2/28/2006
PENSO, LOGO ESTRAGO TUDO
Encontrei por acaso uma amiga que não via há muito e entretanto se tornou adepta do espiritismo.
Primeiro: Não me comecem já a chamar pancas por ter amigas espíritas, procurem bem nos vossos relacionamentos e garanto-vos que até políticos devem encontrar.
Posto isto: Iniciámos uma conversa de circunstância sobre as recentes opções de vida de ambas e concordámos num ponto, tentamos ser tão felizes quanto possível.
Para logo a seguir discordarmos. Ao meu argumento "Até porque eu só tenho uma vida!", ela retorquiu com "Não! Tens muitas! Só tens é memória de uma de cada vez!"
Ora bolas! Lá se foi a minha última esperança de vir a sentir algum conforto numa qualquer teoria do sobrenatural. Pois se essa entidade superior abstracta a que geralmente se dá a forma concreta de um deus para facilitar as explicações, nos tira a matéria e a memória no fim do nosso ciclo de vida, quer dizer que os chamados agnósticos sempre tiveram razão: a morte é mesmo definitiva. O que somos nós para além do nosso corpo e das nossas recordações?
Vou ali dentro empaturrar-me de pastéis de nata.
2/27/2006
SOCORRO! SOU UM GAJO!
Olá queridos clientes, hoje venho partilhar convosco uma questão que me está a atormentar. Bem, atormentar atormentar é naquela base, digamos que numa escala de zero a dez me está a atormentar 4. Pronto.
Porque a verdade é que (eu nunca vos tinha contado isto, é tipo segredo de Fátima mas mais interessante), já houve pelo menos três clientes três que mandaram mails a mim ou à patroa a jurar que cortavam tudo rentinho em como eu sou um homem.
Às primeiras fiquei um bocado sentida, confesso. Depois comecei a achar que todos os homens são é parvos e esqueci o assunto.
Só que há bocado, visto que estava em dia de folga e tal, liguei a televisão e pus-me a ver um filme. Pronto, o filme não vi todo porque a seguir aos 47 minutos de publicidade já me tinha esquecido da primeira parte e desisti. Mas os anúncios vi. E cheguei a algumas conclusões que vou aqui revelar em primeira mão:
1. As mulheres adoram máquinas de lavar roupa e detergentes, especialmente detergentes que deixem a roupa toda branca. Não aquelas nuances de branco que vêm nos catálogos da Robbialac mas só e apenas o branco branco.
2. As mulheres vivem obcecadas com a ideia de encontrarem o detergente da sua vida. Aquele com quem vão viver o resto dos seus dias. Por outro lado têm pesadelos constantes sobre um detergente que lhes encolheu uma peça de roupa, lhes alterou uma qualquer cor duma qualquer blusinha ao fim de vinte lavagens ou lhes encheu a máquina de calcário assim tipo filme de terror série B, daqueles em que elas chegam à marquise, olham para a cena, agarram na cara com as mãos e dão um gritinho.
3. As mulheres sofrem horrores por não conseguirem que os seus copos fiquem a brilhar e têm longas e frutíferas discussões umas com as outras a esse respeito.
4. As mulheres estudam e tiram cursos de economia e gestão para depois concluírem que a verdadeira solução para a crise está no uso de Fairy.
5. As mulheres passam a vida sentadas no chão ou debruçadas sobre as retretes, de escova na mão, prontas a atacar sem dó nem piedade qualquer vestígio de sujidade que eventualmente se tente instalar à revelia. Nas casas em que vive mais do que uma mulher costumam fazer planos de turnos para que a retrete possa ser vigiada dia e noite e nunca as apanhe distraídas.
6. As mulheres acham porreiro ter mais de 40 anos desde que não se note “aqui”. O “aqui” para onde a senhora do anúncio aponta é o cérebro. Deve ser por isso que elas fazem todas estas coisas mencionadas nos pontos anteriores. Só assim podem fazer 40 anos, ou até 50, 60, 120 sem que os seus cérebros revelem qualquer sinal de vida.
Ora meus queridos clientes, eu estive a pensar muito e cheguei à conclusão que, como não me encaixo em nenhum dos pontos anteriores, dou a mão à palmatória. Eu sou, definitivamente, um gajo.
E vocês queridas, ainda têm a certeza do que são?
Até para a semana e fiquem com uma beijoca do… quer dizer… da
Vossa
Rosarinho
Olá queridos clientes, hoje venho partilhar convosco uma questão que me está a atormentar. Bem, atormentar atormentar é naquela base, digamos que numa escala de zero a dez me está a atormentar 4. Pronto.
Porque a verdade é que (eu nunca vos tinha contado isto, é tipo segredo de Fátima mas mais interessante), já houve pelo menos três clientes três que mandaram mails a mim ou à patroa a jurar que cortavam tudo rentinho em como eu sou um homem.
Às primeiras fiquei um bocado sentida, confesso. Depois comecei a achar que todos os homens são é parvos e esqueci o assunto.
Só que há bocado, visto que estava em dia de folga e tal, liguei a televisão e pus-me a ver um filme. Pronto, o filme não vi todo porque a seguir aos 47 minutos de publicidade já me tinha esquecido da primeira parte e desisti. Mas os anúncios vi. E cheguei a algumas conclusões que vou aqui revelar em primeira mão:
1. As mulheres adoram máquinas de lavar roupa e detergentes, especialmente detergentes que deixem a roupa toda branca. Não aquelas nuances de branco que vêm nos catálogos da Robbialac mas só e apenas o branco branco.
2. As mulheres vivem obcecadas com a ideia de encontrarem o detergente da sua vida. Aquele com quem vão viver o resto dos seus dias. Por outro lado têm pesadelos constantes sobre um detergente que lhes encolheu uma peça de roupa, lhes alterou uma qualquer cor duma qualquer blusinha ao fim de vinte lavagens ou lhes encheu a máquina de calcário assim tipo filme de terror série B, daqueles em que elas chegam à marquise, olham para a cena, agarram na cara com as mãos e dão um gritinho.
3. As mulheres sofrem horrores por não conseguirem que os seus copos fiquem a brilhar e têm longas e frutíferas discussões umas com as outras a esse respeito.
4. As mulheres estudam e tiram cursos de economia e gestão para depois concluírem que a verdadeira solução para a crise está no uso de Fairy.
