11/29/2011
Mas é pena...
Sou dum país triste. Triste e que se alimenta de invejas pequeninas. Sou dum país em que as pessoas são tão pobres que é fácil convencê-las que a crise deve ser paga pelos pançudos que ganham mais de 1100 euros por mês, essas criaturas insaciáveis e devoradoras do pão da boca dos pobrezinhos. 1100 euros é menos do que o salário mínimo nos países onde os empresários e os políticos não se dedicam a viver da miséria alheia como actividade principal. Sou dum país miserável porque nem sequer sabe que o é. E onde os bodes expiatórios ganham 1100 euros por mês e são castigados por isso quando o descalabro se instala. Mas é pena...
11/28/2011
Metam lá a viola no saco pá!
Anda esta gente toda molhada por causa da aprovação da candidatura do fado a património imaterial da humanidade e a atafulhar-nos de guitarradas e marizadas todos os dias a toda a hora nas rádios e televisões e pá, sabem quantas candidaturas de coisas diferentes foram aprovadas só nesse dia? Trinta!!! Trinta!!! Só num dia! Oh pá, aqueles gajos aprovam candidaturas como nós aqui servimos carcaças torradas com manteiga que é o que sai mais desde que cortaram os subsídios e subiram o IVA! Aprovam candidaturas como os gajos das finanças mandam cartas a aplicar coimas! Um dia destes há-de haver mais coisas classificadas como património da humanidade do que coisas que não são! As ceroulas dos mormons já devem ser e a casa da Ramalha
ali em Cacia também! Vá! Parem lá com isso que já chega!
11/24/2011
E então?
Para além do Jel e do Falâncio que são profissionais da coisa, quem mais ganhou alguma coisa com esta greve?
11/23/2011
A minha primeira vez
Nunca entendi o fado nem consigo entender. Nunca entendi aquela urgência de sofrer nem o prazer perverso de fazer chorar a alma sem motivo aparente. Deve ser defeito meu. Intrínseco ou geográfico. Nasci no local errado para entender o fado., é o meu fado.
Lembro-me da primeira vez que assisti a um espectáculo de fado ao vivo, como me lembro da primeira vez que vi uma tourada. Não contando com os fados que a minha avó cantarolava pela casa que esses não eram fados que me batessem nas entranhas, era a minha avó a cantar simplesmente. De ambos fiquei com a convicção que bastava, embora com um sentimento diferente. O fado era só depressão, a tourada era repulsa.
A primeira vez que ouvi cantar fado sem ser na televisão a preto e branco e só com um canal foi na festa de S. Sebastião, que a comissão de festas montava mesmo nas traseiras do prédio onde morávamos e onde hoje só há mais prédios todos parecidos. Nós tínhamos direito a lugar de camarote da janela de casa. Naquele ano foi contratado um fadista pintoso e sem nome. E lá esteve ele por uma noite, no palco improvisado, magro como um cadáver, de cabelo oleoso e bigode, fato coçado onde o bedum já brilhava com o reflexo das luzes, no meio de dois guitarristas que pareciam chorões no outono, a cantar vezes sem conta a mesma composição musical com letras diferentes: Uma era sobre o soldadinho que foi para a guerra, depois a criadinha desonrada, mais tarde a família assassinada por um criminoso sem coração e por fim a galinha com o ovo encravado na cloaca, tudo a rimar a preceito.
E as luzes da festa de todas as cores, sempre a piscar, numa cena quase patética. Nós ríamos na varanda porque as crianças conseguem rir sempre.
E cá em baixo os bêbedos, alheios, consumiam vinho da pipa.
Lembro-me da primeira vez que assisti a um espectáculo de fado ao vivo, como me lembro da primeira vez que vi uma tourada. Não contando com os fados que a minha avó cantarolava pela casa que esses não eram fados que me batessem nas entranhas, era a minha avó a cantar simplesmente. De ambos fiquei com a convicção que bastava, embora com um sentimento diferente. O fado era só depressão, a tourada era repulsa.
