desportos motorizados, quem mais se interessa por mecânica. Quanto maior fôr o conhecimento menos será a possibilidade de azelhice. Digo eu.
(*)
- geralmente só detecto danos ligeiros ao lavar o carro
- ponho sempre o cinto antes do apito porque o apito irrita
- presto atenção aos semáforos porque tenho mais que fazer que estar parado frente a uma luz verde
- em geral ando sempre com o depósito cheio porque nunca sei quando tenho que saír para longe e à pressa
- o meu carro tem sensores de parqueamento, diz-me o que estou a fazer com uma margem de 15cm, e o aviso de aproximação é tão insistente que não dá para ignorar nem com uma top-model despida no banco do lado (embora ainda não tenha feito esse teste)
Abraço.

A.B. disse...

Ah, Didas, esqueci-me de dizer que evidentemente que a culpa é sempre vossa. Senão era nossa, não é?

Didas disse...

Claro que é sempre nossa! De tudo!
E a beleza das revistas de automóveis meu Deus!...

A.B. disse...

É sempre tão conveniente ter alguém por perto a quem atirar as culpas, não é? Se isso a consola, e não creio que a console, na maior parte da minha vida adulta esse alguém por perto era eu, conheço a sensação.
Não compro muitas revistas de automóveis, talvez compre duas ou três por ano. Há muito tempo comprava, mas a coisa torna-se cíclica, todos os Invernos são os artigos a dizer o que fazer no Inverno, todos os Verões são artigos a dizer como atafulhar o carro para as férias, nas Primaveras é o prazer dos descapotáveis e no Outono está a chegar o Inverno. Quanto à mecânica, a maior parte das coisas de que falam tive o questionável prazer de as ver em peças separadas, e geralmente partidas. Isso sim, é interessante, porque ver, ver mesmo como se partiram, ajuda a perceber como não parti-las. Até o aço precisa de ser tratado com jeitinho. Às vezes esqueço-me disso e é bom ser recordado.
Um abraço.

privada disse...

Eh pá, concordo com todas as palavras, tem culpa do acidente, nao retiram o carro e ainda dizem ke só lhe acertaram porque é abuso sobre as mulheres.
Gosto particularmente, das que vem ao fim da tarde do arrasta o pé :-)))))
100%