5. As mulheres passam a vida sentadas no chão ou debruçadas sobre as retretes, de escova na mão, prontas a atacar sem dó nem piedade qualquer vestígio de sujidade que eventualmente se tente instalar à revelia. Nas casas em que vive mais do que uma mulher costumam fazer planos de turnos para que a retrete possa ser vigiada dia e noite e nunca as apanhe distraídas.
6. As mulheres acham porreiro ter mais de 40 anos desde que não se note “aqui”. O “aqui” para onde a senhora do anúncio aponta é o cérebro. Deve ser por isso que elas fazem todas estas coisas mencionadas nos pontos anteriores. Só assim podem fazer 40 anos, ou até 50, 60, 120 sem que os seus cérebros revelem qualquer sinal de vida.
Ora meus queridos clientes, eu estive a pensar muito e cheguei à conclusão que, como não me encaixo em nenhum dos pontos anteriores, dou a mão à palmatória. Eu sou, definitivamente, um gajo.
E vocês queridas, ainda têm a certeza do que são?
Até para a semana e fiquem com uma beijoca do… quer dizer… da
Vossa
Rosarinho
2/26/2006
O CARNAVAL
Nós aqui na padaria gostamos muito do carnaval.
O carnaval é muito bonito porque as pessoas estão todas muito felizes.
Aqui na nossa cidade, o senhor padre mandou as pessoas ficarem felizes porque a seguir vem qualquer coisa tipo quaresma, que a gente não sabe muito bem o que é, e aí têm que ficar todos sérios outra vez e não podem comer carne e outras coisas. Nessa parte as senhoras da paróquia ficam felizes porque vão ter uns tempos sem dizer que lhes dói a cabeça mas têm que disfarçar para ninguém desconfiar.
No carnaval as pessoas fazem coisas muito engraçadas como soprar nuns apitos que se desenrolam, rebentar umas garrafinhas pequeninas que cheiram a vinte celuloses juntas com o vento a vir de Cacia para cá e outras assim muito originais.
No carnaval as pessoas também gostam muito de pregar partidas umas às outras e riem-se todas muito, não sei se por estarem contentes com a partida ou se por terem concluído que são tão inteligentes.
No carnaval, há homens que se vestem com saias e soutiens e meias de vidro e fazem uma voz muito fininha. Na verdade eles devem passar o ano todo a fazer isso às escondidas mas no carnaval é mais fixe porque podem fazer à frente de todos e nem a mulher desconfia.
No carnaval também há pessoas que gostam de encher camiões com tralhas que não sabemos onde arranjam mas deve ser no lixo e depois saltam lá para dentro e põem-se aos saltinhos (deve ser porque está muito frio e têm que aquecer) e andam por aí todos em fila indiana a tocar umas cassettes que não se percebe a letra porque são muito antigas e estão muito estragadas mas é qualquer coisa sobre uma chupeta e um bebé.
O carnaval também é muito bom porque há sempre uma terça-feira em que as pessoas não vão trabalhar e ficam na cama a dormir até mais tarde. Felizmente os cortejos são só à tarde porque se fossem de manhã acordavam as pessoas que queriam dormir descansadas e aproveitar o dia sem trabalhar.
No carnaval os adultos também ficam contentes porque é uma altura em que se podem vingar das crianças chatas sem ninguém ir fazer queixa deles à esquadra. Pegam nos bebés pequeninos e obrigam-nos a andar fardados de sopeiras, sevilhanas e até ursos e tigres. Depois quando passam uns pelos outros fartam-se de rir para os putos que é como quem diz: "Toma lá que já almoçaste". Os putos fartam-se de chorar mas não podem fazer nada e têm que aguentar. Depois quando forem crescidos também podem fazer a mesma coisa aos filhos deles.
Nós aqui na padaria, como já disse, gostamos muito do carnaval. Tanto, tanto, que ainda agora está a começar o Domingo e já não aguentamos de tanta excitação. Ainda falta muito para acabar?
2/23/2006
2/22/2006
MAIS AVENTURAS NO FRONT-OFFICE
Dois homens de meia idade. Um fala e o outro vai acenando com a cabeça.
-Olhe, eu queria um endereço electrónico. Disseram-me que era aqui que se pedia. Demora muitos meses?
-Desculpe mas não estou a entender. Um endereço electrónico?
-Sim. Foi isso que me disseram que eu tinha que ter e disseram-me que era aqui que se pedia.
-Mas... (eu feita parva numa tentativa de perceber se era outra coisa qualquer que ele queria) É para que efeito?
-Para emigrar. Disseram-me que se pode ir à internet, sabe o que é internet? Pois disseram-me que a gente vai à internet e tira de lá uma lista de firmas que aceitam emigrantes no estrangeiro está a perceber? Mas primeiro temos que ter um endereço electrónico.
-É que isto é o seguinte: Um endereço electrónico serve para receber e enviar mensagens. Alguém ficou de lhe enviar essa lista por mail e o senhor tem que ter um endereço electrónico, é isso?
-Não! (O senhor começava a mostrar-se impaciente) A gente vai ao computador percebe? E depois tira de lá a lista das empresas que aceitam emigrantes no estrangeiro! Só que temos que ter um endereço electrónico!!!
-Olhe, o senhor, para recolher informação da internet, o que tem que ter é um computador ligado à internet. O endereço electrónico é muito fácil de conseguir e não tem que o pedir em repartição nenhuma!
-Mas é para tirar a lista das empresas, está a perceber ou não?
-O senhor tem internet?
-Eu não!
-Então se calhar o que o senhor quer é instalar a internet em casa. Será?
-Eu não! Nem computador tenho, para que quero eu isso? Ouça! Eu quero um endereço electrónico e disseram-me que vocês aqui davam! Então dê-me o papel para eu preencher faz favor!
-Pronto! Então o senhor quer um endereço electrónico.
-Pois é o que eu lhe estou a dizer há que tempos!
-Mas não tem que o pedir em lado nenhum. O senhor faça assim: Vai a um posto público de internet, pode ser numa junta de freguesia, na montra do Aveiro Digital, num net-café, qualquer um. Entra na internet e cria um endereço electrónico.
-Só isso?
-Sim. Só isso. Mas se não sabe como fazer isso, convém ir acompanhado de alguém que saiba, para o poder ajudar. Está bem?
-Está bem então. Muito obrigado e boa tarde.