A primeira vez que ouvi cantar fado sem ser na televisão a preto e branco e só com um canal foi na festa de S. Sebastião, que a comissão de festas montava mesmo nas traseiras do prédio onde morávamos e onde hoje só há mais prédios todos parecidos. Nós tínhamos direito a lugar de camarote da janela de casa. Naquele ano foi contratado um fadista pintoso e sem nome. E lá esteve ele por uma noite, no palco improvisado, magro como um cadáver, de cabelo oleoso e bigode, fato coçado onde o bedum já brilhava com o reflexo das luzes, no meio de dois guitarristas que pareciam chorões no outono, a cantar vezes sem conta a mesma composição musical com letras diferentes: Uma era sobre o soldadinho que foi para a guerra, depois a criadinha desonrada, mais tarde a família assassinada por um criminoso sem coração e por fim a galinha com o ovo encravado na cloaca, tudo a rimar a preceito.
E as luzes da festa de todas as cores, sempre a piscar, numa cena quase patética. Nós ríamos na varanda porque as crianças conseguem rir sempre.
E cá em baixo os bêbedos, alheios, consumiam vinho da pipa.
11/22/2011
Há coisas que não mudam
O que é que está a acontecer quando, num restaurante ou num café, os homens se sentam todos do mesmo lado da mesa nem que tenham que ficar empoleirados uns nos outros?
A- Alguém vomitou do lado livre e ninguém se quer sentar lá.
B- Estão com frio.
C- Gostam muito uns dos outros.
D- Vai jogar o Benfica e só há televisão dum lado.
A- Alguém vomitou do lado livre e ninguém se quer sentar lá.
B- Estão com frio.
C- Gostam muito uns dos outros.
D- Vai jogar o Benfica e só há televisão dum lado.
11/20/2011
Ganda filme!
A beleza do processo de Duarte Lima é que, ao contrário dos outros políticos que são apanhados com a boca na botija, este não pode fugir para o Brasil! Aceita-se apostas!
11/18/2011
Estamos no bom caminho!
O governo, para reforçar a competitividade da economia nacional, vai permitir a redução de salários também no sector privado. Muito boa ideia! Depois só falta formar o pessoal de todas as empresas para conseguirem fazer cópias de artigos de qualquer marca em vãos de escada ou garagens, abrir uns dormitórios com beliches para os trabalhadores com sessenta provincianinhos em cada quarto, alimentar o pessoal a tigelinhas de arroz e, sempre que a malta se portar mal, espetar-lhe um balázio nos cornos e mandar a conta à família.
11/16/2011
Porque é que eu não falei disto ontem
Eh pá! Que falha! Só hoje é que fiquei a saber que a selecção nacional jogou ontem com não sei quem e ganhou 6-2! Quer dizer... eu até tinha nesse canal... e até achei um bocadinho estranho fartar-me de ouvir alguém a dizer "Está lá dentro!", "Lá está dentro!". Mas pensei que era a RTP Memória e que estavam a passar filmes antigos do Taveira.
11/15/2011
Sou quase escançona!
Hoje vou-vos contar a minha aventura numa loja de vinhos, daquelas finórias onde há um gajo de fatinho a dar-nos conselhos sobre o melhor vinho para isto e para aquilo... quando eu até pensava que o vinho só servia mesmo para beber. Não me interpretem mal, não é que eu não beba vinho e muito menos que não goste. Muito menos ainda que não saiba dizer "Que porra de m*rda é esta?" quando aquilo me sabe a mijo de cão! Só que estou habituadinha a ter quem escolha por mim, o que é porreiro, e nem nunca abri uma garrafa daquilo nem sei mexer num saca-rolhas! Cada um é para o que nasce!
Foi lindo. Entrei determinada a gastar "x" (que era o que eu tinha) e a demorar o menor tempo possível porque tinha mais que fazer e de repente dei comigo numa sala cheia de garrafas inclinadas para trás como se estivessem na piscina, às escuras como se estivessem na discoteque e com uns termómetros aqui e ali como se estivessem de cama com gripe. Atrás de mim veio logo um bacano que me perguntou se eu procurava um vinho de mesa. "Chiça!" - pensei eu por ter acabado de descobrir que nem todos os vinhos são de mesa e também os deve haver de cadeira ou psiché - "Se a primeira pergunta já é assim difícil, imagino a próxima!", pelo que decidi pôr o gajo com dono. Pus o meu ar de quem percebe a potes daquilo e respondi: "Obrigada, se eu precisar de algum esclarecimento falo consigo", péu! E lá fiquei a olhar para aquelas garrafas parvinha de todo. Tintos, brancos, rosés, verdes, maduros... cum caraças! Dez segundos mais tarde já tinha concluído que há garrafas de vinho que custam tanto dinheiro como eu ganho numa semana e comecei de repente a sentir uma certa simpatia pela democracia da super-bock. Depois comecei a olhar para os nomes. Pareceu-me uma boa, porque tenho alguma recordação de ter visto apreciar vinhos com nomes ordinarões parecidos com "porcalhona de não sei quê" ou "pancalhona não sei de onde", mas não havia nenhum desses. Mau! Passei à apreciação do design do rótulo. Na minha cabeça, o mesmo deveria ser sóbrio e discreto, porém elegantérrimo. Sem esquecer o preço, claro, já que era meu objectivo sair dali sem o alarme tocar. Finalmente encontrei um, lá escondido num cantinho, que correspondia a todos os itens. Peguei no telemóvel e liguei ao especialista de serviço, baixinho e escondida a um canto como nos filmes de agentes secretos: "Ouve lá oh morcão, o xpto 14 presta para alguma coisa? Diz-me depressa!". "Que colheita?" - ouvi do outro lado. Oh que carago! Para que me meto eu com homens? - "Eh pá, onde é que se vê isso???" - respondi eu já a inspeccionar a garrafa por todos os lados. "É o ano!". "Ok, é... 2004... acho..." - e lá ficou o filósofo do tinto a pensar, e eu, bem... demorou mais do que a ajuda do Quem quer ser Milionário, desliga!
Peguei na porcaria da garrafa, fui pagar, mandei fazer um embrulho à maneira e pus-me ao fresco. Pelo que custou também não deve ser nenhum carrascão de de certezinha!
E fiz uma promessa. Para a próxima ofereço meias e cuecas!
11/14/2011
Será influência da Popota?
De acordo com os catálogos de brinquedos que tinha hoje na caixa do correio e tendo em conta os nomes, as bonecas que se vendem este ano andam todas a atacar aí num pinhal qualquer: Carina 105, Nancy 3 desejos, Bebé Comilona, Alice Sabe Tudo, Cátia Beijinhos, Dora Boas Noites...
11/13/2011
Olá queridos clientes, espero que tenham gostado da nova decoração da padaria. Eu queria com luz indirecta em cor-de-rosa e cromados nas mesas... mas quem manda manda.
Hoje venho fazer uma pequena reflexão acerca das competências dos governantes pois, entre uma tosta mista e uma meia-de-leite com descafeinado concluí que nem o nosso tão odiado Sócrates nem o recém-odiado Passos são os mais incompetentes de que há memória. Quanto a mim, o primeiro lugar do podium vai para o Berlusconi. Carago, o que ele fez é de longe muito mais difícil! Vejam bem, o Sócrates e o Passos conseguiram arruinar um país que já não tinha nada, mas Berlusconi conseguiu arruinar um país riquíssimo! Ok, não tem petróleo, que eu saiba. Mas tem Ferraris. Nós, nem Fiats! Ou temos, mas estão nas mãos dos tesos que os andam a pagar a prestações. Têm a capela sistina e a Pietá, têm o David e o Coliseu e outras m*rdas que lhes enchem aquilo de muitos milhares ou milhões de turistas que lá vão desembolsar em pizzas, gelados, hotéis e recuerdos foleiros. Nós temos um quadro daquele gajo das máquinas de lavar, o Bosch, que nem se sabe como é que veio parar a esta choldra já que o homem nem português era! Não chega para fazer fila à porta do Museu Nacional de Arte Antiga. Há mais fila para comer pastéis de nata ao lado dos Jerónimos do que ali. E mais, os italianos ainda conseguem viver à sombra de nomes como Leonardo da Vinci, Botticelli, Miguel Ângelo. Nós temos pintores da construção civil que emigram para o Luxemburgo para conseguirem comer a sopa dia sim dia sim. Ah ok, temos a Vieira da Silva e a Paula Rego, mas essas fizeram como os pintores da construção civil: Puseram-se na alheta. Os italianos têm Verdi, nós temos o Tony Carreira. Os italianos têm Gucci, Ferragamo, Valentino, Prada, Cavalli e sei mais quantos desses maricas que vendem roupa pelo mundo inteiro a preços de fazer um portuga ficar a anti-depressivos para o resto da vida. Nós temos a Fátima Lopes, que põe umas gajas a desfilar em Paris no dia em que já não está lá ninguém a ver e ainda gastamos dinheiro a pagar à RTP para lá ir fazer de conta que os franceses ficaram todos molhados com aquilo. Os italianos têm parmesão e mascarpone e tiramisu e pizza e outras coisas que toda a gente come em todo o lado nem que não goste. Nós temos queijo castelões anunciado por uma gaja de bigode. E temos o vinho do Porto eu sei, mas esse não é nosso é dos ingleses. Os italianos conseguem fazer uma péssima obra de engenharia que passados uns anos já estava de lado e o mundo inteiro quer tirar uma foto ao pé daquilo. Nós temos obras fantásticas cujos orçamentos derraparam. E então? É preciso dizer mais? Quem é o melhor?