-Boa tarde!
Levantaram-se e saíram. Ao transpor a porta, ainda os ouvi dizer um para o outro:
-Cá para mim a gaja não percebe mas é nada disto!
-Olhe, eu queria um endereço electrónico. Disseram-me que era aqui que se pedia. Demora muitos meses?
-Desculpe mas não estou a entender. Um endereço electrónico?
-Sim. Foi isso que me disseram que eu tinha que ter e disseram-me que era aqui que se pedia.
-Mas... (eu feita parva numa tentativa de perceber se era outra coisa qualquer que ele queria) É para que efeito?
-Para emigrar. Disseram-me que se pode ir à internet, sabe o que é internet? Pois disseram-me que a gente vai à internet e tira de lá uma lista de firmas que aceitam emigrantes no estrangeiro está a perceber? Mas primeiro temos que ter um endereço electrónico.
-É que isto é o seguinte: Um endereço electrónico serve para receber e enviar mensagens. Alguém ficou de lhe enviar essa lista por mail e o senhor tem que ter um endereço electrónico, é isso?
-Não! (O senhor começava a mostrar-se impaciente) A gente vai ao computador percebe? E depois tira de lá a lista das empresas que aceitam emigrantes no estrangeiro! Só que temos que ter um endereço electrónico!!!
-Olhe, o senhor, para recolher informação da internet, o que tem que ter é um computador ligado à internet. O endereço electrónico é muito fácil de conseguir e não tem que o pedir em repartição nenhuma!
-Mas é para tirar a lista das empresas, está a perceber ou não?
-O senhor tem internet?
-Eu não!
-Então se calhar o que o senhor quer é instalar a internet em casa. Será?
-Eu não! Nem computador tenho, para que quero eu isso? Ouça! Eu quero um endereço electrónico e disseram-me que vocês aqui davam! Então dê-me o papel para eu preencher faz favor!
-Pronto! Então o senhor quer um endereço electrónico.
-Pois é o que eu lhe estou a dizer há que tempos!
-Mas não tem que o pedir em lado nenhum. O senhor faça assim: Vai a um posto público de internet, pode ser numa junta de freguesia, na montra do Aveiro Digital, num net-café, qualquer um. Entra na internet e cria um endereço electrónico.
-Só isso?
-Sim. Só isso. Mas se não sabe como fazer isso, convém ir acompanhado de alguém que saiba, para o poder ajudar. Está bem?
-Está bem então. Muito obrigado e boa tarde.
-Boa tarde!
Levantaram-se e saíram. Ao transpor a porta, ainda os ouvi dizer um para o outro:
-Cá para mim a gaja não percebe mas é nada disto!
2/21/2006
E AGORA, SENHORAS E SENHORES, APRESENTAMOS A MAIS RECENTE COLABORADORA DESTA PADARIA: A FILHA DA PATROA
Bem… Foi-me feito o convite para me expressar neste maravilhoso e humilde espaço e, como devem compreender, jamais poderia recusar tal oportunidade…
Vou então abordar alguns temas que me causam alguma incompreensão. No entanto, antes disso, vou apresentar-me como uma bela jovem cheia de esperança em relação ao que me rodeia, embora de dia para dia essa esperança se vá lentamente desvanecendo pois começo a ter algumas preocupações… será da idade?
Bem, tema 1: Será que vou arranjar emprego?
Incomoda-me ver aqueles que pagaram anos de propinas na universidade a aceitarem empregos que, embora muito dignos, jamais proporcionarão uma vida desafogada àqueles que, como eu, querem ter uma carrada de filhos.
Outra coisa que me preocupa imenso (chamemos-lhe tema 2 embora seja a continuação do 1): Será que algum dia terei capacidade monetária para realizar o meu sonho de aplicar um implante de silicone no lábio superior?
E agora o tema 3: Revolta-me imenso saber que um dia mais tarde vou comprar a minha bela vivenda com piscina e solário e terei que andar a pagá-la às prestações sabe deus quantos anos.
Maldito o dia em que me roubaram a inocência e me puseram a par destas coisas… Preferia viver na ignorância mais alguns anos, tempo suficiente para viver uma daquelas infâncias felizes que agora, estando a par disto, jamais poderei viver!
Conselho: Não informem os vossos filhos sobre estas pequenas dificuldades da vida adulta, pois eles vão sentir-se assim como eu me sinto: Infeliz.
…foi um prazer…
Vou então abordar alguns temas que me causam alguma incompreensão. No entanto, antes disso, vou apresentar-me como uma bela jovem cheia de esperança em relação ao que me rodeia, embora de dia para dia essa esperança se vá lentamente desvanecendo pois começo a ter algumas preocupações… será da idade?
Bem, tema 1: Será que vou arranjar emprego?
Incomoda-me ver aqueles que pagaram anos de propinas na universidade a aceitarem empregos que, embora muito dignos, jamais proporcionarão uma vida desafogada àqueles que, como eu, querem ter uma carrada de filhos.
Outra coisa que me preocupa imenso (chamemos-lhe tema 2 embora seja a continuação do 1): Será que algum dia terei capacidade monetária para realizar o meu sonho de aplicar um implante de silicone no lábio superior?
E agora o tema 3: Revolta-me imenso saber que um dia mais tarde vou comprar a minha bela vivenda com piscina e solário e terei que andar a pagá-la às prestações sabe deus quantos anos.
Maldito o dia em que me roubaram a inocência e me puseram a par destas coisas… Preferia viver na ignorância mais alguns anos, tempo suficiente para viver uma daquelas infâncias felizes que agora, estando a par disto, jamais poderei viver!
Conselho: Não informem os vossos filhos sobre estas pequenas dificuldades da vida adulta, pois eles vão sentir-se assim como eu me sinto: Infeliz.
…foi um prazer…
2/20/2006
A TEORIA ZERO
Olá meus amores, cá estou eu para a minha crónica semanal.
Hoje venho apresentar uma teoria que vai salvar esta porcaria toda. Isto, se alguém com poder a souber aproveitar, claro. Se não, depois não venham dizer que a Rosarinho não tentou salvar a pátria. Lanço, portanto, aqui um apelo a todos os clientes importantes desta padaria (que sabemos que os há).
A minha teoria, desenvolvida num brainstorming este fim-de-semana à volta duns copos e dumas postas de bacalhau com clientes desta padaria chama-se a teoria zero, teoria essa que vou passar a expor.
É então assim:
Este nosso querido país anda há não sei quanto tempo (porque sou nova demais para isso), em voo rasante sobre o comummente chamado “fundo”. Ou seja, apesar de volta e meia sermos levados a pensar que “já batemos no fundo”, é mentira. Estamos quase lá, mas nunca chegámos a bater naquele ponto em que não é possível descer mais. Isto causa uma espécie de inércia da qual não conseguimos sair nem por nada. Nem para baixo (porque isso nos assusta), nem para cima (porque não há força propulsora para tal). O que está mal. Temos que fazer qualquer coisa.
E atenção que eu não quero vir aqui arrogantemente afirmar que tirando eu, ninguém tenta fazer nada, pois isso seria muito injusto. É de assinalar com muito optimismo, por exemplo, a tentativa feita hoje mesmo por tantos milhares de portugueses entre Coimbra e a Cova de Iria para batermos definitivamente nesse tal fundo, onde nem faltou o ex-ministro Bagão Félix a arrotar postas de pescada, nem a transmissão em directo por três canais de televisão nacionais em simultâneo, nem aquelas beatas todas que a gente pensa que só têm existência virtual nos bonecos do José Vilhena e depois afinal não, quando é preciso fazer alguma coisa pelo país aí estão elas de mão no peito a gritar “Presente!”. Mas não chega, a situação é grave e é preciso fazer mais.
Por tudo isso, e inspirados na quadra carnavalesca que agora atravessamos, eu e os que me acompanharam nesta ideia, nomeadamente a patroa, o patrãozinho e o Bagaço Amarelo, delineámos um plano que julgamos infalível e que consta essencialmente do seguinte:
Acabar com esta república foleira que ameaça, ameaça mas nunca mais bate na porcaria do fundo e substitui-la por uma monarquia. Não uma monarquia verdadeira pois isso não resultaria no âmbito do nosso plano (D. Duarte, filho, tens que esperar), mas sim uma monarquia tipo Carnaval onde o rei e a rainha seriam respectivamente o Zé Crispim e a Lena da Silva do Duo Ele e Ela. Os inúmeros filhos que eles têm assumiriam as pastas do governo (teria que se acrescentar alguns ministérios porque os que há não chegam para todos claro). A partir desse ponto (a que chamaríamos o ponto zero), só era possível melhorar, uma vez que se tinha batido sem qualquer margem para dúvida, no tal fundo.
Somos ou não somos brilhantes? Somos. Mesmo assim, e para aperfeiçoar a ideia, pedimos aos queridos clientes mais ideias para “bater no fundo”. Colaborem pois é pela causa pública!
E agora para finalizar, uma coisa que me deixou decididamente comovida e não posso deixar de assinalar. Um cartãozinho de S. Valentim que recebi por mail dum cliente que é um amor! A sério! Tivesse eu recebido mais cartões destes em canuca e a leitura d’Os Lusíadas para mim, no 9.º ano, tinha sido canja! Refiro-me ao tamanho, claro.
CIÊNCIA DO AMOR
POSTULADO
Se o amor olha a esquerda
e a ciência a direita,
porque não da resto zero
a conta mil vezes feita ?
Nos numeros vejo o deleite
da soma bem calculada,
no amor encontro a paz
da equação resolvida
nos braços da minha amada.
PAIXAO
Diz a ciencia bem douta
da quimica da paixão
que esta tem dopamina
e não mexe o coração !
Privado de serotina
o cerebro fica alheado
de tudo o que o rodeia
e só em Ti concentrado.
Se a quimica assim descrita
for verdade factual
o Problema do amor
é caso pra um Doutor
em ciência neuronal.
Não encontrando conforto
na paixão desacertada
o melhor é procurar
a paz o sossego o relax
em droga que assim compense
o desbalanço invulgar
da falta da minha amada.
Comprimidos de xanax ?
Há quem pense no entanto
que tudo isto são tretas
a paixão é consequência
de anjos cupidos e setas.
DESEJO
(Androgénio Esterogéneo)
Já o desejo ardente
do encontro sexual
parece ser comandado
por outro tipo de drogas
com nome nada banal.
Dos atletas conhecidas
falseando resultados
são dopping no ciclismo
no amor são aliados.
Quando os valores atingem
o nivel suficente,
não há moral que reprima
não há regras que limitem
o corpo tudo sublima,
o calor comanda a mente.
AMOR
Se ao encontro fatal
se soma oxitocina
surgem calma e conforto
vontade de acarinhar
nutrir estimar e amar
tomar para sempre a vacina.
Esta hormona do carinho
que no amor aparece
na paixão e no desejo
no mimo que enternece,
tem mantido casamentos
ligações afectuosas
amizades duradouras
e paixões bem cor de rosa.
COROLÁRIO
Se o amor olha a esquerda
e a ciência a direita,
porque não da resto zero
a conta mil vezes feita ?
Na quimica aqui descrita
com ciência rigorosa
não tenho fanatica fé
escrevo poema, não prosa !
E por hoje é tudo. Fiquem, como sempre, com uma beijoca da vossa
Rosarinho
Olá meus amores, cá estou eu para a minha crónica semanal.
Hoje venho apresentar uma teoria que vai salvar esta porcaria toda. Isto, se alguém com poder a souber aproveitar, claro. Se não, depois não venham dizer que a Rosarinho não tentou salvar a pátria. Lanço, portanto, aqui um apelo a todos os clientes importantes desta padaria (que sabemos que os há).
A minha teoria, desenvolvida num brainstorming este fim-de-semana à volta duns copos e dumas postas de bacalhau com clientes desta padaria chama-se a teoria zero, teoria essa que vou passar a expor.
É então assim:
Este nosso querido país anda há não sei quanto tempo (porque sou nova demais para isso), em voo rasante sobre o comummente chamado “fundo”. Ou seja, apesar de volta e meia sermos levados a pensar que “já batemos no fundo”, é mentira. Estamos quase lá, mas nunca chegámos a bater naquele ponto em que não é possível descer mais. Isto causa uma espécie de inércia da qual não conseguimos sair nem por nada. Nem para baixo (porque isso nos assusta), nem para cima (porque não há força propulsora para tal). O que está mal. Temos que fazer qualquer coisa.