11/11/2011
Dá-lhe Olímpia!
Olímpia Feteira,a filha do falecido milionário Tomé Feteira e senhora de irrepreensível educação e nível, explicou finalmente numa entrevista que Rosalina Ribeiro era uma gaja golpista e oportunista, o que não espantou absolutamente nada o staff da padaria. Explicou também que não gosta de dizer mal dos mortos. Ainda bem!
11/10/2011
Descida de nível
Muito nos congratulámos aqui na padaria com o lançamento de mais um livro dessa grande escritora, Carolina Salgado. Até porque, tanto eu como a Rosarinho andávamos fartas de ler as revistas que trazem guarda-chuvas e carteiras à borla e que só são giras enquanto a gente não fica a saber pela quadragésima vez a história da vida do concorrente da casa dos degredos encabado pelo padrasto com uma colher de pau desde os três meses de idade.
Este livro é uma espécie de "Sei o que fizeste no verão passado II" mas em pior. Gostámos particularmente da passagem em que a protagonista conta como o ex-marido lhe pedia para sair de casa e encontrar-se com um indivíduo que tinha um envelope para lhe dar e que continha fotografias de determinados jogadores do Futebol Clube do Porto em práticas sexuais com acompanhantes. Foi uma pena a gente não ter sabido disto na altura porque qualquer uma de nós, apesar de modestas utilizadoras da internet sem grandes skills, lhe tínhamos poupado essa maçada. Encontrar fotografias de gajos em práticas sexuais com acompanhantes, a nós, demora-nos no máximo 10 segundos no conforto do lar, sem termos que sair de casa a chover, ao frio ou em hora de ponta sem ter onde estacionar o carro. E não é que a gente tenha muita prática disso, preferimos colecções de cromos, mas mesmo assim é fácil. Outra parte muito emocionante do livro e de que gostámos bué é daquela em que ela conta o plano para matar a águia do Benfica. Coisa de "pessoas fanáticas que não vêem mais nada e tudo lhes serve para atacar o clube rival
". No que concordamos plenamente, até porque as águias nem são comestíveis e também porque nunca vimos a Carolina na televisão a fazer piretes nos jogos do Porto com o Benfica, portanto é pessoa com moral para falar destas coisas. De resto, falta-nos apenas elogiar a excelente escolha do título. Porque ler uma porra destas é mesmo descer... muito baixo.
Obrigada!
Nos meus tempos de criança passava pelo anúncio do Nitrato do Chile para ir ao Pão de Açúcar. Era um anúncio entranhado na parede dum prédio que já então era velho. Nunca entendi aquele anúncio mas tentava sempre, mentalmente, descodificar a mensagem que ele continha, sem saber que não valia a pena. Eu não fazia parte do público-alvo. Adubai. O que raio queria dizer adubai? A 2ª pessoa do plural já fazia parte da linguagem dum tempo em que as pessoas ainda faziam vénias e usavam chapéu. Ainda se fosse "Adube", talvez eu tivesse lá chegado, até porque vivi até aos dez anos na aldeia. Sabia o que era adubos, fossas, estrume e bosta de vaca, se não por contacto directo, pelo menos por ter ouvido falar. A segunda parte, essa, é que era um verdadeiro enigma para mim. Nitrato do Chile? Nitrato do Chile??? Mistério total.
Não foi encomendado, mas a imagem vencedora foi um encontro curioso entre a imagem vencedora e uma recordação minha.
Hoje fazemos oito anos de blogue. Com oito anos já sabemos ler e escrever e fazer contas. Já sabemos que a vida não é só brincadeira e é preciso sair da cama cedo mesmo no inverno quando não apetece nada. Já tivemos contrariedades e alegrias. Oito natais e oito aniversários, que dão ao todo dezasseis esperas ansiosas e surpresas. Já nos lembramos de coisas que estão fora de moda, como os blogues. Já somos alguém!