E atenção que eu não quero vir aqui arrogantemente afirmar que tirando eu, ninguém tenta fazer nada, pois isso seria muito injusto. É de assinalar com muito optimismo, por exemplo, a tentativa feita hoje mesmo por tantos milhares de portugueses entre Coimbra e a Cova de Iria para batermos definitivamente nesse tal fundo, onde nem faltou o ex-ministro Bagão Félix a arrotar postas de pescada, nem a transmissão em directo por três canais de televisão nacionais em simultâneo, nem aquelas beatas todas que a gente pensa que só têm existência virtual nos bonecos do José Vilhena e depois afinal não, quando é preciso fazer alguma coisa pelo país aí estão elas de mão no peito a gritar “Presente!”. Mas não chega, a situação é grave e é preciso fazer mais.
Por tudo isso, e inspirados na quadra carnavalesca que agora atravessamos, eu e os que me acompanharam nesta ideia, nomeadamente a patroa, o patrãozinho e o Bagaço Amarelo, delineámos um plano que julgamos infalível e que consta essencialmente do seguinte:
Acabar com esta república foleira que ameaça, ameaça mas nunca mais bate na porcaria do fundo e substitui-la por uma monarquia. Não uma monarquia verdadeira pois isso não resultaria no âmbito do nosso plano (D. Duarte, filho, tens que esperar), mas sim uma monarquia tipo Carnaval onde o rei e a rainha seriam respectivamente o Zé Crispim e a Lena da Silva do Duo Ele e Ela. Os inúmeros filhos que eles têm assumiriam as pastas do governo (teria que se acrescentar alguns ministérios porque os que há não chegam para todos claro). A partir desse ponto (a que chamaríamos o ponto zero), só era possível melhorar, uma vez que se tinha batido sem qualquer margem para dúvida, no tal fundo.
Somos ou não somos brilhantes? Somos. Mesmo assim, e para aperfeiçoar a ideia, pedimos aos queridos clientes mais ideias para “bater no fundo”. Colaborem pois é pela causa pública!
E agora para finalizar, uma coisa que me deixou decididamente comovida e não posso deixar de assinalar. Um cartãozinho de S. Valentim que recebi por mail dum cliente que é um amor! A sério! Tivesse eu recebido mais cartões destes em canuca e a leitura d’Os Lusíadas para mim, no 9.º ano, tinha sido canja! Refiro-me ao tamanho, claro.
CIÊNCIA DO AMOR
POSTULADO
Se o amor olha a esquerda
e a ciência a direita,
porque não da resto zero
a conta mil vezes feita ?
Nos numeros vejo o deleite
da soma bem calculada,
no amor encontro a paz
da equação resolvida
nos braços da minha amada.
PAIXAO
Diz a ciencia bem douta
da quimica da paixão
que esta tem dopamina
e não mexe o coração !
Privado de serotina
o cerebro fica alheado
de tudo o que o rodeia
e só em Ti concentrado.
Se a quimica assim descrita
for verdade factual
o Problema do amor
é caso pra um Doutor
em ciência neuronal.
Não encontrando conforto
na paixão desacertada
o melhor é procurar
a paz o sossego o relax
em droga que assim compense
o desbalanço invulgar
da falta da minha amada.
Comprimidos de xanax ?
Há quem pense no entanto
que tudo isto são tretas
a paixão é consequência
de anjos cupidos e setas.
DESEJO
(Androgénio Esterogéneo)
Já o desejo ardente
do encontro sexual
parece ser comandado
por outro tipo de drogas
com nome nada banal.
Dos atletas conhecidas
falseando resultados
são dopping no ciclismo
no amor são aliados.
Quando os valores atingem
o nivel suficente,
não há moral que reprima
não há regras que limitem
o corpo tudo sublima,
o calor comanda a mente.
AMOR
Se ao encontro fatal
se soma oxitocina
surgem calma e conforto
vontade de acarinhar
nutrir estimar e amar
tomar para sempre a vacina.
Esta hormona do carinho
que no amor aparece
na paixão e no desejo
no mimo que enternece,
tem mantido casamentos
ligações afectuosas
amizades duradouras
e paixões bem cor de rosa.
COROLÁRIO
Se o amor olha a esquerda
e a ciência a direita,
porque não da resto zero
a conta mil vezes feita ?
Na quimica aqui descrita
com ciência rigorosa
não tenho fanatica fé
escrevo poema, não prosa !
E por hoje é tudo. Fiquem, como sempre, com uma beijoca da vossa
Rosarinho
2/19/2006
E AGORA, A PEDIDO DE VÁRIOS CLIENTES
Eis como dobrar uma toalha redonda sem ficar com aquele irritante bico no meio.
Sim estou bem da cabeça.
Sim estou bem da cabeça.
2/16/2006
2/15/2006
OS GAJOS QUE ESCREVEM ESTAS COISAS LEVAR-SE-ÃO A SÉRIO?
O realizador galardoado quatro vezes com o prémio AVN 2004 Denis Marti centra-se nas partes mais eróticas das mulheres mais bonitas do mundo. A Hustler viaja desde a República Checa à costa da Sardenha em busca de cenários luxuriantes, mulheres de sonho e sexo anal intenso.
Revista CaboVisão, Fevereiro 2006
2/14/2006
BLOOD ALL OVER
DIA DOS NAMORADOS NO CARREFOUR AVEIRO
2/12/2006
Olá queridos, hoje venho falar de religião.
Tenho reflectido muito aqui na padaria enquanto amasso os brioches e os cacetes, sobre esta questão das caricaturas de Maomé e sobre as reacções dos Muçulmanos às ditas e cheguei a algumas conclusões que vou partilhar aqui convosco.
Primeiros: Queria avisar o Sr. Dr. Freitas do Amaral, homem por acaso muito bem apessoado (e que muito eu gostaria de ver aqui na padaria uma dia destes a abifar uma sande de omelete com alface num cacete), mas também muito distraído, que escusa de se maçar com aquelas conversas. Se ele pensa que quando os bombistas cá chegarem, antes de carregarem no botãozito que trazem à cintura, vão perguntar – “Olhe, desculpe, sabe-me dizer se por acaso o Professor Freitas anda pelas redondezes? É que ele tem sido muito simpático para nós e por isso queríamos avisá-lo para abandonar a zona.” – está mega enganado. Se for preciso é o primeiro a ficar sem cabeça em nome de Alá.
Segundos: Posto isto, os islâmicos são, de facto, uns macacóides do pior. Eu bem queria dizer que não mas tenho que dar a mão à palmatória. Nós somos mil vezes melhores e, acima de tudo, temos um sentido de humor muito mais apurado (não desfazendo naquela das 70 virgens para cada mártir e que é na verdade uma das melhores piadas que já ouvi). Só que nós conseguimos fazer uma coisa que eles não conseguem e que é de louvar. Gozamos, não só com os símbolos religiosos do Islão mas, acima de tudo, com os nossos. O que eu, pessoalmente, acho admirável. Senão vejamos alguns exemplos:
Segundos alínea a) Em São João da Azenha, concelho de Anadia, o povo inspirado montou um circo porreiro tendo como base temática unicamente a porra do sino da capela, o que deu logo direito a alguns momentos de boa disposição numa reportagem televisiva cheia de colorido, onde não faltou, nem um grupo de barrigudos a suar as estopinhas para repor os 350 kilos de sino roubado na torre, nem a senhora a explicar ao jornalista que o povo andava todo preocupado com a falta do sino, nem os elogios ao gajo da GNR de Anadia que mostrou o seu génio ao lembrar-se de perguntar aos comerciantes se alguém lá tinha ido tentar vender um sino gigante, nem os ataques ao senhor presidente da Câmara que devia pôr lá posto de vigia no meio do ermo para evitar que levassem outra vez aquela cena de lá. De ir às lágrimas!
Segundos alínea b) O auto-denominado “Bruxo de Fafe”, adepto ferrenho do Guimarães, resolveu fazer uma peregrinação ao Sameiro para assim evitar a descida de divisão do clube. Mais uma vez a televisão não perdeu o espectáculo, proporcionando-nos a nós belos momentos de humor recheados de publicidade ao vidente, que foi avisando que agora, se o Guimarães perder, já não é culpa dele. Convém não estragar o negócio.
Segundos alínea c) O clube de fãs de Fátima Felgueiras fez, também com direito a transmissão directa, uma peregrinação a Fátima. Iam muito bem ensaiados porque todos repetiam indignados que não era sua intenção misturar política com religião. Nem pensar! São duas merdas muito diferentes! Aquilo de terem todos tropeçado num calhau e terem caído em Fátima ao mesmo tempo com as televisões a cobrir o sucedido, foi pura coincidência! Muita giro!
Segundos alínea d) Esta é uma piada mais do estilo subtil: A autarquia de Coimbra deliberou atribuir a uma rua de Santo António dos Olivais o nome da Irmã Lúcia, gaja que como todos sabemos morou lá bué de tempo, numa daquelas comunidades hippies em que andam todos descalços e isso. Giro aqui foram os argumentos: A senhora terá sido um importante vulto do século XX e em muito contribuiu para a divulgação de Portugal no mundo. Foi ela e o bacalhau!
E olhem queridos, tinha aqui mais uma ou duas, mas para piada até já chega.
Fiquem com um beijo da sempre vossa
Rosarinho
Tenho reflectido muito aqui na padaria enquanto amasso os brioches e os cacetes, sobre esta questão das caricaturas de Maomé e sobre as reacções dos Muçulmanos às ditas e cheguei a algumas conclusões que vou partilhar aqui convosco.
Primeiros: Queria avisar o Sr. Dr. Freitas do Amaral, homem por acaso muito bem apessoado (e que muito eu gostaria de ver aqui na padaria uma dia destes a abifar uma sande de omelete com alface num cacete), mas também muito distraído, que escusa de se maçar com aquelas conversas. Se ele pensa que quando os bombistas cá chegarem, antes de carregarem no botãozito que trazem à cintura, vão perguntar – “Olhe, desculpe, sabe-me dizer se por acaso o Professor Freitas anda pelas redondezes? É que ele tem sido muito simpático para nós e por isso queríamos avisá-lo para abandonar a zona.” – está mega enganado. Se for preciso é o primeiro a ficar sem cabeça em nome de Alá.
Segundos: Posto isto, os islâmicos são, de facto, uns macacóides do pior. Eu bem queria dizer que não mas tenho que dar a mão à palmatória. Nós somos mil vezes melhores e, acima de tudo, temos um sentido de humor muito mais apurado (não desfazendo naquela das 70 virgens para cada mártir e que é na verdade uma das melhores piadas que já ouvi). Só que nós conseguimos fazer uma coisa que eles não conseguem e que é de louvar. Gozamos, não só com os símbolos religiosos do Islão mas, acima de tudo, com os nossos. O que eu, pessoalmente, acho admirável. Senão vejamos alguns exemplos:
Segundos alínea a) Em São João da Azenha, concelho de Anadia, o povo inspirado montou um circo porreiro tendo como base temática unicamente a porra do sino da capela, o que deu logo direito a alguns momentos de boa disposição numa reportagem televisiva cheia de colorido, onde não faltou, nem um grupo de barrigudos a suar as estopinhas para repor os 350 kilos de sino roubado na torre, nem a senhora a explicar ao jornalista que o povo andava todo preocupado com a falta do sino, nem os elogios ao gajo da GNR de Anadia que mostrou o seu génio ao lembrar-se de perguntar aos comerciantes se alguém lá tinha ido tentar vender um sino gigante, nem os ataques ao senhor presidente da Câmara que devia pôr lá posto de vigia no meio do ermo para evitar que levassem outra vez aquela cena de lá. De ir às lágrimas!
Segundos alínea b) O auto-denominado “Bruxo de Fafe”, adepto ferrenho do Guimarães, resolveu fazer uma peregrinação ao Sameiro para assim evitar a descida de divisão do clube. Mais uma vez a televisão não perdeu o espectáculo, proporcionando-nos a nós belos momentos de humor recheados de publicidade ao vidente, que foi avisando que agora, se o Guimarães perder, já não é culpa dele. Convém não estragar o negócio.
Segundos alínea c) O clube de fãs de Fátima Felgueiras fez, também com direito a transmissão directa, uma peregrinação a Fátima. Iam muito bem ensaiados porque todos repetiam indignados que não era sua intenção misturar política com religião. Nem pensar! São duas merdas muito diferentes! Aquilo de terem todos tropeçado num calhau e terem caído em Fátima ao mesmo tempo com as televisões a cobrir o sucedido, foi pura coincidência! Muita giro!