Sem o sentimento de obrigação de circunstância, obrigada a todos os que nos têm acompanhado, aos que nos acompanharam sempre e aos que passaram de raspão. Aos que vêm e vão. Aos que caem aqui sem querer. Aos que mesmo tendo deixado de cá vir passaram a fazer parte da nossa vida. À parva da empregada. Ao Paulo e ao Marco por terem alinhado connosco nesta brincadeira. À Notícias Magazine e ao Diário de Aveiro que tiveram pachorra para nos entrevistar. E até mesmo aos que já entraram cá só para dizer mal das carcaças com manteiga e da meia de leite. O conflito faz parte e lembra-nos que a harmonia é sempre melhor.
Continuaremos enquanto pudermos.
11/06/2011
Mandem vallium para a TVI!
Experimentei ver um bocadinho da casa dos degredos na TVI. Se a maior parte das pessoas parece achar que aquilo é mais importante do que o OE para 2012, deve ser mesmo uma coisa brutal! Então, depois de estar uns dez minutos a ouvir gordas mal paridas e macacos Adrianos a mandar todo o tipo de bujardadas como "Não vou recuar atrás", uma loira com tanto de salto como de perna (e o salto não era muito alto) resumiu toda a essência do programa:
- Tu quando te enervas falas montes de disparates! - disse ela.
Portanto, o mal daquela malta é nervos...
- Tu quando te enervas falas montes de disparates! - disse ela.
Portanto, o mal daquela malta é nervos...
11/04/2011
Vou-me desarriscar
Eu já tinha algumas dúvidas quanto ao destino dado à massa que a gente desconta mensalmente para fazer parte dum sindicato qualquer. Agora tenho ainda mais.
Há dias, depois de ter ouvido um bacano da Associação Sindical de Juízes a arrotar umas postas de pescada sobre a ilegalidade de nos estarem a sacar os subsídios de Natal e de férias e visto que é isso que eu costumo usar para as despesas de Natal e para ir de férias e portanto não me está a dar jeito nenhum a ideia, escrevi um mail ao meu sindicato a saber qual a posição deles e se estão na disposição de dar apoio jurídico aos sócios para pôr o estado em tribunal.
Hoje recebi a resposta, na qual me mandavam ir à manifestação do dia 12 e fazer greve no dia 24 porque temos que fazer ver ao governo que estamos revoltados. Ora muito bem. Eu cá, para fazer ver ao governo que estou revoltada escrevo-lhes uma carta a dizer isso. A manifestações não vou porque não curto fazer papel de eco e até foi por isso que deixei de ir à missa. Quanto à greve é uma ideia gira mas fica um bocado cara para quem já lerpou 5% do ordenado e agora mais dois meses inteirinhos por ano e bastante em conta para o governo, que o quer quer é precisamente poupar umas lecas com a gente.
Também já ouvi o meu sindicato a dizer na televisão que o senhor presidente da república deve intervir nesta matéria. E não discordo. Só acho que o melhor é esperarmos sentados em cima duma daquelas almofadas com um buraco no meio, por motivos... justificados.
Em suma, hoje recordei aquele meu ex-colega, homem simples como as árvores, que há uns vinte anos eu vi entrar nos recursos humanos a dizer que se queria deitar abaixo. Deitar abaixo de onde? - perguntaram-lhe. Ao que ele respondeu, já um bocado agastado com tanta burrice perante uma declaração tão óbvia: "Desarriscar-me do sindicato!"
Ele é que tinha razão.
11/02/2011
Palavra de padeira!
Ainda um dia me hão-de explicar esta: Porque é que as pessoas se juntam para correr contra a diabetes, pedalar contra o cancro da mama, caminhar pelas vítimas das cores mal combinadas... whatever... Quer dizer, eu percebo uma parte, que é haver um grupo de pessoas que estão contra uma doença ou qualquer outra coisa chata. Até porque eu também estou, porra, acho mesmo desagradável uma pessoa andar na sua vidinha, planear umas férias ou uma sardinhada com os amigos e de repente descobrir que tem os dias contados. Fogo, ai não que não compreendo! A parte que eu não percebo mesmo é o que é que adianta irmos todos por aí a correr ou a pedalar feitos malucos por causa disso. Se alguém me explicar e eu ficar a perceber, juro que amanhã mesmo começo a juntar um grupo para fazer uma maratona ao pé-coxinho e de marcha-atrás contra a p... da dívida externa! Nem que fique toda partidinha!
Palavra de padeira!
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