Segundos alínea d) Esta é uma piada mais do estilo subtil: A autarquia de Coimbra deliberou atribuir a uma rua de Santo António dos Olivais o nome da Irmã Lúcia, gaja que como todos sabemos morou lá bué de tempo, numa daquelas comunidades hippies em que andam todos descalços e isso. Giro aqui foram os argumentos: A senhora terá sido um importante vulto do século XX e em muito contribuiu para a divulgação de Portugal no mundo. Foi ela e o bacalhau!
E olhem queridos, tinha aqui mais uma ou duas, mas para piada até já chega.
Fiquem com um beijo da sempre vossa
Rosarinho
2/10/2006
RESPOSTA A UMA OPA HOSTIL
Um dos nossos clientes quer saber cinco manias minhas. Assim na boa.
Ok meu, mas se não te importas vou omitir as festas sado-maso que organizamos cá em casa aos fins-de-semana, as criadas de servir que já enterrámos no quintal depois de devidamente torturadas e a artilharia pesada que guardamos na última prateleira da despensa. Fora isso “tá-se” bem. Aí vai:
1.Não admito meias desirmanadas. Fico possessa quando alguém cá em casa põe meias para lavar sem o par.
2.Não sei como faço isto mas vicio as canetas com que escrevo. Ao fim de um tempo só escrevem na posição vertical perfeita.
3.Não suporto toalhas de mesa redondas dobradas em bico. Acho que as pessoas que fazem isto deviam ser açoitadas em praça pública.
4.Custa-me imenso sair à rua sem maquilhagem. É como se estivesse sem roupa.
5.Tenho a mão super mega pesada para o tempero. Quem vai comer alguma coisa confeccionada por mim já sabe que deve ter por perto uma garrafa de água e o número de telefone dos bombeiros.
E pronto.
2/09/2006
A CULTURA ESTÁ EM TODO O LADO
Quanto tempo de incubação necessitam os ovos do bengalim-da-índia até eclodirem?
Revista da CaboVisão, Fevereiro 2006
2/08/2006
PEQUENO APONTAMENTO NOSTÁLGICO
"Didas, garanto-te que dessas e piores aparecem todos os dias nos tribunais, a parte menos divertida é ter que aturar essa escumalha que só entendendo português vernáculo obriga normalmente o juiz a ter que descer ao nível (o que a bem dizer dá um certo colorido às sessões). Um exemplo: perguntando a um gajo, num quadro de violação, se ele se ejaculou, deparamo-nos com um "Ham?", repetindo a pergunta à exaustão o acéfalo continua embasbacado. Grandes males grandes remédio: o juiz, pedindo desculpa aos ouvidos mais sensíveis, sai-se com um sonante "Oh homem, esporrou-se? veio-se? ", ao que imediatamente obtém resposta."
Este comentário anónimo no post anterior fez-me lembrar um folheto sobre planeamento familiar que circulou mais ou menos na altura do 25 de Abril. E não era chita, era mesmo material oficial, lançado pelo Ministério da Saúde, fosse qual fosse o nome que tivesse na altura.
O facto é que a opção dos autores foi utilizar uma linguagem que chegasse aos extractos sociais mais baixos. Então, a acompanhar desenhos de senhoras camponesas de enxada na mão e lenço na cabeça, era possível ler questões do género:
.É preciso vir-se para ficar prenha?
.Os homens sim, mas as mulheres não. Não pense que se evitar vir-se não fica prenha porque fica na mesma.
Eu era na altura uma miúda de uns 12 ou 13 anos e rebolei-me a rir sozinha a ler aquilo. Na companhia dos colegas não. Levávamos todos aquele tipo de coisas a sério porque éramos politicamente muito conscientes e muito revolucionários.
Já nos passou. Hoje somos funcionários públicos, empregados de correios, donos de cafés e restaurantes, donas de casa, advogados, engenheiros e arquitectos como os outros.
Mas o que eu queria era mesmo isto: Alguém se lembra deste folheto? Alguém o tem? Alguém sabe como o arranjar? Que pena eu tenho de não ter guardado um para mostrar aos meus netos!
2/07/2006
O CERTO É QUE HÁ EMPREGOS BEM MAIS DIVERTIDOS QUE O MEU
No Tribunal Judicial da Comarca de Lamego por exemplo...
2/06/2006
MAIS LONGE DO QUE PERMITE A FORÇA HUMANA!
Os UHF acabam de lançar, em livro, os poemas(?) que constituem as letras dos seus temas musicais. Aqui na padaria ainda não tivemos acesso a essa grande obra mas estamos mortinhas por isso. A Rosarinho inclusive, rapariga de índole mais expansiva, mal se aguenta com a excitação e vê-se obrigada a mudar a cuequita várias vezes ao dia.
Imaginamos que a esta hora já esteja o Luís Vaz a dar várias voltas no túmulo roído de inveja mas paciência, mais tarde ou mais cedo aparecem sempre novos valores para nos remeterem à sombra. Até nós quem sabe, um dia, iremos lidar com a humilhação de alguém aparecer a fazer melhores brioches que os nossos... quiçá os próprios UHF.
Mas o importante vai ser mesmo o prazer de ter nas mãos uma grande obra recheada de intensidade poética,
ora de auto-flagelação:
Sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiica,
Sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiica,
Sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiica,
Sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiica,
Sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiica,
Sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiica,
Sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiica,
Sou soooou sou soooou benfiiiiiiiiiiiiiiiiica,
...ora de raiz folclórica:
Se tu fosses girassol, se tu fosses girassol
Eu seria beija-flor
Nesta cama sem lençol, nesta cama sem lençol
Se repete o nosso amor.
...ora de inspiração na tragédia clássica:
Quando te vi
Aparecer
Tudo parou
E eu fiquei a tremer
Ah, não aguento
Mais uma hora
O profe fala
E eu quero-me ir embora
Para já não falar do eterno clássico:
Olha como é, a Rua do Carmo
Olha como é, a Rua do Carmo
Rua do Carmo, rua do Carmo
Yeh, yeh, yeh Ioah
Fontes próximas garantem que os UHF estão já a pensar abalançar-se na aventura de concorrer a um fim-de-semana grátis na pousada Nossa Senhora dos Partos sem Dor, patrocinado pela Dica da Semana.
Boa Sorte a eles é o que desejamos aqui na padaria.
AGORA É OFICIAL
Meus queridos, sou forçada a trazer-vos hoje, infelizmente, más notícias.
Quer dizer, não é novidade, porque imensa gente já anda a dizê-lo há que tempos. Mas agora já não é boato, é mesmo verdade, é oficial: Esta merda bateu no fundo.
Eu não tinha acreditado quando o Santana Lopes arranjou emprego de primeiro ministro, não tinha acreditado quando o pai do buraco orçamental arranjou emprego de presidente da república, não tinha acreditado quando um engenheiro bronco tomou conta desta porcaria e começou a escavacar a torto e a direito, não tinha acreditado quando meia dúzia de presidentes de câmara resolveram construir estádios de futebol que era preciso a população toda resolver ir à bola ao mesmo tempo para aquilo conseguir encher, não tenha acreditado quando a Babá passou a figura da cultura nacional, mas agora acredito, já não há solução para esta choldra, nem que se f*dam todos. E ninguém me contou, eu vi com estes olhinhos, ainda hoje, na televisão.
Aquela criatura que responde quando lhe assobiam pelo nome de Castelo Branco e com um molho de notas numa das mãos e um das caldas na outra e que já todos vimos a tentar desesperadamente ser papado pelo porno-matulão Alexandre Frota, vai ser o rei do carnaval de Vila real de Santo António, vestido por um tal de Rolo e cheio de plumas e não sei quê. Mas o mau, mau, mau não é isso, gente a fazer figuras tristes é às molhadas todos os dias. O mau é que este apresenta-se igualmente como representante do jet-set cá da aldeia e teve direito a reportagem no serviço noticioso de pelo menos uma estação de televisão, com entrevista e conferência de imprensa em horário nobre. Mas não, mesmo aqui não temos salvação. Os senhores jornalistas, em vez de fingirem que se tinham perdido pelo caminho ou até (seria legítimo) atirarem-se para o chão a espumar fingindo um ataque para se safarem do vexame a que os respectivos chefes os tinham destinado, compareceram, sorridentes, fizeram perguntas, e riram-se muito quando a boçal criatura declarou com ar de salvador da humanidade que vai ser um horror ter que ver os bumbuns das piquenas que vão desfilar sem terem feito primeiro uns implantes de silicone nos ditos e exibindo uma celulite de que não reza a história.
Bem meninas, resta-nos a consolação de que, por aí, ainda não temos que nos preocupar. Quando aparecer um gajo, vá lá, pelo menos 500 vezes menos patético do que este a dizer que não nos quer ver as covinhas do rabo, nem que seja o Batatoon ou o Vítor Espadinha, aí sim, talvez seja melhor considerar a emigração como uma hipótese. Até lá...
Entertanto, fiquem com um beijo da vossa Rosarinho... e não se preocupem com nada que não vale a pena. Figuras piores que estas deverá ser difícil superar.
2/02/2006
2/01/2006
FICÇÃO CIENTÍFICA: ENCONTROS IMEDIATOS MAS PACÍFICOS ENTRE SERES DE PLANETAS DIFERENTES
Hoje no front office, uma mulher gorda de etnia cigana acompanhada de muitos filhos e netos:
- Queria renovari o cartão de feiranti do meu marido.
- Tem que trazer o BI, o n.º de contribuinte, o cartão caducado, ele tem que assinar aqui.
- Sim senhora!
Saem todos em fila, voltam de tarde com os impressos tão imaculados como tinham ido de manhã.
-Então o seu marido não assinou?
-Ele não podi!
-Não pode?!
-Está detido. Eu nem sabia, uma prima minha é que me disse agora! E nem me deixam trazer de lá os 'cumentos dêli.
-Não sabia? A senhora não sabia que ele estava detido?!
-Não senhora. Mas para a senhora ver que não estou a mentiri aqui estão os cartões de vesita para a genti intrar na cadeia! O meu, o da minha filha, o do meu filho... - e começa a espalhar cartões em cima da mesa - é que a gente só lá vai uma vez por mês porque é longi e não podemos ir sempri!
-Então agora como é que vamos fazer isto? O cartão está em nome dele...
-Ai minha senhora não nos faça perder a feirinha que é o nosso sustento! Ele para o ano que vem já cá está fora e vem cá assinári!
-Então fazemos assim, a senhora traz o seu BI e assina por ele.
-Sim senhora! Mas assine a senhora que eu não sei assinári!
- ... Está bem então, entrega sem assinar e com fotocópia do BI.
-Ai muito obrigada! Sabe, eles quando estão lá dentro é assim, a gente tem que tratar das coisas sozinhas e não sabemos nada disto! É uma tristeza! Já quando é um dos miúdos que vai preso não é tão mau!
-...???
-Vamos embora.
E saem todos em filinha.
E eu preciso de mais um treino no front office...
- Queria renovari o cartão de feiranti do meu marido.
- Tem que trazer o BI, o n.º de contribuinte, o cartão caducado, ele tem que assinar aqui.
- Sim senhora!
Saem todos em fila, voltam de tarde com os impressos tão imaculados como tinham ido de manhã.
-Então o seu marido não assinou?
-Ele não podi!
-Não pode?!
-Está detido. Eu nem sabia, uma prima minha é que me disse agora! E nem me deixam trazer de lá os 'cumentos dêli.
-Não sabia? A senhora não sabia que ele estava detido?!
-Não senhora. Mas para a senhora ver que não estou a mentiri aqui estão os cartões de vesita para a genti intrar na cadeia! O meu, o da minha filha, o do meu filho... - e começa a espalhar cartões em cima da mesa - é que a gente só lá vai uma vez por mês porque é longi e não podemos ir sempri!
-Então agora como é que vamos fazer isto? O cartão está em nome dele...
-Ai minha senhora não nos faça perder a feirinha que é o nosso sustento! Ele para o ano que vem já cá está fora e vem cá assinári!
-Então fazemos assim, a senhora traz o seu BI e assina por ele.
-Sim senhora! Mas assine a senhora que eu não sei assinári!
- ... Está bem então, entrega sem assinar e com fotocópia do BI.
-Ai muito obrigada! Sabe, eles quando estão lá dentro é assim, a gente tem que tratar das coisas sozinhas e não sabemos nada disto! É uma tristeza! Já quando é um dos miúdos que vai preso não é tão mau!
-...???
-Vamos embora.
E saem todos em filinha.
E eu preciso de mais um treino no front office...
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